quinta-feira, 27 de junho de 2013

AMAR O CORPO


               Algumas tradições religiosas e espirituais passam a impressão de desprezar o corpo, ao ensinar o desapego e a desidentificação. Algumas pessoas confundem desidentificação com o desprezo e a rejeição. O que não é a mesma coisa. Nesse pequeno artigo, irei falar um pouco sobre este tema muitas vezes confuso e polêmico.
O corpo é uma dádiva de Deus e um milagre da vida. Ele não deve ser desprezado,  rejeitado, nem descuidado. É através desse mecanismo que a consciência divina se manifesta nessa dimensão tridimensional. Sem ele seria impossível  viver a aventura espiritual-pedagógica a que chamamos vida.

               O espírito precisa do corpo, sem o qual seria impossível amadurecer e evoluir. Por isso, seja grato à Divindade por ele. Cuide dele mas não se apegue demais ou se identifique com ele. Você não é o carro, mas cuida dele pois ele é seu instrumento de locomoção. O corpo é seu instrumento de manifestação e interação com este plano de vida,  através dele você se move , vê, sente, toca e percebe este mundo.

               Ele também funciona como uma armadura protetora contra os perigos e ataques das forças hostis -tanto visíveis quanto  invisíveis. Além disso, o corpo feminino é uma espécie de  “Portal Interdimensional de Entrada” para os seres que vem de outras dimensões. É através dele que seres de outros planos podem ganhar um corpo para começar a viagem arquetípica da Vida.

               Uma das partes mais importantes do corpo é o cérebro. O cérebro é o supremo controlador do corpo. Ele também filtra as impressões, de forma que você possa absorver apenas as mais importantes, e na medida de sua capacidade evolutiva. Por isso, da próxima vez que se olhar no espelho, seja muito grato por essa máquina extraordinária que é o corpo físico.

               Ame-o, cuide dele mas não se apegue, nem se identifique com ele, pois chegará uma hora que você terá de abandoná-lo para seguir novamente em busca de outros corpos mais novos e saudáveis, aqui ou em outras dimensões.

Namastê!

Alsibar

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

COM A LUZ VEM A ESCURIDÃO


Alguns movimentos religiosos como , por exemplo, o movimento “Nova Era”, exortam as pessoas a vibrarem luz. Falam isso como sendo a atitude ideal diante das agruras e adversidades do mundo de Maya (Ilusão) ou “3D”- como gostam de chamar. Todavia, parecem esquecer um princípio milenar e sagrado: o da dualidade.

O "ator" ainda é ilusão.
Ora, com a Luz vem a Escuridão, então que tipo de Luz é esta sobre a qual eles falam senão a luz da dualidade? A  mente é dual e o mundo de Maya é a própria dualidade do pensamento. Os maiores mestres da humanidade nos exortam não à dualidade, mas sim à transcendência. Pois onde há luz, há trevas. Somente quando não houver a dicotomia Luz e Trevas é que estaremos realmente vibrando na Luz do Eterno, que é Impensável, que não está ao alcance da mente humana e nem pode ser submetida ao seu controle. 

Percebe-se nesse tipo de exortação dois equívocos graves: a ilusão do controlador - que direciona a Luz - e a ilusão da Luz “pura”, sem o seu contrário. É preciso compreender que não existe controlador, nem ninguém pra direcionar ou vibrar luz nenhuma. Só existe a ação do UM, a ação sem o Ator. Sendo o ator o EGO, o pensamento que diz a si mesmo : “Eu sou, eu controlo, eu vibro”.

 Em outras palavras, ao “vibrar” na luz, o sujeito está atraindo e alimentando as trevas. Ao pensar que está livrando-se de Maya, ainda está atuando sob o seu  controle , dentro de sua ilusória rede de dualidade e pessoalidade. Tá confuso ou em dúvida? Vide os ensinamentos de Krishna, Buda, Lao Tsé, Ramana e Krishnamurti e não se deixe iludir por ensinamentos equivocados de supostos “seres de luz”. 

Reflita, analise e tire suas próprias conclusões.

 Alsibar
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domingo, 2 de junho de 2013

A FELICIDADE SEM CAUSA


O estado meditativo é a observação do movimento da vida sem a presença do observador  . Nesse estado existe apenas a observação. Há um observador presente , mas está tão silencioso que se diz que ele está ausente. O meditador observa o vai-vem interno e externo da vida, sem se identificar, julgar, ponderar, descrever, comentar, classificar- enfim- completamente silencioso e desidentificado de tudo que ele percebe.

É nesse momento que pode surgir aquele estado de plenitude sem causa. É lá que se encontra a felicidade que existe por si mesma. Ela pode se manifestar de forma sutil como uma leve brisa ou mais intensa como os ventos que precedem um temporal, ou devastadora como uma tempestade.

Mas não espere, nem deseje sentir isso pois o desejo e a expectativa impedem o seu surgimento. É algo que o desejo não pode alcançar, a mente não pode conceber, e nenhum método pode produzir. A mente pode produzir estados de êxtase , gozo e prazer e confundi-los com a felicidade sem causa.Mas a mente não consegue produzir nada que seja 
permanente.  

Assim, o prazer que é produzido pelo desejo de preenchimento, tem em sua raiz a dor e, portanto, quando passa, resta  o  vazio , a tristeza e a desilusão. Todos podem encontrar a felicidade sem causa - que  independe de qualquer coisa, acontecimento ou pessoa. Ela brota por si mesma das profundezas do ser, quando o terreno da mente estiver corretamente preparado com as sementes do silêncio, o adubo da paz, e a luz da sabedoria.
(Alsibar)
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