sábado, 30 de maio de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Como o livro "Aos Pés do Mestre" foi escrito
Encontrei o relato abaixo em um site de teosofia.
Esse livrinho é um encanto e um grande mistério. Esse da foto é um exemplar raríssimo
que chegou até a mim de uma forma muito curiosa. Uma senhorinha simples que
mora em frente à minha antiga casa, pessoa que não conhecia Krishnamurti, o
achou no lixo e veio me perguntar, meio sem jeito, se eu o queria de presente.
Em princípio, achei que fosse algo sem valor, qual não foi minha surpresa ao
ver que era um exemplar antiquíssimo do famoso livro “ Aos Pés do Mestre”
supostamente escrito por Jiddu Krishnamurti quando tinha apenas treze anos de
idade-uma verdadeira relíquia. Vale dizer que Krishnamurti nunca negou nem
afirmou tê-lo escrito mas que ele tinha uma vaga lembrança de ter rabiscado
alguma coisa em alguns papéis a pedido do bispo. Nesse relato, o próprio
Leadbeater- tutor do jovem Jiddu- explica como se deu a escrita do famosíssimo
livrinho, sob inspiração dos mestres espirituais! (Alsibar)
Como foi escrito o livrinho "Aos
Pés do Mestre"
Contado pelo Sr. C.W. Leadbeater a
alguns íntimos em Nova Zelândia.
Talvez todos vós tenhais lido o livrinho “Aos Pés do
Mestre” e, se algum dos presentes há que ainda não o leu, deve tratar de
fazê-lo. Se lestes o prefácio deste livro, deveis Ter notado que consiste nas
instruções dadas a Alcione, por seu Mestre K.H., o Ser que, séculos passados,
esteve entre nós como Pitágoras. Eu mesmo me achava presente, quando as lições
foram dadas, porque era essa uma das partes do meu trabalho, juntamente com o
auxílio que devia prestar ao meu jovem amigo Alcione. Tais lições eram dadas
durante o sono. Cabia-me o dever de levá-lo todas as noites ao Mestre. Devemos
lembrar-nos que o corpo de Alcione contava, nessa ocasião, treze anos, apenas,
de idade e qualquer coisa que se lhe tinha de transmitir devia ser tão clara e
simples quanto fosse possível, a fim de que um cérebro de 13 anos a pudesse
compreender. Tinha-se também de enfrentar a dificuldade de uma língua
estrangeira, a inglesa, tanto mais que devia haver no texto a maior clareza
possível.
Apesar dessas dificuldades, o texto contém tudo
quanto é necessário à primeira Iniciação.
Cada noite, o Mestre dava, mais ou menos, 15 minutos
de lição; porém, sempre no fim da lição, o Mestre resumia, numa singela frase,
tudo quanto havia ensinado. De manhã, Alcione escrevia o texto.
Devo dizer-vos que a obra não contém todos os textos
escritos, porém somente o resumo deles. Foi desse modo que obtivestes um
conjunto de lições, segundo a linha do Boddhisattva.
Depois Alcione foi a Benares e ali instruiu algumas
pessoas; escreveu-me de lá para Adyar, pedindo lhe mandasse todas as notas que
havia tomado. Algumas estavam em cadernos, outras em pedaços de papel;
juntei-as e fiz uma cópia a máquina. Lembrei-me, porém, que, segundo palavras
do Mestre, devia levá-las a Ele antes de as enviar a Alcione. Assim o fiz. O
Mestre acrescentou duas sentenças que nós havíamos omitido.
“Antes que façamos qualquer coisa para o Mundo,
mostremo-la ao Instrutor do Mundo” (1), disse-me o Mestre.
Ele mesmo o levou (o texto escrito); eu o
acompanhei. O Senhor (o Instrutor do Mundo) o leu e aprovou. Foi Ele mesmo quem
nos disse: “Deveis imprimir isto num pequeno e precioso livrinho – para
introduzir Alcione no mundo”.
Verdade é, não havíamos pensado em tal coisa, nem
desejávamos apresentar ao mundo uma criatura ainda tão jovem. Mas, no mundo do
Ocultismo, devemos fazer o que se nos ordena, sem vacilação nem receio, porque
os nossos superiores sabem mais do que nós o que podemos alcançar.
O Instrutor do Mundo tinha razão. Nós é que nos
tínhamos enganado. Todos os inconvenientes que receávamos realmente se deram,
porém a imensidade dos benefícios espalhados foi de tal ordem e magnitude que,
com presteza, desapareceram os superficiais e ligeiros inconvenientes.
Milhares e milhares de pessoas nos têm dito que tão
benfazejas lhes foram essas lições, que chegaram a mudar completamente a
corrente inteira de suas vidas.
Este pequenino livro mostra e nos ensina com que
espírito serão formuladas as lições do Mestre: O Amor será a sua chave (isto é,
a sua nota fundamental).
(1) Entre os cristãos, Instrutor do Mundo é o Cristo
Nosso Senhor e, entre os budistas, é o Sr. Maitreya (o Senhor da Bondade). São
nomes diferentes para o mesmo grande Ser.
Foto: Alsibar
Fonte: site “Estudo Teosófico”, link:
http://www.teosofico.com/livros/jiddu-krishnamurti/aos-p%C3%A9s-do-mestre/como-foi-escrito-o-livrinho-aos-p%C3%A9s-do-mestre
Link do Grupo : Para Entender Krishnamurti onde você pode fazer o download do livro " Aos Pés do Mestre":
https://www.facebook.com/groups/769088880197694/
Link do Grupo : Para Entender Krishnamurti onde você pode fazer o download do livro " Aos Pés do Mestre":
https://www.facebook.com/groups/769088880197694/
segunda-feira, 25 de maio de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
DIÁLOGO SOBRE O VÍCIO DO VAZIO!
O “vício no vazio” é um dos maiores problemas dos buscadores imaturos e
inexperientes. Nesses casos, o vazio mental é usado como uma espécie de fuga à
realidade da vida, da agitação da mente e da dor psicológica que tudo isso provoca. No diálogo abaixo, eu
converso com um amigo que prefere ser chamado apenas de “Juninho”. O drama que
ele viveu me parece ser o mesmo de muita gente, por isso, achei importante
postar o diálogo aqui no blog para servir de ajuda e orientação para buscadores
que estejam passando pela mesma situação. (Alsibar)
Juninho Alves: Olha que frase bonita eu recebi
agora há pouco: “No dia em que não houver perguntas nem respostas dentro de
você, e você estiver apenas sentado aqui, vazio, você voltou para casa — foi da
ignorância à inocência.- Osho, em "Iluminações da Alma"
Alsibar: É linda mesmo mas
está parcialmente correta. O problema do Osho é que ele misturava verdades com
mentiras. Ele falava algo muito profundo e verdadeiro mas logo depois vinha
alguma besteira. Penso que essa frase
ficaria mais correta assim:
No dia em que não houver perguntas nem respostas dentro de você, e você
estiver apenas sentado aqui. E não houver nem mesmo o vazio, você perceberá que
na verdade nunca saiu de casa e que esse
pensamento era apenas uma ilusão, ignorância. Perceber todo esse movimento
ilusório é sair da ignorância para
a inocência ou estado original apontado por Jesus quando se referiu às crianças e ao Reino dos Céus.
Às vezes acho que o Osho
fazia isso de propósito .Esse negócio de "vazio" pode se tornar um
perigo quando não compreendido corretamente.
Juninho Alves : Por que
você não faz um vídeo tratando sobre esse tema do vazio?
Alsibar: Às vezes penso que assuntos desse tipo não agradam muito às pessoas porque são muito profundos e
específicos. Parece só fazer sentido pra
buscadores maduros e sérios como você. O que você acha?
Juninho Alves : Bom voce
está certo, por isso que quanto mais pessoas você quiser atingir, mais básico
tem que ser o ensino. Mas há pessoas de todos os níveis que assistem aos seus
vídeos não acha?
Alsibar: Verdade. Juninho!
Então, me diz aí uma questão que antes de me conhecer não estava muito clara para
você e que agora está?
Juninho Alves : Rapaz... Tu já me esclareceu
tanta coisa... Eu lembro que o principal era aquele condicionamento espiritual
da minha má interpretação do ensino de
Ramana. Lembro-me que eu estava convicto de que deveria permanecer todo o tempo
me esforçando para permanecer num estado paradisíaco conhecido como estado de vazio ou samadhi contínuo , e você me esclareceu
isso... Foi como tirar um fardo da minhas costas! Mas meu entendimento estava equivocado.
Eu não afirmo que Ramana ensina esse esforço ilusório, mas era o que eu
entendia.
Alsibar: Juninho, esse teu
relato é muito importante. Fala ai sobre a relação entre atenção e o vazio-
como você vê isso hoje?
Juninho Alves : Cara, é essa
obrigação que a gente se auto impõe de estar sempre “atento”. Foi disso que você me “libertou”. Como eu te
falei, eu pensava que o permanecer no vazio era um fim em si.
Alsibar: E então o que você fazia?
Juninho Alves: Eu estava viciado nesse vazio
porque trazia muita paz. Ele é o lado oposto da mente confusa e agitada. E, é
claro, focado que estava, eu não percebia que esse vazio era também um outro
objeto que eu estava percebendo. Eu pensava que o vazio era minha real natureza.
Eu pensava que quando eu saía desse vazio eu estava em “maus lençóis”. E isso
causava frustração. Eu vivia “gangorrando” entre a paz do vazio e a frustração
da mente que se agitava quando o esforço cessava. Eu
pensava que eu deveria consolidar o vazio de uma forma contínua e permanente e
não sei porque eu não aceitava o pensamento como algo normal... para mim era um
estorvo pensar.
Alsibar: Muito interessante. E como você está
agora?
Juninho Alves : Agora, eu não ligo mais. Agora
o “vazio e o pensamento” não têm diferença- são instrumentos. Mas, foi muito
difícil sair desse vício porque bastava eu me deitar ou meditar que a mente já
queria cair no vazio de novo.
Alsibar: E como está agora? Está melhor do que
antes?
Juninho Alves: Claro que
está. Agora eu estou muito me sentindo muito mais livre porque estou livre da
obrigação de permanecer no vazio a todo instante. Obrigação essa que eu mesmo, meio
que, me auto impus devido a um entendimento incorreto daquilo que o advaita ensina.
Alsibar: Verdade. Muito
interessante seu depoimento. Você diria que agora tem paz?
Juninho Alves:: Isso. Porque
você sabe que eu sou teimoso e gosto de caminhar com minhas próprias pernas,
por isso eu segui esse caminho errado por um longo tempo.
Alsibar: “Vício” é uma palavra que define bem isso.
Juninho Alves: Mas, olhando para o passado, eu
vejo que isso aconteceu porque eu fui muito torturado pelo pensamento acelerado,
pelo pensamento sem controle, desenfreado que causava sofrimento. Por isso, o
vazio da mente foi tão fascinante pra mim, ele foi refrescante . Hoje eu vejo que esse vazio não é um
problema em si ,até porque ele é meu amigo. O problema era que eu o desejava a
todo custo e acima de todas as coisas, e quando a mente pensava, eu me sentia
derrotado entende? Como se eu estivesse perdendo a luta para a mente. Cara hoje
eu olho pra trás e vejo o absurdo disso!
Alsibar: Mas, com o tempo, esse vazio se tornou um outro drama, um outro problema né?
Juninho Alves: Sim! Agora, eu estou em paz
porque eu não quero nenhuma coisa nem outra, eu não desejo um vazio acima do
pensamento comum e normal. Agora, é como se eu tivesse descansando numa rede e
vendo a vida acontecer e se desenrolar. Sem entrar em conflito com aquilo que
aparece.
Alsibar: Que lindo!
Juninho Alves : Você que me apontou isso!
Alsibar: Então... Já que você descobriu que o
vazio não é sua natureza essencial, o que você responderia hoje para alguém lhe
perguntasse sobre isso?
Juninho Alves: Essa natureza essencial, como
eu a vejo hoje, está fora de toda descrição!
Alsibar: Cara, vejo que você entendeu mesmo!
Fico muito feliz com isso. Sinceramente.
Juninho Alves : Eu tenho
absoluta certeza que as nossas conversas me auxiliaram muito e aceleraram esse
processo. Eu acho que esse vazio é um perigo que todo
meditador sério vai cair um dia. Então, se você fizer um vídeo vai ajudar muita gente.
Alsibar: Certíssimo. Farei
sim e vou postar essa nossa conversa no blog pode ser?
Juninho Alves : Claro! Manda brasa!
Alsibar: Obrigado!
vídeo sobre o "vício do vazio" no you tube:
link do vídeo no you tube sobre o vício do vazio:
vídeo sobre o "vício do vazio" no you tube:
link do vídeo no you tube sobre o vício do vazio:
(Edição: Alsibar)
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