domingo, 17 de julho de 2011

ONDE GURDJIEFF FALHOU? WHERE DID GURDJIEFF FAIL?


George Ivanovich Gurdjieff foi um dos mestres espirituais mais importantes  do século XX. Seus ensinamentos e estilo, influenciaram grandes personalidades  do meio espiritual e esotérico tais como Samael Aun Weor , Osho e seu mais famoso discípulo  P.D. Ouspensky. Também é considerado um dos pais do Eneagrama, método de autoconhecimento que faz muito sucesso nos meios espirituais e psicológicos. 

Gurdjieff escreveu três  livros famosos que compõem a série " Sobre tudo e todas as coisas" a saber: “Relatos de Belzebu a seu Neto”,  “Encontros com homens notáveis” e o último inacabado " A vida é real apenas quando EU SOU". O mais popular deles é o segundo.  Relata alguns episódios de sua busca espiritual, quando viajou  por mosteiros e escolas do Tibet e regiões do Oriente Médio.  Este livro virou filme e é considerado um clássico do espiritualismo. 


G. teria aprendido seu sistema das Escolas de Mistério
Os ensinamentos de Gurdjieff se confundem com os das tradições esotéricas tais como, Maçonaria, Rosa Cruz, Gnose e Teosofia. Seus defensores dizem que esta similaridade é devido ao fato de que estes conhecimentos provêm de uma mesma fonte, remontando às antigas escolas de mistérios do Egito, Índia, Grécia e Israel com os  quais G. teria entrado em contato em suas viagens. 

Mas Gurdjieff foi além de um simples repassador de conhecimentos . Ele não só popularizou estes ensinamentos como também impôs sua marca pessoal ao sistema. A partir de grupos organizados por ele e seus discípulos, surgiram muitas escolas baseadas em seus ensinamentos  em vários países,  como a Escola G. do Quarto Caminho, dentre outros. É importante lembrar que há vários ramos e escolas que se declaram ligadas diretamente a G. Mas, na verdade, houve apenas três grandes grupos originais: os ligados a Ouspensky, J.G. Bennet e Madame de Salszman.

          O sistema de G. utiliza-se de conceitos da ciência, da matemática e da psicologia para dar soluções a problemas espirituais complexos . As leis do universo  são explicadas dentro de princípios matemáticos que se estendem também ao homem- considerado um microuniverso.  O ensinamento de G. parece trazer  respostas a muitos questionamentos e dúvidas.  É difícil  não ficar fascinado desde o primeiro contato com estes princípios e leis. Eu mesmo fiquei, assim como Ouspensky-seu ex-discípulo mais famoso. O livro “Fragmentos de um ensinamento desconhecido – em busca do milagroso” relata  a história de Ouspensky e seus anos de convivência com Gurdjieff. Um grande clássico, imprescindível para quem quer se aprofundar  no assunto e conhecer  um pouco mais do que eu relato aqui.


O raio da criação, segundo o sistema de Gurdjieff
     Ouspensky conta toda sua trajetória com G. desde o início até o rompimento, anos mais tarde. Mas qual teria sido o motivo desta ruptura ?  O fato é que após tantos anos de convivência e aprendizado, Ouspensky ficou insatisfeito com o andamento do "trabalho". Mas o que  realmente teria acontecido? O que Ouspensky viu que o levou a tomar esta decisão? 

Em alguns momentos, ele escreveu sobre a necessidade de separar a pessoa de Gurdjieff de seu ensinamento. Comigo também tive essa sensação em relação a G.. Primeiramente, fiquei apaixonado por seus ensinamentos mas, depois, comecei a ter a impressão de que eu não estava indo a lugar nenhum. E , realmente, toda vez que tentava por em prática alguns de seus métodos as coisas pareciam piorar. Senti que havia algo errado . E não sabia ao certo o que era. Ouspensky não deixa claro os motivos de sua separação. Sua amizade e consideração por G. pode ter lhe impedido de esclarecer melhor esta questão. Todavia, ele dá algumas pistas. Ouspensky cita dois motivos no livro :   o trabalho começou a ficar repetitivo e enfadonho - ou seja os alunos pareciam estar caminhando em círculos; e, o segundo motivo, as atitudes estranhas e um tanto “cruéis”  de G. em relação aos seus discípulos.  

P. D. OUSPENSKY
    Os anos foram se passando e a questão relacionada ao sistema de Gurdjieff continuava me intrigando. O “trabalho sobre si”, ensinado por ele, tinha como principal objetivo  despertar o homem do seu "sono". Isso deveria começar pela tentativa de "lembrança de si". E para, isso, usavam-se vários métodos e exercícios. Dentre eles a técnica do “Stop!” descrito por Ouspensky . Em linhas gerais, o exercício consistia em ficar estátua  quando o mestre desse a ordem : pare!  O discípulo tinha que parar exatamente na posição em que se encontrava, independente do que estivesse fazendo. Mesmo que estivesse bebendo chá quente, comendo, tomando sopa , ou mergulhado dentro d’água . Deveria ficar naquela posição, totalmente consciente da postura, emoções, pensamentos, sentimentos etc, permanecendo  assim até  segunda ordem do mestre . Ouspensky conta que isso criava situações um tanto quanto constrangedoras, dolorosas, dramáticas e até cruéis. Muitos alunos abandonaram o  "trabalho" por  não suportarem a pressão desses métodos.

O "trabalho sobre si" deveria começar pelo Centro Motor
    O objetivo principal do sistema de G. era fazer o homem "despertar" através do conhecimento da máquina humana. Esse processo deveria começar pelo conhecimento do centro motor.  E daí a importância de exercícios como o "stop!". Através dele, o homem poderia se autoconhecer melhor e ainda desenvolver sua vontade e disciplina sob o comando de um mestre desperto.  Mas, estaria Gurdjieff realmente “desperto” no sentido em que ele dava a esta palavra? Não é estranho que um mestre desperto sofra dois acidentes de carro, sendo que , o último quase o levou à morte? E como explicar sua aparente voracidade pelo dinheiro? E sobre o uso que ele fez de seus poderes de telepatia e hipnose-com fins puramente egoístas - fato este confessado por ele próprio em seu último livro ? Serão essas as atitudes de um homem realmente desperto ou estaria ele dormindo tanto quanto os outros? 

Meu objetivo aqui não é julgar G. mais sim a eficácia de seu sistema para o objetivo principal a que se propõe: o despertar .  Parto da premissa que ele mesmo ensinou: somente alguém desperto pode despertar outra pessoa. Particularmente, creio que o principal furo nos ensinamentos de G. é que seu sistema mantém e fortalece a dualidade CONTROLADOR X CONTROLADO. Segundo G., o homem é uma entidade condicionada e fragmentada não sendo, portanto, um indivíduo, na acepção da palavra. 

Assim, o que chamamos de indivíduo trata-se de uma conjunção de diversos "Eus" conflitantes e contraditórios entre si.  O problema está no caminho ensinado por ele para se alcançar a unidade ou integração. Após anos e anos de tentavas frustradas,  finalmente cheguei à seguinte conclusão: não há despertar na dualidade, na divisão, no conflito. A ideia de juntar os diversos fragmentos do EGO para se criar um super EU capaz de subordinar e liderar os outros é totalmente equivocada e leva a resultados contrários aos pretendidos.
Krishnamurti e Gurdjieff: meios diferentes para fins iguais

              Esse entendimento só me foi possível quando entrei em contato com os ensinamentos de Krishnamurti - uma visão oposta à pregada por Gurdjieff .  Apesar do objetivo ser o mesmo- despertar a consciência - os meios empregados pra isso são totalmente diferentes. K. ensina que enquanto houver a dualidade observador versus coisa observada o despertar é impossível. Isso coloca abaixo os fundamentos do sistema de Gurdjieff que se baseia totalmente nessa dualidade. 

Em outras palavras, não é possível um trabalho sobre si mesmo, nos moldes pregados por G., simplesmente por que o EGO não pode analisar e libertar o próprio EGO. Além disso, não posso também analisar meus defeitos, nem lutar contra os mesmos de forma direta porque a força e o conflito  apenas fortalecem ainda mais o EGO. Quando um EGO vence e controla os outros EGOs continua sendo EGO-mais fortalecido e poderoso. Sendo assim,  ao invés de  extingui-lo estamos, na verdade, fortalecendo-o. É como se estivéssemos usando gasolina para apagar o fogo. O resultado é um completo fracasso. É importante frisar, ainda, que- contrariando G., Krishnamurti ensina que o conflito não cria energia- pelo contrário- faz é desperdiçá-la. Portanto, a fricção como forma de se criar energia, que é um dos fundamentos dos exercícios e disciplinas das Escolas- na verdade causa o efeito contrário. Há novamente um fundo de verdade nessa premissa- mas não é da forma que G. ensinou e usou.


         Afora isso, sempre tive curiosidade em saber o que aconteceu com os grupos de G. após sua morte. Aí entra outro fato curioso. Quem me deu esta resposta foi uma respeitada escritora e jornalista inglesa chamada Joyce Collin-Smith em seu livro “Não Chame ninguém de Mestre – como aprender com líderes espirituais sem transformá-los em gurus”*. Ela relata que depois da morte de G. os grupos ficaram divididos e sem rumo. Muitos tornaram-se adversários entre si, não podendo nem mesmo conversar uns com os outros. Na busca por uma liderança espiritual, alguns grupos  aderiram a gurus exóticos como, por exemplo, o Maharishi Mahesh Yogue , de quem Joyce  tornou-se secretária particular. 

Rodney Collin


   Joyce também descreve fatos desconhecidos da vida dos discípulos mais próximos de G. e dos díscipulos destes como, por exemplo, Ouspensky e seu pupilo Rodney Collin- de quem ela era cunhada. É desconcertante e doloroso perceber como estas pessoas, tão próximas de Gurdjieff, não só não  despertaram, como perderam-se totalmente,  beirando a loucura e o suicídio- fato este que realmente aconteceu com Rodney. Triste também foi saber que Ouspensky terminou seus dias fazendo experiências com  drogas alucinógenas como é descrito por ela neste dramático relato :

“Ouspensky, lidando com os pensamentos induzidos pelas experiências com a mescalina, concentrava-se num cinzeiro sobre sua escrivaninha e escrevia suas profundas impressões. Mais tarde, livre da droga, descobriu envergonhado que tinha rabiscado estas ridículas palavras:
"Um homem pode ficar louco com um cinzeiro".

Mais curioso ainda, foi saber que as últimas palavras do grande discípulo de G. apenas confirmam minhas suspeitas sobre a hiper-teorização e falhas no sistema ensinado por seu mestre . Segundo Joyce, ele teria dito:

“- Abandono o sistema. Comecem novamente por si mesmo.”

Por tudo que foi exposto e também pela minha própria experiência e vivência dos ensinamentos de G. posso concluir que a principal falha do seu sistema é manter , alimentar e fortalecer os Egos - tanto do mestre quanto do discípulo. Além disso, aqueles que se autodenominam “mestres” não estarão, na verdade, explorando e usando seus comandados ao sabor dos gostos e caprichos de seu EGO ? Se o mestre não é liberto, como poderá libertar os outros? 

         Ora, segundo Krishnamurti, o despertar é resultado de um trabalho pessoal, individual e solitário  e não coletivo- como pregava Gurdjieff. Os conceitos de "lembrança de si" e " Consciência de si" são legítimos mas totalmente mal compreendidos e erroneamente abordados no sistema de G. Em suma, há um fundo de verdade nesses ensinamentos mas, repito, estão vagos, fragmentados e incompletos. Além disso, os métodos ensinados por G. tem resultados contrários ao que se propõe. Meios errados só podem levar a resultados errados. Não sei se no sistema original usava-se esses métodos, ou se muitos desses princípios foram acrescentados a posteriori por G. - conforme sua conveniência. Não dá pra saber se os "furos" neste sistema é resultado da má compreensão do sistema original, por serem incompletos mesmo, ou por terem sido   propositadamente alterados por G. .
O livro de Ouspensky

            Uma coisa que sempre me intrigou foi o título do livro de Ouspensky: "Fragmentos de um ensinamento desconhecido". Isso já nos dá uma pista de que o sistema de G. está incompleto, sendo, na verdade, parte de um ensinamento muito maior e mais profundo. Além disso, por tudo o que se conta no livro de O., pelos acontecimentos dramáticos na vida de G. e pela ineficácia prática de seus ensinamentos, tudo isso nos deixa, no mínimo, desconfiados. 

A importância da obra e do trabalho de Gurdjieff  é incontestável. Todavia, seu sistema parece falho e ineficaz, pois se não levou nem o próprio G. ao despertar, nem os seus discípulos diretos, nem ninguém- então... isso é no mínimo estranho e merece nossa desconfiança e profunda reflexão. 

Autor : Alsibar 

Obs: o texto poderá ser usado integralmente desde que seja informada a fonte e o link originais.


Referências:
Ouspensky, P. D.- Fragmentos de um ensinamento desconhecido – em busca do Milagroso – Editora Pensamento, Rio de Janeiro.
Collin-Smith, Joyce – Não chame ninguém de mestre- Siciliano, 1993.
Você poderá  baixar os livros acima gratuitamente nos links abaixo. Ou então vá no 4share e faça o download. É tudo  grátis :




O filme “Encontro com homens notáveis” poderá ser assistido no link abaixo. É um filme antigo, com uma produção tosca, mas  uma jóia rara  para quem quer conhecer mais sobre a vida de Gurdjieff:

http://www.youtube.com/watch?v=hQL3jFTQJQM




29 comentários:

  1. Aprecio o trabalho do Gurdjieff. Há muito a ser explorado em cada pessoa, cada ser. Apenas uma borboleta, pode-se escrever um livro sobre ela, tamanho é o infinito que nos rodeia.
    Com relacao a mestres, eles se encontram muito perto; no interior do ser. Ai temos de nos voltar para dentro para a devida contemplacao, meditacao, etc. Ele está ali, esperando. Nao é fisico, tocável, mas pura energia apenas esperando para ser tocado.

    Abraço

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  2. Muito boa sua participação amigo Ander.Poucas palavras, sabiamente simples e lúcidas. O aprendizado também é infinito e ele se faz na interação uns com os outros .Namastê!

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  3. Avaliação baste sóbrio sobre o labirinto que constitui a espiritualidade... Não pude deixar de remontar ao que diz Mariana Caplan em seu livro: Eyes Wide Open” (Olhos Bem Abertos.

    Quem quiser basta acessar e ver um trecho do que ela escreveu acerca desse mesmo assunto

    http://expandiraconsciencia.blogspot.com/2011/03/10-doencas-espirituais-transmissiveis.html

    Mantenhamos nossos olhos bem abertos...

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  4. Defender algo cria identidade, justamente o que o próprio Gurdjieff alertava como um dos perigos da ilusão provocada pela personalidade. Portanto vou comentar sobre esse assunto sem paixão e sem afirmar o que é certo ou errado. Parto de um princípio muito prático da Cabala, "Não acredite em nada que você capta por seus sentidos".

    Li com atenção, fazendo quase uma "lecture divine" e confirmei que um ponto de vista é apenas a vista à partir de um ponto. No presente caso, o autor do texto expôs sua própria incapacidade de entender a lição e o professor, o que é muito comum, veja por exemplo os cristãos, os islamitas, os judeus, os budistas e tantos outros seguidores que em sua maioria quase absoluta também não entenderam seus mestres e ensinamentos.

    Os métodos de G eram duros, pois eram coerentes com o conceito de que o autodesenvolvimento exige esforço e disciplina. Quanto à isso, não confunda o fundamento como algo em oposição ao "deixar fluir". O estado de presença não é alcançado pela passividade, mas pela atenção, pelo esforço inicial na consciência de si, que com tempo e dedicação é assimilado em um nível mais elevado de consciência. A "não-ação" ou "não-mente" somente é dominada após considerável esforço de observação e compreensão.

    O Zen propõe uma solução muito interessante para o caminho da consciência, ele alerta que é preciso "matar" seu mestre depois de absorver seu ensinamento.

    Ao contrário do que propôs o autor do texto, G não criou uma escola, ele fundamentou e disponibilizou seu conhecimento para que outros o superassem. Ele nem mesmo se tornou o homem de tipo mais elevado de sua escala. Ele reconhecia sua fraquezas e não tinha medo de ser criticado ou rotulado. Classificá-lo de mestre espiritual, homem cruel, apegado ao dinheiro e enfadonho demonstra uma grande distorção de entendimento com forte apelo emocional proveniente do ego.

    As palavras de G ao morrer foram algo como: "Deixo vocês com uma bela encrenca". Notem a semelhança com as últimas palavras de Buda: "Seja a luz do seu caminho".

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  5. Ao amigo anônimo de 22 de Agosto de 2012,

    Considero sua defesa como sendo a de um discípulo de G. Primeiramente, começa fazendo a divisão entre os que conseguem entender os ensinamentos e os que não conseguem- o que manifesta um julgamento bem ao estilo dos participantes de grupos esotéricos onde sempre é o outro que não tem capacidade para entender. "Eu", ao contrário, "entendi" o que me coloca em um patamar superior de compreensão. Como é o nome disso mesmo?

    Você defende o esforço e a disciplina como necessários ao autodesenvolvimento. Talvez não exista autodesenvolvimento, e talvez não seja necessário esta disciplina e esforço . Por exemplo, K. costumava dizer que "quando há atenção não há esforço" e que não existe coisa como autodesenvolvimento no sentido usual do termo pois o ego não pode se autodesenvolver . Além do que a disciplina proveniente do conflito e do esforço, não é, na verdade, disciplina nenhuma.

    E por último, quem falou sobre a questão do dinheiro, métodos cruéis , trabalho repetitivo e enfadonho foi Ouspensky, eu apenas relatei seu testemunho e experiência direta. E Gurdjieff organizou vários grupos e fundou um Instituto sim. Está em seu último livro " A vida é real somente quando EU SOU", em que o Institudo é citado várias vezes.

    No mais, grato pela defesa do seu ponto de vista. Como você disse, é apenas mais uma vista de um ponto.

    Obrigado por sua participação e comentário.

    Namastê!

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    1. Não é necessario debater um caminho... Acreditar em um mestre ou um caminho ou não acreditar é uma decisão baseada em meras expeculacoes mentais. É preciso olhar pra dentro para separar o joio do trigo. A partir de dentro as respostas surgem sem cargas emotivas e sem devaneios.
      Esse caminho é individual. Cada um segue e sente por qual direção faz sentido prosseguir.

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  6. gurdieff era radical e jiddu suave .
    tinham abordagens diferentes .
    jiddu negava ser um guru e gurdieff era um guru muito exigente.
    ambos podem ser muito uteis ,mas são cada um para um tipo
    especifico de buscador.
    -namaste.

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  7. Obrigado Mario Bodhana, por sua participação . Namastê! _/\_

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  8. Olá Alsibar,apenas um comentário a título de correção.
    No livro acima citado de Joyce Collin Smith, não foi seu cunhado Rodney Collin que cometeu suicídio e sim o escritor e amigo James Webb que fez citações sobre Gurdjieff e Ouspensky.Valeu?

    Jefferson.

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  9. Valeu amigo Jefferson, vou checar melhor a informação e mudá-la se for preciso.

    Grato mesmo!

    Namastê!

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  10. Olá Jefferson,

    Acho que compreendi. É assim: a Joyce não diz textualmente que ele cometeu suicídio, mas fornece todas as provas e elementos que comprovam essa tese. Este estilo de escrever é algo muito dela - dizer as coisas de forma indireta, não julgar, mas ser fiel à descrição dos fatos para que o leitor tire suas próprias conclusões.

    Pela descrição do menino, pelas testemunhas e pela forma e pela posição em que o viram cair, pelo que ele disse antes de ir à Torre etc etc. Baseado nestas provas, não tenho dúvidas de que foi suicídio. Pelo que entendi, foi um ato de sacrifício ou iniciação final como disse a própria Joyce. Ao doar sua vida pela criança, ele estaria se sacrificando por ele o que, segundo sua crença, iria curar ou salvar o garoto.

    O fato é que oficialmente não foi suicídio- mas se as provas descritas por Joyce forem verdadeiras e baseado em tudo que se lê sobre ele ao longo do livro então muito provavelmente foi suicídio. Veja textualmente esta frase do livro que pra mim diz tudo:

    "Rodney aprendera astrologia sozinho. Ele tinha os mapas de sua família e de todas as pessoas que o rodeavam, e, com certeza, deve ter percebido o que estaria acontecendo em seu mapa naquele dia e hora. Isso fazia com que o comentário de Janet a respeito de ele ter posto tudo em ordem, dizendo "Está para acontecer algo novo, mas não sei o que é", adquirisse nova perspectiva. Se ele tivesse suspeitado de que na verdade iria morrer em alguma forma de iniciação final traumática, poderia muito bem ter decidido morrer 'conscientemente'."

    Mas entendo que é uma versão não oficial. Fraterabraços amigo e obrigado pela observação!

    Namastê!

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  11. Só não entendo porque é que neste blogue o Krisnamurti serve de comparação para tudo. Gosto do Osho e respeito profundamente o Krisnamurti, como acredito nos mestres mas não em quem os segue, seja Oshianos ou Krisnamurtianos porque tanto uns como os outros não entenderam seus mestres.
    Aquilo que me fizer despertar para mim é o que é verdadeiro, Osho pode funcionar para mim como Krisnamurti pode funcionar para você, e se não houve-se mestres falsos ou guros será que conseguiríamos encontrar os verdadeiros.
    O verdadeiro mestre está dentro de nós, por isso todos os outros são falsos, por muito verdadeiros que sejam.
    Apesar de achar que você vive um bocado obcecado com o Osho e eu não concordar muito com isso , dou lhe os parabéns pelo seu trabalho neste Blogue.
    Continue o seu trabalho amigo, e voltarei a este espaço sempre que poder.
    Obrigado.

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    1. Olá amigo de 17 de Abril tudo bem?

      Krishnamurti não "serve de comparação a tudo"- mas com certeza ele é uma referência importante quando o assunto é espiritualidade. É impossível ser indiferente a ele ou ignorá-lo.
      Penso que obcecado pelo Osho são seus seguidores. Eu procuro referência em todos que considero autênticos por exemplo: Jesus, Buda, UG, Ramana, Nisargadatta, Lao Tsé, Dogen, os mestres de Yogananda, e até Gurdjieff. O Osho não tinha um ensinamento próprio, não proferiu nada de novo. Trouxe um novo estilo de ser guru. Mas seus ensinamentos nada mais são do que discursos e comentários sobre o que os outros ensinaram. Inegável - no entanto- sua poderosa oratória, grande erudição, notável inteligência e carisma.

      Grato amigo por sua visita e comentário. Esse espaço virtual é nosso.

      Fraterabraços!

      _/\_

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    2. Tudo de bom para você Alsibar..

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  12. Alsibar, esvazie sua xícara quando quiser beber de um ser Realizado.

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    1. Jesus... Essa eu aprendi com 15 anos lendo o Osho- se recicle amigo rsrs. Abcs

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  13. O "erro" de Gurdjieff foi o mesmo "erro" de Krishnamurti, Osho, Jesus, Buda, Mansur, Kabir, ... O "erro" da compaixão pelo ser humano!

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    1. Um dos erros, a meu ver, é por não ter a iluminação interior, colocarmos Osho e Jesus no mesmo patamar! Ai Ai!

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  14. Também concordo com este testo pois o psicologo russo o senhor G criou um sistema que aparentemente parecia ser saudável e elevado mas que deturpava e criava confusões graves em seus seguidores ao qual muitos chegavam a exaustão grave correndo sérios perigos;seus tratados não eram de confrontação como por exemplo os tratados de C.Jung que propunha um confronto entre as mascaras e a sombra,muito pelo contrário os tratados de G eram tratados de auto-castração de todo inútil.Parabéns pelo texto que poucos tem coragem de falar.

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    1. Obrigado pelas palavras e participaçao Sergio! Fica aqui meu sincero abraço!

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  15. Não tem como falar em destruição do Ego, isso é loucura. Refinar o ego é algo que próprio G. Dizia ser quase impossível dado nossa antiga marca causada pelas nossas vidas (anormalmente estabelecidas). Contudo, conheço um pupilo que complementou, continuou e floresceu nesse sistema. Meu querido Jodorowsky parece completar as pontas soltas. Vale a pena

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  16. Todos nós temos percepções de algo conforme os nossos valores, crenças e dogmas. Acredito verdadeiramente que de tudo pode se tirar algo, sendo um observador além do bem ou do mal, a melhor "técnica" que eu acho,e não significa que estou certo "apenas acho" é estarmos PRESENTES verdadeiramente nas nossas ações físicas e mentais, trazendo "luz as trevas e trevas a luz". Gratidão pelo texto e comentários..

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  17. Há algum tempo que tenho curiosidade sobre os ensinamentos de G.
    Encontrei em Portugal um Sr.que sse disponibiliza para ensinar o 4°caminho mas sempre me perguntei como estas pessoas espalhadas pelo mundo funcionavam, como estavam organizadas? Este Sr.pertence a um grupo religioso Unity que integra uma variedade de crenças, um pouco confuso a meu ver.
    O que aconteceu depois da morte de G.?
    A impressão que dá é que cada um faz à sua maneira, EGOS, que se disponibilizam para ser "mestres" mas a troco de dinheiro, SEMPRE! Não encontrei um único que o faça desintessadamente.

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  18. Ao meu ver o grande problema do modelo de Gurdjieff é a carência das práticas. Muito se falar teoricamente mas pouca coisa é aplicável. Ironicamente ele mesmo adverte sobre o domínio do mental e justamente isso que atrapalha o trabalho sobre si, pois entendi logo sei - mas não é bem assim. Uma coisa a se considerar também é o local que surgiu e a ambientação. Nós aqui latinos temos outra codificação. Esperar que os tais mistérios do oriente se encaixem no ocidente é pretensão demais. Isso sem considerar que ele tenta empurrar um modelo de sufismo escondido, não tinha muito como dar certo sem deixar as chaves.

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