Ser simples
não é uma questão de quantidade de objetos que você possui ,
ou até mesmo a qualidade deles. Na verdade, não tem nada a ver com coisas materiais de qualquer natureza. Para sermos simples, temos que ter uma mente simples. Uma mente simples é aquela que não é gananciosa, que não é ávida . A avidez se manifesta quando estamos à procura do mais. Mais isso mais aquilo. Mais reconhecimento, mais dinheiro, mais fama, mais amigos, mais prazer, mais pompa, mais abundância, mais conhecimento, mais propriedades.
A mente presa nas corrente do “mais” nunca será simples e, portanto, nunca estará feliz. Uma mente que não se conhece, será prisioneira do vírus do “mais”. Esta pessoa nunca encontrará paz pois o paradigma da insatisfação estará dominando sua mente e seu ser. Onde estiver e com quem estiver, estará insatisfeita e infeliz. Por isso, muita gente vive eternamente insatisfeito. Por mais que tenha e por mais que acumule, se ela não compreender sua própria mente, viverá em eterna angústia e infelicidade. Dificilmente conseguirá encontrar estabilidade e paz em alguma coisa, sensação ou experiência. E, por isso, estará sempre procurando mais sensações e mais experiências, sejam elas mundanas ou as “espirituais”.
Ora, devido a esta insatisfação mental muita gente se afoga em drogas, bebidas, farras, trabalho, religião, atividades, leituras, relacionamentos etc. Mas aonde vamos chegar assim? É importante voltar-se para si mesmo. O problema nunca está nas coisas, mas em nós mesmos, em nossa incapacidade de nos sentirmos bem. Enquanto não soubermos encontrar a paz e a felicidade dentro de nós, tudo que tocarmos, ou experimentarmos logo, logo haverá de nos enfadar e entediar.
A questão principal é entender como funciona o mecanismo mental. Olhá-lo diretamente para poder compreender sua natureza e funcionamento. E quando, olhamos, vemos que o pensamento, o desejo e o medo estão sempre presentes em nossas vidas. O pensamento teme a dor e, por isso, ao primeiro sinal dela ele foge . Ou busca esquecê-la através de alguma atividade, passatempo, ou qualquer outro tipo de fuga. Assim, nesse caos que é a nossa mente, nesse turbilhão que é o nosso “eu” como pode haver felicidade?
Mas quando a mente aprende a ser simples, libertando-se do “mais” e do “vir a ser”, só então a felicidade se torna possível. Uma mente harmoniosa e pacífica é capaz de encontrar a felicidade nas coisas simples do dia-a-dia. Um simples passeio, um simples descanso, um amigo, um vento, uma brisa, o trabalho…
se a paz estiver dentro de ti, a felicidade também estará.
Quando aprendemos a não permitir que o pensamento estrague a beleza das coisas, então o que chamamos de coisas simples podem tornar-se extraordinárias, dependendo do nosso olhar. O céu, as estrelas, a lua, o mar, o rio, o vento, o som, o silêncio, o riso, o choro, o passear, o sentar, o comer, o dormir, ler, falar, o campo, a cidade, o homem, a mulher, o velho, a criança, a música, o ruído, os pássaros, o estar só, o estar acompanhado...
Então tudo passa a ter uma beleza e magia própria. Mas isso só é possível quando aprendemos a olhar sem a interferência das palavras ou do pensamento. E isso é um das maiores lições que podemos aprender na observação de nós mesmos.
Não há beleza no barulho.
Apenas no silêncio e na paz mental é que a FELICIDADE se torna real.
Alsibar
http://alsibar.blogspot.com
´´ tudo tem uma beleza quando o pensamento não interfere no que é visto ou sentido``
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