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sábado, 26 de novembro de 2011

OS CHAKRAS , O AUTOCONHECIMENTO E UM RELATO SOBRE KRISHNAMURTI- The Chakras, the self-knowledge and a curious report about Krishnamurti

http://alsibar.blospot.com : Krishnamurti e os Chakras
O que são os chakras e qual sua relação com o autoconhecimento? Existe algum perigo em ativá-los antes do tempo ? Você sabia que Krishnamurti relatou o desenvolvimento de seus próprios chakras? Será mesmo importante praticarmos técnicas para ativar os chakras? Ou será que os chakras ativam-se espontaneamente como consequência natural do despertar da compreensão? Vamos refletir juntos? 
O presente artigo não tem como objetivo dar explicações sobre os chakras. Quem quiser saber mais sobre os chamados “centros de força” ou “centros de energia” , pode procurar informações mais detalhadas na Internet. Mas, para os iniciantes e leigos, darei algumas explicações preliminares. Acredita-se que os chakras são centros de energia espiritual que o homem possui em seus corpos sutis. Estes centros  corresponderiam, no corpo físico, a alguns órgãos  vitais . Eles estariam conectados a um sistema energético existente ao longo da espinha e seriam responsáveis pela captação e circulação de energias vitais que sustentam e alimentam nossos corpos - do mais denso ao mais sutil. Na verdade, não existem apenas sete chakras, mas milhares deles. Todavia, os mais importantes são apenas sete e localizam-se nas seguintes regiões: em cima da cabeça, na testa entre as sobrancelhas,  na garganta, no coração, no umbigo, nos genitais e na base da espinha. Nesses tempos de “despertar”, é comum ouvirmos as pessoas dizerem que sentem os chakras vibrando, ou queimando. Neste artigo, discutiremos a relação entre o autoconhecimento e os chakras. Vamos refletir  juntos sobre algumas questões relacionadas a este intrigante assunto? Então, boa reflexão!
Sei que muitos não acreditam que os chakras existam. Também pudera, nenhum cientista conseguiu isolar um chakra em laboratório. Não é de natureza física. Mas sutil e energética. Todavia, independente da ciência acreditar ou não, a literatura que versa sobre os chakras é milenar. Os “videntes” conseguem vê-los com facilidade. E os mais sensíveis conseguem sentir suas vibrações. Ao meditarmos, ou orarmos, sentimos algo vibrar exatamente nos pontos em que os chakras são identificados. Qualquer pessoa pode vivenciar isso. Eu me lembro que, ainda muito jovem, quando comecei minhas meditações, eu sentia leves vibrações no peito e no espaço entre as sobrancelhas. Ou seja, mesmo sem acreditar, sentimos que há algo ali. Uma energia, uma força. Às vezes é uma vibração, às vezes uma tensão e às vezes – com mais raridade- uma queimação. Vários místicos de várias linhagens e tradições diferentes mencionam os chakras. Inclusive a Psicologia Transpessoal. Até mesmo Krishnamurti menciona os chakras em um livro biográfico de Pupul Jayakar[1], uma de suas mais importantes biógrafas. Um curioso relato que veremos no parágrafo seguinte.
 Em 1948, Krishnamurti viajou a um lugar chamado de Ootacamund  (Ooty),  nos vales Nilgiris, estado de  Tamil Nadu, sul da Índia. Foi uma espécie de retiro espiritual. K. estava hospedado em uma casinha nas montanhas e convidou Pupul e Nandini para visitá-lo. Durante este tempo, segundo a biógrafa, vários acontecimentos “estranhos” e místicos ocorreriam com K. Dentre eles, o começo do  despertar dos centros espirituais. Em cartas endereçadas a Nandini – irmã de Pupul- K. relatou o desenvolvimento dos “discos” ( wheels) que é como ele chamava os chakras . Para quem não sabe, chakra é a palavra sâncrita para disco ou roda – o formato  do centros . Este fato foi mencionado pelo próprio K. anos mais tarde, em 1961, em cartas endereçadas a Nandini, sua grande amiga e confidente:
 Mar/12 – “ Os discos de Ooty estão funcionando, causa desconhecida, e outras coisas estão acontecendo”.
May /18- “ Os discos de Ooty estão funcionando a toda força. Estou surpreso.”
Jun/01- “ Os discos de Ooty estão funcionando furiosamente e com muita dor”
Mas, K. nunca mais mencionou este fato e nunca fazia alusões aos chakras em suas palestras. Por que seria? Simples: isso poderia tirar o foco do que é realmente importante, desvirtuando a atenção do ouvinte para coisas secundárias e pueris. E o que é realmente importante? Com certeza não é desejar o desenvolvimento dos chakras mas se autoconhecer. Libertar-se das ilusões do EGO. O resto virá como consequência natural  do percebimento da “Verdade” ou daquilo “Que é”.
Mas, qual seria o grande problema? É o seguinte: muita gente coloca o “carro na frente dos bois” . Muitos  ainda não perceberam que o despertar dos chakras é uma consequência natural do despertar da consciência- e não o contrário. Muita gente pratica  técnicas de mentalização e respiração, para ativar os chakras, como se isso fosse dar-lhes  compreensão e sabedoria. Lamentável engano. E arriscado também. Isso pode  trazer consequências graves e até mesmo fatais. Lembro-me de dois importantes casos registrados na literatura espiritual. A escritora, jornalista e espiritualisata Joyce Collin Smith no livro “não Chame Ninguém de Mestre”[2] relata o caso que aconteceu com ela e com um amigo chamado James Webb. Ambos tiveram uma experiência relacionada com a ativação dos chakras, também chamada de expansão da consciência ou supraconsciência. A escritora descreve que passou a ver a essência das coisas como sendo um grande fluxo, moléculas, universos, seiva das plantas, tudo ao mesmo tempo. A sensação de paz e amor era estonteante, de forma que ela não queria mais voltar a este plano de percepção. Mas fora “obrigada” a retornar, então ela se viu novamente presa em seu corpo e caiu em depressão profunda. Fato que quase levou-a ao suicídio. Seu amigo Webb não teve a mesma sorte. Após a loucura, cometeu suicídio atirando em sua cabeça. Por isso, é importante termos em mente o alerta de todos os mestres : não procure desenvolver os poderes. E quando eles aparecerem, trate-os com naturalidade, neutralidade e indiferença. Do contrário, poderá trazer-lhe grandes problemas. 


      Ativar os chakras de um modo artificial  não constitui atitude muito sábia. Seria o equivalente a amadurecer frutas utilizando-se de carboreto. As frutas não terão o mesmo sabor natural pois seu amadurecimento foi "forçado". Além disso, como a ação ainda parte do EGO - desejo e pensamento- seus resultados serão instáveis e superficiais. Muita gente concentra-se no chakra do coração para poder ativá-lo. Este centro é  responsável pelos bons sentimentos tais como, bondade e compaixão. Mas mesmo este resultado é superficial e passageiro pois parte de uma ação intencional e consciente do EGO. E quando o EGO ainda está no comando, não pode haver nenhuma mutação real e profunda. Outro chackra que muitos tentam desenvolver é o frontal, ou "terceiro olho". Quando ativado, este centro  nos permite ter percepções extra-sensoriais, mas será mesmo que estamos preparados para este tipo de experiência? À primeira vista, pode parecer interessante ler pensamentos, ver e ouvir os seres dos mundos  sutis, prevê o futuro etc. Mas, sem o devido controle, preparo e amadurecimento espiritual, as consequências disso podem ser desastrosas. Indo desde a confusão mental, passando pela depressão e loucura, podendo chegar ao suicídio. A meditação, dentre outras funções, vai preparando a mente e o espírito do praticante para a ativação dessas faculdades. Até mesmo Krishnamurti passou por uma preparação prévia ao despertar. Fenômeno que ficou conhecido como “o  processo”.
Em suma, há um grande risco em se tentar ativar os centros, antes do desenvolvimento da sabedoria. E o que é a sabedoria? Como ela surge? Somente com o autoconhecimento e meditação. Mas, quando aprendemos a nos autoconhecer e quando vivenciamos a verdadeira meditação, sentimos que esses centros começam a ser ativados naturalmente, espontaneamente, em seu próprio tempo e ritmo. Geralmente, quem segue o caminho natural da meditação, é assistido por seres de luz, que aos poucos vão preparando a mente e o espírito do praticante, para percepções mais avançadas. Isso evita e previne os perigos  peculiar ao desenvolvimento dessas forças.
Diante de tais argumentos, acho que fica um alerta: não procure desenvolver os chakras antes do desenvolvimento da sabedoria. Procure, antes, desenvolver a compreensão e a percepção correta das coisas e de si mesmo. Siga o alerta do grande mestre Nazareno:
“ Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino dos Céus e sua justiça e tudo o mais vos será dado em acréscimo”. ( Mt- 6: 33)
O Reino dos Céus está dentro de nós. Encontre-mo-lo primeiro através da meditação e do autoconhecimento. O restante ...? Não precisamos nos preocupar. Virá por si mesmo, no seu devido  tempo, com toda segurança e assistência necessárias.
Muito Obrigado!
Alsibar ( Inspirado)
P.S. Os livros mencionados poderão ser baixados pelo 4shared nos links abaixo:
Não Chame Ninguém de Mestre de Joyce Collin Smith :

Krishnamurti: a Biography by Pupul Jayakar




[1] Krishnamurti- A Biography – Pupul Jayakar – 1986, by Pupul Jayakar , sem tradução para o Português
[2] Joyce Collin Smith – Não Chame Ninguém  de Mestre – 1993- Siciliano

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A FUNÇÃO DO INTELECTO E O DESPERTAR- The intelect function and the awakening

O intelecto e o Despertar http://alsibar.blogspot.com

Qual a função do intelecto para o ‘despertar”? Intelecto “sofisticado” é sinônimo de sabedoria? Devemos desprezar o intelecto ou ele tem sua importância?Qual a relação entre o intelecto e a percepção da ‘verdade’? Como poderemos considerar esta questão? Vamos refletir?

  Não sou nada. O que vou falar aqui são minhas reflexões pessoais sobre o tema, fruto de leituras, vivências e meditação. Para discorrer sobre isso,  faço  uso das minhas faculdades mentais de raciocínio. Por esse simples fato, já percebe-se que o intelecto tem sua importância. Preciso dele para me comunicar, refletir, investigar etc. Também faço uso dele como uma ferramenta de acesso aos conhecimentos científicos, espirituais e culturais . O intelecto tem sua função no mundo. Sem ele não poderíamos viver em uma sociedade moderna  onde a cultura, a leitura , a produção intelectual e científica são tão importantes para todos. 
Os livros nos dão acesso ao mundo do conhecimento
 Todavia, não podemos afirmar que o intelecto é “absolutamente bom” ou “absolutamente mau”. Tudo depende do referencial. Se temos como referência o acesso a cultura do conhecimento e da informação, então ele é bom e útil . O que os sábios tem dito ao longo dos anos é que ele -o intelecto- não ajuda diretamente na percepção do “Verdade”. Sendo, a Verdade, aquilo que está além das palavras e dos pensamentos. Mas até mesmo para saber sobre a "verdadeira função do intelecto" precisamos ter ouvido isto de alguém ou lido em algum lugar. Como, em geral, não temos acesso aos autênticos mestres iluminados os livros passam a ter grande utilidade. Principalmente no começo da busca, período fértil em leitura e pesquisas, essenciais para ampliação da visão de mundo. 

        Mas, o campo de atuação do intelecto é limitado. O problema surge quando a função intelectual, ou pensamento quer conter em si a compreensão  daquilo que é imensurável e insondável. Questão simples de lógica, pouco compreendido por filósofos e teólogos, mas que já fora dito por sábios e místicos ao longo da história. Ora, se o Desconhecido é como um abismo sem fim, um oceano insondável, ou um universo infinito, o intelecto pode ser comparado a um um carro, um foguete, um meio que nos transporta até certo ponto - não podendo  seguir adiante.  Os praticantes de esportes radicais, um astronauta ou mergulhador usam esses transportes para levá-los até certo ponto, até certa altura, após esse limite devem seguir sozinhos em suas aventuras. Da mesma forma é o buscador: deve usar o intelecto como um transporte, um meio, uma ferramenta. Mas, ao dar o "salto para a morte", deve seguir sozinho , sem muletas, sem nada. 
" Apenas sei que nada sei " - Sócrates
  Será que riqueza intelectual lhe aproxima do despertar? Qual a relação entre entre erudição e sabedoria ? É possível se autoconhecer apenas pela leitura de livros de autoajuda? Quantos eruditos iluminados  você conhece? Geralmente, os eruditos ficam tão presos ao conhecimento intelectual que não conseguem a liberdade necessária para o despertar. 


            No Quinto Evangelho Jesus diz: “Aqueles que conhecem tudo, mas não conhecem a si mesmo- não conhecem nada”. Sócrates costumava dizer: “apenas sei  que nada sei”.  Lao Tsé disse coisas similares no Tao-te-ching . Hui-Neng, o sexto e último patriarca Zen era analfabeto. Ramana, alcançou o despertar pelo método direto, sem a ajuda dos livros. Krishnamurti foi à escola mas, coitado, era considerado um “retardado mental” pelos colegas e professores. Estudou o bastante para falar e escrever bem, mas não se formou. Certa vez, um ex-professor seu foi ouvi-lo em uma de suas palestras e ficou emocionado. Não conseguia compreender como aquele menino tão “parvo”, pôde tornar-se alguém com uma sabedoria tão vasta e profunda. Yogananda não gostava de estudar. Mas seu mestre pressionou-o para que terminasse seus estudos formais. Missão que ele só conseguiu devido a intervenção e "ajudazinha" espiritual do seu guru, Sri. Yuktéswar.
"Quem não se conhece, não conhece nada" 

 Pelas evidências, se conclui, que não há necessidade de grandes dotes intelectuais para o despertar da consciência . Por que? É simples: quanto maior o conhecimento, maior a tendência à egolatria. Além disso, o apego ao conhecimento nos impede de perceber as coisas como são. A mente de um intelectual está muito pesada, sobrecarregada de conhecimentos "mortos" que funcionam como “filtros” alterando e distorcendo a percepção direta do Real - daquilo que é. Infelizmente, em geral,  quanto maior o conhecimento, maior é a prepotência. É o que acontece, por exemplo, com muitos estudantes de filosofia. Agem e falam como se tudo soubessem e tudo pudessem. Talvez lhes falte a humildade que surge do verdadeiro autoconhecimento. Muitos são completamente vazios, outros sofrem de sérios distúrbios comportamentais. Eu mesmo conheci  um filósofo que era pedófilo. Fato esse que lhe trouxe grandes problemas para a  vida profissional e pessoal.
É fundamental compreender a função e os limites do intelecto
  Um dos caminhos para o esclarecimento dessa questão é compreender a função e os limites do intelecto. O intelecto é um instrumento que deve ser usado com humildade e sabedoria . Ele é um poder que, se usado de forma errada, poderá trazer grandes infortúnios aos seu "usuário". O intelecto, por sua natureza limitada, não pode ir além dele mesmo. Sendo assim, não lhe é dado acesso à dimensão do Desconhecido. Todos os mestres autênticos são unânimes em dizer que Deus ou a Verdade, está além dos limites do pensamento e que apenas quando este se acalma ou silencia é que a Verdade se manifesta.
Iluminação não significa intelecto morto, apagado.
     Um último esclarecimento: iluminação não significa intelecto morto , apagado. A capacidade intelectual continua a ser usada na hora apropriada e da forma adequada. Ele apenas entra em "standby" . Veja o exemplo do nosso aparelho fonador. Quando não está sendo usado, ele fica quieto, em silêncio. Assim também é a mente  iluminada pela consciência. Usa do pensamento intelectual com parcimônia e funcionalidade. Após seu uso, retorna ao silêncio. Em suma, não podemos desprezar ou demonizar o intelecto.   Mas, para ver a Verdade,  para perceber diretamente Deus, "QUE É” - o intelecto não tem nenhum papel relevante direto. Sendo, na verdade, um empecilho.

Sabedoria é não confundir as coisas e saber o lugar , a função e os limites de cada uma delas.
Alsibar ( intelectualmente inspirado )
http://alsibar.blogspot.com
msn: alsibar1@hotmail.com

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

FAÇA UMA LIMPEZA DE DISCO REGULARMENTE- NO CÉREBRO ! Make a regular cleaning in the brain's hard disc!

Lixo cerebral

Você sabia que nosso cérebro, assim  como o computador, precisa de limpezas periódicas? Você conhece os prejuízos e malefícios que a mente abarratoda de coisas causa na sua vida e ao mundo? Você sabe como fazer um Upgrade e uma limpeza de disco na sua mente? Vamos aprender juntos?

Nossa mente funciona como um computador altamente potente e eficaz. Todavia, ao longo dos anos, ele vai acumulando um monte de resíduos do passado: são os desejos irrealizados, são as mágoas,  as experiências mal compreendidas, as raivas, os desgostos, as lembranças, os condicionamentos, a auto-imagem, as certezas, as esperanças, os pensamentos enraizados, a insatisfação, os medos etc. Está tudo lá, guardadinho no “disco rígido” da cadeia neural do cérebro. Com o tempo, essa camada nociva de lixo morto, vai se acumulando, se acumulando... de tal forma que a mente vai se tornando doente, pesada, neurótica. Vamos nos tornando seres  incapazes de sorrir, de viver o presente, de relaxar, de brincar, de celebrar as coisas boas da vida. Uma parede enooooorme de lixo, um verdadeiro “lixão mental” se interpõe entre você e a felicidade. Incapazes de vivermos plenamente nossos potencias, aos poucos vamos endurecendo, envelhecendo- psicologicamente falando- até que finalmente nos petrificamos, nos coisificamos- e morremos em vida.
Sabe de uma coisa? Tome uma atitude enquanto ainda há tempo. Queime todo esse lixo que  o está impedindo de viver a vida plenamente. Sei que é difícil, pois, por incrível que pareça, nós somos este lixo. Foi isto que nos tornamos ao longos de anos e anos de exposição a uma cultura superficial,  formação  condicionadora e educação ineficaz.  Que cultura é essa que nos impôe um absurdo de conceitos, conhecimentos, crenças e valores- muito mais como um fardo a ser carregado- do que como uma verdade a ser vivida? Buda costumava dizer que devemos utilizar o barco para atravessar o rio, mas depois de usá-lo, devemos abandoná-lo. Não tem sentido carregar o barco ao longo de toda sua vida, tem? E que formação educacional é esta que não nos ensina a SER, mas apenas a ter, a explorar, a usufruir e a competir? Não me estranha que a sociedade esteja um caos- pois nós que a constituimos -somos a origem desse caos. Não nos ensinam nada sobre autoconhecimento, sobre meditação, sobre felicidade interior, sobre paz, sobre uma vida sem conflitos. Ensinam-nos sim, as virtudes na teoria. Pregam aos quatro cantos o amor, a caridade, o bem ao próximo, e os princípios morais e éticos- mas na prática nossos referencias são a corrupção, a roubalheira, a competição, o tirar vantagem, a falta de escrúpulos e de ética, a desonestidade em tudo - quase que absolutamente tudo. Essa é a nossa sociedade. E é este o exemplo que vivenciamos e passamos para a geração futura. E por que não percebemos isso? Por que não nos autoconhecemos. Por que funcionamos no piloto automático e na auto-inconsciência sempre.
Estamos tão anestesiados pelos “amortecedores”, que não nos dói quando fazemos algo de errado. Mesmo sabendo que é errado. “ Ora, mas todo mundo faz!”- é o que geralmente alegamos. É…  Krishnamurti já afirmava: “ Nós somos o mundo!”. E por isso o mundo está desse jeito. Não nos envergonhamos mais. Perdemos a capacidade de autocrítica e autorreflexão- se é que a tivemos algum dia. Durante as cerimônias festivas, como Natal, Páscoa, Semana Santa e datas comemorativas, adoramos falar bonito, abraçar as pessoas, chorar, falar palavras de efeito e frases feitas. Mas não percebemos o quanto fazemos mal ao próximo, aos nossos filhos, aos nossos empregados, a nossa esposa(o), aos nossos pais, aos nossos irmãos, familiares, amigos e companheiros de trabalho. Vivemos numa sociedade de competição e hipocrisia absurdas. O importante é mantermos sempre a pose e a imagem de que somos éticos, justos e honestos. Mas, é só pose mesmo. Sutilmente, na surdina, damos sempre “aquele jeitinho” para que as coisas ocorram não como deveriam ser. Mas como queremos que sejam- mesmo que isso signifique burlar os princípios e valores que tanto dizemos valorizar- que nos foram passados pelos pais, livros e professores. É assim, em quase tudo em nossa vida. Em todas as esferas. Nos concursos, nos editais, nas seleções, nas concorrências públicas. Seja nos mais altos escalões do governo, ou em simples ações no nosso trabalho, no nosso dia-a-dia. Simplesmente, não nos conhecemos. Não nos vemos e temos vergonha de nos encararmos. Pois isso é doloroso. E o que menos queremos nesta vida  é sofrer. Deve doer, ver nossa verdadeira imagem. Não aquela que passamos . Não aquela que vendemos aos quatro mundos. Mas como ela realmente é. De fato. Na prática. Será que dói?
Por isso que a sociedade é o que é. Sendo ela, uma extensão de nós mesmos. Por isso que se cada um não tomar consciência e fizer sua parte- nada mudará. Por isso que a meditação e o autoconhecimento são tão importantes. Não a meditação que nos põe a dormir mais ainda- esta forma de meditação de nada adianta. Apenas alivia a nossa dor interna diante das crises causadas por nossas próprias contradições.  E o autoconhecimento, não tem nada a ver com “descobrir nossos defeitos”. Elencá-los numa tipologia fajuta e superficial. "Meu defeito é ser perfeccionista”- pronto, acha que se autoconhece. “Meu defeito é confiar demais nas pessoas”- e assim por diante. O autoconhecimento é um “tratamento de choque” nas nossas ilusões, nas nossas projeções e na nossa autoimagem- que em geral nada tem a ver com a realidade. O autoconhecimento só se realiza quando percebo o quanto sou medroso, como me acovardo diante das situações em que meus princípios deveriam ficar acima dos meus interesses. Em geral, acontece exatamente o contrário: “danem-se meus princípios, o que vale são os meus interesses!”. Estes devem vir em primeiro lugar. Mesmo que isso signifique trapacear, enganar, burlar, corromper, agir sem ética e ser desonesto. E por isso, a sociedade continua como está. E por isso o mundo está como está. O problema é que depois reclamamos da violência,  da tristeza, das catástrofes, do vazio, da angústia, do sofrimento, do carma, das desigualdades sociais, do governo, das doenças, das neuroses, da loucura, das fatalidades, do stress, da velhice, da dor e da morte. E não percebemos que este é o outro lado da moeda. É a hora da colheita. O que isso tem a ver com a nossa mente? Tudo!!!
Por isso, sempre que puder faça um “Upgrade”, renove-se. Ressignifique  seus valores, crenças e velhas certezas. Reflita, reflita muito- sempre que puder faça uma autorreflexão sobre suas atitudes, pensamentos, ações e sentimentos. Veja se sua prática corresponde ao que você ensina e prega aos outros. Senão, está na hora de mudar, de fazer um Upgrade. Mas também não esqueça do mais importante: fazer uma “limpeza de disco” sempre e quando puder. Você pode começar fazendo à noite, ao dormir. Depois estenda isso pela manhã, ao acordar. E finalmente, sempre quando se lembrar: na espera do dentista, do médico; diante da tv; no carro, ou no ônibus. Ou diante de um pôr-do-sol, sentado na grama, ou na areia da praia. Ou, até mesmo no banheiro. Na  área de alimentação do shopping- enquanto espera ser atendido. A limpeza de disco deveria ser feita a todos instantes e momentos. Ou pelo menos, sempre que nos lembrássemos.
Mas, tem um momento que a “limpeza de disco”  não pode faltar de jeito nenhum. É depois de uma discussão com a esposa(o), amigos e familiares. Depois de uma separação, discussão, stress, desentendimento, decepção ou frustração. Depois de uma perda dolorosa. Depois de um acontecimento que lhe deixou triste e desiludido. Nesses casos, a limpeza de disco não só é importante, como também é fundamental. Ela nos protege dos rancores, dos traumas e da depressão. Ela faz com que nossa mente e nosso ser  se renove e se prepare para a próxima lição da vida. Ela permite que o passado, com sua pesada carga de dor e pesar, seja descartada, jogada no lixo permanentemente. Só assim, poderemos ser mais felizes e ter mais qualidade de vida. Só assim, vivendo e ensinando aos outros essa prática altamente salutar e eficaz é que, aos poucos o mundo vai mudando, a partir de nós mesmos. Aos poucos vamos estendendo isso aos nossos familiares e amigos.  E assim vamos  criando uma cadeia de mudanças. Se apenas uma pessoa, aprender a fazer a “limpeza de disco” e ensiná-la com humildade, paciência e desinteresse , estaremos, certamente, contribuindo, fazendo nossa parte para que o mundo possa tornar-se um lugar melhor . Não nos importemos com os números, nem com os resultados. Façamos nossa parte e  o Universo se encarregará do resto.
E então vamos fazer nossa limpeza de disco e nosso Upgrade? Que tal começar agora? É bem simples, basta reservar poucos minutos do seu dia para meditar. Meditação é simplesmente a observação, percepção das coisas dentro e fora de nós sem nenhum tipo de escolha, julgamento, crítica , classificação, nomeação ou comentário. Nessa percepção e consciência,  há uma quebra do velho “piloto automático” e passamos a nos conhecer melhor. Nos autoconhecendo, vamos aprendendo a conhecer o próximo. Conhecendo o próximo, vamos aprendendo a amá-lo, compreendê-lo e respeitá-lo. E assim, vamos criando um efeito cascata que certamente, trará grandes beneficios não só ao indivíduo que o pratica, mas a todos que aprendem e ensinam aos outros.
E então, já fez sua limpeza de disco hoje? Não deixe para amanhã. Faça-o agora! 
Alsibar (inspirado)
msn: alsibar1@hotmail.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

AQUELE QUE SE AUTOCONHECE - The one who knows himself


O que é o autoconhecimento ? Como supostamente vive e age uma pessoa que se autoconhece? Que relação tem o autoconhecimento com as necessidades psicológicas e biológicas do sujeito? Vamos investigar juntos?
O autoconhecimento, não é um processo com começo, meio e fim. Não é uma espécie de curso ou habilidade que se aprende, alcança-se um resultado e depois se esquece. “Aquele que se autoconhece” é apenas uma expressão para referir-se ao indivíduo que alcançou o pleno conhecimento dos limites, funções, artimanhas e ilusões do ego. E soube ir além disso tudo. A verdade é que  o autoconhecimento nunca chega a um fim. É um processo dinâmico, ilimitado, infinito. Vivemos em constante mutação. Nossos pensamentos, atitudes, emoções e reações estão em constante e perene movimento. As situações, as percepções e o que passa em nossa consciência- é um universo infinito- sempre se autorrenovando, sempre se recriando. E é nesse mundo de relações variadas e infinitas que o autoconhecimento se realiza. 
Alguém que “alcançou” este estado, é alguém que  tem plena consciência de si. Suas atitudes estão em plena harmonia com o que prega e ensina. Sem as famosas contradições e incoerências  que caracterizam boa parte dos homens. Sendo assim, não é um hipócrita. Não pode ser.  Há nele uma harmonia. Uma perfeita conexão entre mente, corpo e espírito. Mas, essa integração, não é alcançada através do pensamento. O pensamento não integra. Ele desagrega, desuni, fragmenta. Por isso que este homem tornou-se um verdadeiro “indivíduo” no sentido pleno da palavra: aquele que é indiviso, uno em si mesmo. Aquele que se autoconhece é alguém humilde  não de uma forma consciente e proposital. Ele não quer “tornar-se” humilde para ganhar a aprovação das pessoas ou as beneces dos céus. Sua humildade é um fenômeno natural. É o resultado, uma consequência de sua  libertação do sentido do “falso eu”, ou ego. Há dentro dele uma dimensão desconhecida e inexplorada. E é a partir dessa dimensão que ele percebe o mundo ao seu redor.
O homem que se autoconhece vive em duas dimensões diferentes: a interior e a exterior. Exteriormente, ele vive uma vida comum. Trabalha, estuda, ama, come, bebe, dorme, lê, se diverte- faz tudo o que uma  pessoa normal faz. Mas, como seu mundo interno é de silêncio, paz e harmonia, isso acaba se exteriorizando na maneira dele tratar as pessoas , a vida e as coisas em geral. Mas não dá para descrevê-lo ou prever suas atitudes, pois  elas não estão radicadas no conhecido ou previsível. Elas são como o rio, como o vento, como a natureza – às vezes selvagem, às vezes ordenada. Às vezes um cosmos, à vezes um caos. Às vezes criação e às vezes destruição. Nosso pensamento – lógico e racional- não consegue compreendê-lo, nem acompanhá-lo.
 Todavia, uma coisa é certa: o homem que se autoconhece é alguém liberto do conflito,  da dor, da angústia, da dúvida, da arrogância, do orgulho  e do egoísmo. Os desejos biológicos e as necessidades humanas ainda o acompanham- mas ele os vê como fenômenos passageiros, assim como o são seus pensamentos, suas emoções e todas as coisas no Universo. Livre da ignorância e cegueira , ele não quer ser melhor ou superior a ninguém, pois  não há mais o desejo de ser “mais” ou melhor . Ele se sente feliz e satisfeito dentro de si, independente de qualquer situação ou de qualquer coisa.
 Este homem é um verdadeiro espiritualista. Ele nunca se arvorará como dono da VERDADE , nem dono de nada, pois está livre dos pensamentos de “EU” e “MEU”. Por isso, aceitará as opiniões contrárias uma vez que  está livre da ilusão de que existe uma verdade absoluta. Ele não precisa “provar nada pra ninguém”. Nem é candidato a nada, nem quer juntar nada no céu. Assim,  não quer ser santo- no sentido em que a sociedade entende. Sabe ele, que enquanto houver ego, não poderá haver paz, nem paraiso- seja neste ou em qualquer outro mundo. Por isso, seu céu e seus tesouros - é a paz abundante e ilimitada- que nenhum dinheiro poderá comprar ou pagar.
O homem que se autoconhece superou suas necessidades psicológicas, não as biológicas.  Por isso não será contra o prazer- pois é parte da vida e das necessidades do corpo. Sabe ele, que este tem suas próprias necessidades e seu próprio ritmo de desenvolvimento. Libertar-se do domínio do pensamento e do ego, não significa negar o corpo. Este  deve  ser considerado como um instrumento ,  um carro ou um animal do qual nos beneficiamos e que- por isso- devemos cuidar e zelar para que não quebre, não se acabe, não adoeça, nem morra.
Aquele que se autoconhece continuará agindo, fazendo sua parte, cumprindo sua missão. Mas sua mente estará totalmente liberta do EGO ou do “FALSO EU” como diz o GITA. Viverá na Consciência, na percepção clara do  aquiagora que é Atemporal , Eterno e Desconhecido. É livre, não porque pensa que é- mas porque superou os limites do pensamento através do verdadeiro autoconhecimento!
ALSIBAR (inspirado)
msn:alsibar1@hotmail.com



terça-feira, 13 de setembro de 2011

O AUTOCONHECIMENTO E O EGO



Quem sou eu?
 
Como se dá a relação “autoconhecimento” versus EGO? Como o autoconhecimento se realiza na prática? Quais os principais perigos, ilusões e erros que geralmente se comete? Vamos refletir juntos sobre este assunto?
O autoconhecimento é parte da vida e só pode ocorrer nas relações com as pessoas, coisas, pensamentos, sensações, emoções, reações e situações. Assim, a primeira coisa que precisamos ter em mente é a seguinte pergunta: existe o ANALISADOR que irá se autoanalisar ou se autoconhecer? Ora, sabemos que este “analisador” é parte daquilo que se está querendo analisar, sendo, portanto um equívoco separar os dois. O autoconhecimento só pode acontecer quando eu me percebo de uma maneira holística, total, englobando tanto o objeto de conhecimento- que sou eu , meus pensamentos, emoções, reações, desejos etc (EGO) e aquele que está querendo se autoconhecer, que percebe, analisa, faz comparações, julgamentos e conjecturas (EGO também).
Essa compreensão é pouco estudada, tanto nas escolas de mistérios, quanto nos meios acadêmicos. Na área da ciência, notadamente a física e a mecânica Quântica, sabe-se hoje que o observador influe no fenômeno observado, alterando, portanto a própria observação. No campo da psique, Krishnamurti foi o primeiro a ressaltar o perigo de tal processo. Antes dele, não percebíamos o perigo que da divisão “observador-coisa observada”. Quando o sujeito se autoanalisa, ou se autoavalia, o próprio observador “polui, altera, distorce” aquilo que ele observa. O resultado é a ilusão de que ele está se transformando, evoluindo, ou amadurecendo quando- na verdade- está se iludindo pois o centro, o observador, o EGO ainda continua na forma, justamente de “observador-analisador”.
Talvez isso explique porque há tantas competições e conflitos em todas as organizações sociais, políticas , religiosas e também no mundo virtual. O EGO é um câncer malígno e poderoso que penetra o espírito e a mente dos seres humanos impedindo que eles vejam a VERDADE e  LIBERTEM-SE. Na Índia é chamado de Maya- Ilusão. No Ocidente é mais conhecido como Satã ou Diabo. Mas, na verdade, somos NÓS MESMOS. É a nossa própria mente, são nossas autoimagens, nossos desejos, nossa insatisfação, nossa ambição, nossa inquietação, nosso vazio, nossa busca por poder e pelo “mais”. Nós mesmos criamos esse monstro, essa entidadade usurpadora, sutil e perigosa. Buda dizia que os homens que  protegem o EGO é semelhante a um homem tolo que cuida de uma cobra como se fosse um filho.
Temos dificuldade para aceitar o fato de que nós somos o EGO . Não conhecemos outra forma de ser, não conhecemos outra “entidade” além dele. A mente, em sua sagacidade separa-se do EGO e diz “ Sou EU SUPERIOR, sou a ALMA, o ÁTMAN!”. Será? Será que Átman,  Eu Superior estão na dimensão da minha mente? Será que posso afirmar tais coisas assim como afirmo sobre minha casa, profissão, nome ets? Será que quando  afirmo isso, não é o EGO quem fala?  Será que a “essência incondicionada, eterna, incriada, ilimitada , original e pura”  pertence à dimensão das palavras, do pensamento? Por isso, que muitos mestres preferem afirmar que o Átma é mais uma das criações de nossa mente estúpida. E, dependendo do ponto de vista, é mesmo. O EGO se “disfarça” de Átman e Eu Superior como forma de dar continuidade a si mesmo. É uma “armadilha” como disse uma amiga.  Átman é apenas uma palavra.  “Aquilo” , a essência, não é desta dimensão, nem pode ser  pensado, nem nomeado, nem definido, nem conhecido. Enquanto imaginarmos, sonharmos ou buscarmos o Átman como algo alcançável pelo nosso pensamento e desejo- o EGO subsistirá.
ALSIBAR (inspirado)


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A CENSURA NOS BLOGS E O AUTOCONHECIMENTO



A Internet é um espaço livre para opiniões e pensamentos diversos? Você alguma vez já foi alvo de censura na Internet? Se um Blog se diz aberto às discussões, por que então não publica os comentários? Qual a relação entre estas atitudes e o autoconhecimento?Leia o artigo abaixo e reflitamos juntos sobre estas e outras questões.

É fato notório a quantidade de Blogs que proliferam na Internet. Muitos deles são sobre espiritualidade, autoconhecimento, canalizações, terapias, esoterismo, religiões e outros assuntos afins. O que mais me intriga em alguns desses blogs é a forma como eles censuram as opiniões que discordam da sua maneira particular de pensar. Sei que é um assunto polêmico, pois, teoricamente, o Blog é “dele”, todavia me espanta que estas censuras partam principalmente daqueles que se apresentam como espiritualistas. Ora, se não aceitam o contraditório, por que colocam na descrição do Blog expressões como “ discussão, reflexão, trocas de experiencias e idéias”? É, no mínimo, estranho.
Pouca gente sabe mas, eu criei este blog, depois que li  coisas absurdas sobre Krishnamurti em um desses blogs-ditos- espiritualistas . Ora, me senti no dever de, pelo menos, dar minha opinião sobre algumas afirmações que considerei errôneas e equivocadas. Qual não foi meu espanto ao constatar que meu comentário não fora publicado. Fiquei indignado pela desonestidade e covardia do blogueiro. É verdade que qualquer tem o direito de ser autoritário. Mas, estou falando dos blogueiros que na teoria demonstram serem abertos à discussão (na descrição do blog) e, na prática, revelam atitudes completamente contrárias ( ao não publicar a opinião discordante). Não estou me referindo a baixarias, ou comentários maliciosos- mas da opinião que, apesar de discordante, respeita o artigo do autor. Ou seja, pelo que me parece, são pessoas que não aceitam as críticas, como se fossem os donos da verdade. Agem como verdadeiros ditadores no  seu “espaço virtual” e, no entanto, posam de espiritualistas de mente aberta.
Isso me faz refletir sobre outras questões mais profundas. A verdade é que a visão que muita gente tem sobre espiritualidade está totalmente equivocada. Ainda acreditam que ser uma pessoa espiritualizada é conhecer muitos livros de ocultismo. Ou, fazer parte de organizações esotéricas para conhecer seus segredos e rituais . Não é à toa que Krishnamurti surgiu em uma das mais famosas escolas de mistério do mundo. É muito significativo isso, pois, é como se dissesse a eles- “vocês são tolos querendo conhecer os mistérios do Universo antes de conhecerem a si mesmos!”

O que pode surgir disso? Magos Negros? Homens arrogantes pelo seu conhecimento das forças ocultas? Do que vale tanto conhecimento? Ou , do que vale fazer viagens astrais, ler pensamentos, usar os poderes da mente – quando nos falta o principal- o conhecimento de si? Infelizmente, até mesmo a concepção de autoconhecimento está deturpada em alguns desses movimentos. Eles pregam o autoconhecimento dentro de uma perspectiva teórica confusa e equivocada. Há, inclusive,  práticas ritualísticas e disciplinas, que nada tem a ver com o verdadeiro conhecer-se. O  autoconhecer-se não é “saber que se é alma imortal” , ou  “conhecer seus erros e defeitos para poder trabalhá-los depois”. O verdadeiro autoconhecimento é poderosa força de libertação da ilusão do EGO. Essas práticas, apenas perpetuam-lo disfarçado de SELF ou EU SUPERIOR. Não é possível que o EGO analise o próprio EGO como se fosse algo diferenciado, separado de si mesmo.
Por isso que muitos “espiritualistas” não conseguem perceber sua próprias atitudes- como aquelas que citei sobre a censura nos blogs. Confundem sabedoria com conhecimentos livrescos e nem por um instante percebem o quanto o orgulho e o ego dominam seus espíritos. A atitude de censura nos blogs é apenas a ponta de um Iceberg. O problema por vezes é muito mais profundo. Como devem agir com seus subordinados, filhos e amigos ? Como devem tratar seus companheiros de viagem que discordam de suas opiniões? Será que com a mesma atitude autoritária? Mas como ele poderá perceber isso tudo? Quem vai acordá-lo desta ilusão? Como poderá despertar deste sono?
Não pode pois o EGO não deixa. Se for uma pessoa que tenha poder e posição, seja em casa, no trabalho ou numa organização- ninguém  terá coragem de dizer-lhe a verdade sobre suas atitudes- por puro temor. Mas, mesmo que dissessem, sua arrogância, seu ego, seu orgulho ferido, logo se voltaria contra esta pessoa e a esmagaria com todas as forças que tivesse. Lembrando que esta pessoa- hipotética é claro- se considera espiritualista. Só um grande choque poderá fazê-la refletir sobre suas próprias atitudes. O problema é que muita gente, ao passar pelo choque da crise ou resolver temporariamente o problema- logo, logo volta  a sua antiga arrogância e orgulho. Poucos, fazem a autorreflexão e procuram mudar. Alguns tentam mudar mas não conseguem e por quê? Simples: faltam-lhes o autoconhecimento. O único caminho que pode fazer uma pessoa realmente mudar, transformar-se  e evoluir.

Benditos são os que conseguem trilhar este caminho - pois não há outro.
ALSIBAR (inspirado)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CRISES REPETITIVAS - Repeated Crises

  


O que são as crises? 
São situações de ruptura que desencadeiam mudanças . Elas são decisivas para produzir transformações necessárias à expansão da vida. Certas situações críticas são tão dolorosas que deixam marcas profundas em nossa psique - e até no corpo. Doenças  físicas e  psicológicas tais como: stress, pressão alta, depressão, distúrbios mentais e comportamentais- são alguns exemplos de marcas deixadas pelas crises.  Algumas crises são passageiras, outras estão sempre se repetindo, numa espécie de "eterno retorno"- mudam o cenário e os personagens - mas o roteiro básico é essencialmente o mesmo. É difícil entender como os mesmos problemas  teimam em retornar- por mais que tentemos evitar. Quem nunca teve uma sensação de " Dejavú" do tipo: "eu já vivi isso antes". A impressão é de estar preso  numa espécie de  “looping” do tempo. A questão é : como libertar-se desse círculo vicioso?

O COMEÇO DA LIBERTAÇÃO
 Perceber a própria parcela de culpa no encadeamento das crises é o começo da libertação. Entender o processo de fuga também. Fugir para as igrejas, drogas, futebol, relacionamentos, estudo, trabalho, sexo ou alguma outra atividade superficial, não impede o reaparecimento desses pesadelos recorrentes. Mudanças superficiais não atingem o cerne do problema e, por isso, eles voltam a aparecer. É necessário que se extraia as raízes do problema, de forma que não cresçam mais.  Mas onde estão estas raízes? Como exterminá-las de forma que não voltem a brotar?

PRIMEIRO PASSO : ASSUMIR A CULPA

  Ao admitir que as raízes estão dentro de si , um trabalho sério de libertação começa a ser realizado. Mas admitir isso não é fácil . A dor causada pela percepção da verdade sobre nós mesmos é muito forte- em alguns casos- insuportável . Olhar para si mesmo, ver os próprios erros e falhas é um verdadeiro chute em nosso orgulho . Isso pode ser angustiante, principalmente para aqueles que  idealizam demais a si mesmos.  Todavia, a verdade é que a situação crítica é criada pelas atitudes, pensamentos e sentimentos plantados no ontem. É preciso ter coragem  para admitir que tudo o que está ocorrendo - todas as crises e suas repetições - é resultado de nossas próprias ilusões e falhas do passado.

SEGUNDO PASSO: ARRANCANDO AS RAÍZES

Depois do primeiro passo, vem o segundo: arrancar as raízes causadoras das crises . Ora, isto poderá ser feito através de alguma ação direta da vontade? Ou haverá outra possibilidade?  Existe uma ação que não parta do ego, do centro- causador de todo o problema? Esta ação não é algo que se faz -mas surge com o percebimento da verdade sobre si mesmo- sem condenação ou julgamento- de qualquer espécie. É nessa hora que se deve ter muito cuidado . Deve-se olhar para si mesmo como realmente se é- e não a imagem idealizada criada por nós. Ora, se já nos vemos como seres perfeitos, completos e acabados - não há chances de mudanças ou transformação.  O que somos realmente? Ego, tristezas, desilusões, sofrimento, esperanças, condicionamentos, memória, vazio, desejo, conflitos etc. E, partindo desse pequeno feixe de retalhos - nos identificamos com algo maior que nós: Deus, Luz, Eu Sou etc. Mas quando o ego se  identifica com algo maior do que ele o resultado final é sofrimento e decepção. Tem-se que ver a realidade do que somos- não através do filtro do ego, da palavra, do pensamento- e sim no silenciar destes.

TERCEIRO PASSO : A VERDADE LIBERTA

Encarar a verdade transforma e liberta . Talvez, em nossa essência, sejamos luz, amor, paz etc. Mas não é isso que importa  nesta questão. É preciso que a pessoa se veja como é na atualidade e não na possibilidade.   E o que somos atualmente? Somos um movimento de forças em perpétuo conflito e contradição . Um emaranhado de energias desconexas e impessoais buscando a supremacia, a continuidade e a felicidade permanente . Um monte de lixo , metais comuns sendo cuidado como se fosse ouro . Talvez haja ouro por baixo de tanto lixo, mas isso é apenas uma possibilidade .
Enquanto a pessoa  não encarar sua própria verdade interior, a MATRIX da ilusão continuará dominando e escravizando .Daí a importância do estar consciente de seus próprios movimentos e realidade interna de forma direta- sem intermediários.

O AUTOCONHECIMENTO NÃO É UM PROCESSO DUAL

Compreender que o autoconhecimento não é um processo de análise dual constitui o quarto passo. Infelizmente,  poucas pessoas não compreendem o que é autoconhecimento. Muitos acham que é encontrar defeitos, julgá-los, admiti-los, e lutar contra eles. Nada mais equivocado . A análise parte do ego e como o ego iria analisar a si mesmo? Não pode .  A liberdade não está na autoanálise ( processo dual EGO-OBSERVADOR x EGO-OBJETO OBSERVADO). Nem mesmo na busca ansiosa pela autoconsciência, estado de alerta ou lembrança de si .  O motivo é muito simples : se há esforço, expectativa ou desejo, então o resultado será frustrante pois o ego não tem como por cabo a si mesmo. O desejo não pode cessar o próprio desejo, através do desejo. Esses são sinais claros de que o Ego "poluiu" o processo do autoconhecimento. No verdadeiro autoconhecimento, não existe dualidade. Isso é um paradoxo difícil de ser entendido. Em outras palavras: o estado de percepção/observação/autoconhecimento só se realiza através do não-esforço e da não-dualidade. Se alguém quer despertar seus poderes adormecidos tem que entrar na dimensão da unidade -onde não há nem o eu que busca (observador), nem o desejo (a ânsia pela observação), nem o objeto de busca (a transformação). Há simplesmente o observar, o perceber, o conscientizar.

APENAS FIQUE CONSCIENTE !
Quinto passo: apenas observe- sem fazer nada . Percebemos o mundo ao nosso redor através da "cortina" do EGO.  Esse EGO é como espelho distorcido que impede de ver a realidade como ela é . Essa verdade é o que você  é agora, não o que será no futuro. Evite as idealizações e projeções. Este é o verdadeiro  autoconhecimento. "Olhe" para si mesmo. Olhar é ficar consciente de seus pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, reações e atitudes diante dos desafios e circunstâncias reais.  Mas se no começo for difícil- não deixe a ansiedade lhe dominar ."o desejo, a expectativa" de se alcançar este estado , ou mesmo de prolongá-lo -cria um novo problema. Por isso, não se esforce, não ansei por isso. Deixe que este estado "venha" naturalmente, que ele se estabeleça por si mesmo. Mas, faça sua parte: sempre que se lembrar mergulhe nisso. Evite analisar, criticar ou julgar aquilo que você percebe em você- seja o que for.  Tais atitudes apenas fortalecem o EGO, impedindo seu enfraquecimento e a transformação do centro . 

A CONSCIÊNCIA TRAZ A LIBERTAÇÃO
O sexto passo : consciência passiva . Se preferir, você pode reservar alguns momentos do dia  para entrar neste estado.   Mas , não se prenda a horários e rotinas. Todavia, se quiser, você pode reservar alguns momentos do dia - pela manhã ao acordar, à noite antes de dormir- para "VER".
Lembre-se : nesse estado, não há ator, não há entidade, não há Ego. Há apenas uma "consciência passiva" daquilo que é percebido. Mas não se deve achar que este é um estado de passividade mórbida. Não é. Há muita ação na observação silenciosa- apenas ela não é percebida pelo cérebro .Krishnamurti dizia :  "o observador é a coisa observada" . A partir daí, inicia-se um movimento, sutil, misterioso, além da atuação do ego. Esse "movimento" ativa as energias poderosas inerentes ao ser humano e elas estão fora do campo de atuação do EGO, do pensamento.

 Somente a CONSCIÊNCIA PASSIVA faz nascer o poder capaz de enfraquecer e vencer as atitudes recorrentes, mecânicas e condicionadas do EGO- responsáveis pelas crises repetitivas. Ao estabelecer-se uma mudança no centro controlados, as coisas mudam. E as crises cumprirão sua verdadeira função: a de desencadeadora de mudanças profundas no sujeito, fazendo com que ele evolua, cresça e se expanda em sua viagem rumo ao infinito!
               
Autor: Alsibar