quarta-feira, 23 de novembro de 2022

A LIBERTAÇÃO DA MORTE - Estudos Avançados do Krishnamurti libertação da ...

QUANDO A MEDITAÇÃO SE TORNA UMA PRISÃO by Alsibar Paz

Uma das grandes descobertas do caminho espiritual é, sem dúvidas, a Meditação. Praticada por monges e adeptos de quase todas as religiões, meditar traz benefícios não só espirituais, mas também físicos. No campo terapêutico, ela ajuda a diminuir o stress, a pressão alta, insônia, ansiedade, nervosismo; melhora  a concentração, o equilíbrio, etc. além de vários outros benefícios para a saúde e o bem estar. Todavia, no campo "espiritual' ou 'psicológico', sua ação é bastante limitada.

Para entender esse problema é preciso saber o que é Meditação. Meditar é uma técnica ou ação que visa a um resultado. Por exemplo, se tenho algum medo, ou fico muito nervoso diante de alguma situação - puxar papo com alguém, falar em público, andar de avião, etc.- a meditação ajuda a estabilizar a mente, levando-a a um estado de maior equilíbrio e relaxamento. 

Durante a meditação, a mente tende a se acalmar por conta da desaceleração causada por pequenas ações como, por exemplo, a observação da respiração, dos pensamentos, do silêncio mental, do momento presente, etc. Em todos esses casos, há sempre um 'fazedor", uma entidade, um 'eu' atuando sobre a realidade, além de um objetivo - aquilo que pretendo alcançar: calma, equilíbrio, paz, saúde, autocontrole, etc. É importante notar que há sempre uma dualidade (eu e o problema que quero resolver ) e um conflito entre 'aquilo que é ' (o fato, a realidade) e aquilo que 'deveria ser' ( o ideal, o objetivo). Para aqueles que buscam resultados de ordem física e psiquíca, a meditação é perfeita como parte da terapia. Mas se você busca resultados de ordem espiritual, a meditação técnica tem pouca utilidade, podendo, inclusive, tornar-se um obstáculo.

Explico: se você procura a Verdade, Realidade, Deus, iluminação ou despertar espiritual, então a meditação poderá até lhe ajudar no começo, mas depois terá que ser abandonada. O motivo é bem simples: se você anseia transcender a dualidade, alcançando a unidade, a meditação - enquanto prática ou técnica - mantém justamente aquilo que você quer se libertar. Como já citei antes, na meditação existe um 'meditador' manipulando conscientemente uma técnica, visando um determinado fim. A dualidade será mantida enquanto psicologicamente houver um observador (eu) de um lado e a coisa observada (situação que quero me livrar) do outro. E também enquanto existir o 'agora' e o 'futuro" que é aquilo que pretendo alcançar ( tempo psicológico). Como sair desse dilema?

É o seguinte: na verdadeira Meditação não pode haver prática, nem praticante, nem técnica nenhuma ( incluindo a tal da observação dos pensamentos ou do agora). No verdadeiro estado meditativo não existe um  ' eu' consciente da meditação, do problema, do agora ou do objetivo futuro, pois todos esses elementos são verdadeiras prisões para aqueles que buscam a libertação do tempo, do conflito e do ego.

Tudo isso é confirmado por Krishnamurti que, certa vez, ao responder a seguinte pergunta feita por seu sobrinho Jiddu Narayan:

' Qual é a essência da meditação?', disse:

- É nunca estar consciente de que se está meditando!

 By Alsibar Paz

22/11/22

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