Michael Jackson, Amy Winehouse, Elvis Presley, Elis Regina, Janis Joplin e Cássia Eller |
IMarilyn Monroe, Elvis Presley, Michael Jackson, Janis Joplin, e no Brasil :Elis Regina Cássia Eller e, a última vítima : Amy Winehouse, dentre outros, o que as mortes trágicas dos artistas famosos nos ensinam? Que lições podemos tirar de tragédias como estas? O que isto tem a ver com todos nós? É o que tentaremos explorar no texto abaixo.
Amy Winehouse era considerada uma das maiores divas da música soul. Talento inato, voz singular e uma vida permeada por escândalos envolvendo bebida e droga, logo cairam ao sabor da imprensa sensacionalista e também da imprensa séria e especializada. Nesta última, o destaque eram elogios de público e de crítica que tornaram-na uma estrela de talento reconhecido e valor musical incontestável. Rapidamente a diva ganhou o mundo. Milhares de fãs no mundo todo, inclusive no Brasil, reafirmava o talento da grande estrela britânica. A grande incoerência disso tudo é que a popstar, apesar do dinheiro, fama e reconhecimento, não parecia feliz e realizada. Será isso um fato isolado ou ele diz respeito a todos nós? Não teria isso a ver com a falsa idéia de que o dinheiro e a fama podem nos trazer felicidade? Será que também não compartilhamos desta ilusão?
É fato que boa parte da estrutura social e psíquica da sociedade capitalista está cada vez mais prisioneira de concepções errôneas sobre a felicidade e o bem estar. Quando somos muito pobres, melhorar de vida passa ser nosso principal escopo na vida. Mas quando já temos tudo, de repente, vem a desgraçada constatação : já tenho tudo e mesmo assim não sou feliz, como pode ser? E então o que o indivíduo faz? Se tivesse um pouco de sabedoria – como parece ter alguns famosos como Jim Carrey e Oprah Winfrey - voltam-se para o interior, para a meditação, para o autodescobrimento e ali, encontram o equilíbrio necessário para suas vidas. Mas, se por infelicidade, azar, ou carma, refugiam-se nas drogas e na bebida, passam a trilhar um caminho perigoso onde a perspectiva de um fim trágico torna-se inevitável.
Alguém um dia me perguntou se a meditação pode salvar as pessoas do vício das drogas. Acredito que pode, mas é muito mais difícil e complexo. Digo isso por uma constatação muito simples: os não viciados em drogas são viciados em outras coisas como, por exemplo, no pensar automático, nos devaneios, na religião, no futebol etc – elementos que funcionam como “amortecedores” usando a terminologia de Gurdjieff. Esses amortecedores são mecanismos usados pela Matrix (Ilusão) para que não percebamos nossas próprias contradições e assim, possamos de repente, despertar ou querer despertar. Assim, os amortecedores são muito diversos e ao gosto de cada um. Pode ser jogos, sexo, pessoas, livros, cigarro, religião e daí por diante. Não há problema no uso de alguns amortecedores quando você está consnciente do que são. Mas os amortecedores que atingem o corpo físico e o prejudica, são muito perigosos pois podem levar à doenças graves e à morte.
Assim, para despertar, o viciado tem uma tarefa hercúlea pela frente: além de lutar contra os vícios normais da sociedade (normose), tem que enfrentar o vício das células cerebrais , do corpo físico e da mente (sensações) pois tudo isso está dominado pelas drogas químicas. Ou seja, não quer dizer que ela não possa ser usada como coadjuvante. Pode, mas apenas como coadjuvante, pois sabemos que é um problema por demais complexo e ainda não foram descobertas receitas fáceis e infalíveis que combatam eficazmente este problema.
Todavia, acredito na eficácia da meditação como um tratamento preventivo. Aí eu vejo que está sua real utilidade : na fase em que o corpo ainda não tornou-se dependente da química, apesar dos vícios psicológicos e emocionais. Por isso, creio ser muito importante a divulgação e o ensino da meditação pelo mundo todo. Quando falo “meditação” não estou me referindo apenas às técnicas sentadas e ensinadas por algumas organizações e gurus. Esta pode ser de alguma valia para reintroduzir ou manter o indívíduo “são”, dentro da concepção de normose social. Falo da meditação que não tem horário – mas não impede que tenha. Que não tem posturas – mas também não impede que tenha. Da meditação ensinada por mestres como Krishnamurti, Ramana Maharshi os patriarcas Zen. Ela começa pela busca da autocompreensão, pelao tentar descobrir o que é o EGO e como ele atua em nossas vidas. Uma meditação que motive a liberdade como primeiro e último passo para o encontro com a verdade sobre si mesmo. Uma meditação que liberte o homem de suas próprias ilusões e concepções errôneas. Que traga paz e luz fazendo-o mestre de si mesmo e não um simples seguidor de qualquer livro, guru, mestre, organização ou religião. Uma meditação que possa libertá-lo definitivamente da poderosa Matrix – tornando-o um ser realmente livre e capaz de perceber a verdade por si mesmo, onde quer que ela esteja.
Na meditação pode estar a solução para muitos problemas que afligem a humanidade, inclusive àqueles que levaram à morte Amy Winehouse e tantos outros artistas queridos. A morte trágica dos astros pops, não são fatos isolados – são sintomas de uma doença social, espiritual e psicológica que afeta a todos nós. Uns manifestam a doença de forma mais grave outros menos, mas é uma doença que atinge a todos que vivem na Matrix. Ora, o que leva uma pessoa a beber e tomar drogas ? O vazio? A tristeza? E também não fugimos de nosso vazio e tristeza através de várias fugas sociais e psicológicas? Por isso dizemos que é um problema que atinge a todos. Obviamente, que dependendo da situação e do momento em que estamos passando, esses problemas podem se agravar nos levando a situações extremas como a loucura, depressão, suicídio, drogas etc.
É bem verdade que- alguns podem alegar- vícios como o sexo, o pensamento automático, os devaneios, a religião, o futebol, os jogos, as organizações etc.são muito mais saudáveis e menos prejudiciais do que as drogas químicas. Certamente que são. Disso não há dúvidas. Mas esses vícios nos mantém escravos da Matrix, com a suave ilusão de que tudo está bem e que não precisamos buscar nossa libertação. Quero só lembrar uma coisa : por definição, Matrix é a Máquina da Ilusão e como tal nos engana. É como o canto suave e hipnotizante de uma sereia que o põe a dormir e sonhar. Mas, quando menos se espera vem o bote, a dor, o sofrimento, as crises, a morte, a separação, as perdas e, estupefatos, não entendemos porque estas coisas acontecem em nossas vidas. É simples : na Matrix não pode haver paz duradoura. A natureza da vida e a estrutura do Universo é tal que não conseguimos dormir tranquilamente por muito tempo. Há sempre interrupções periódicas, que são as crises que já mencionei. É mais ou menos assim: sono-crise-sono;crise-sono-crise em um movimento sem fim. Não percebemos que esse círculo vicioso, esse paradgma nefasto nos acompanha a vida toda. Em parte por conta dos amortecedores, em parte porque não queremos acordar mesmo. Mas aí, é um problema de cada um. Jesus, o verdadeiro Neo da humanidade disse : “ Eis que estou à porta e bato, aquele que abrir eu entrarei e com ele cearei”. Se você não quer abrir a porta à luz da libertação, paciência! Ninguém forçará a entrada.
Mas , infelizmente, é como disse Osho “ Chame mil, cem ouvirão, dez começarão a se mexer e apenas um chegará porque dez se perderão no caminho”.Ou seja, você provavelmente não verá nenhuma relação destes fatos com sua própria vida. Sua mente dirá, algumas vezes “ Isso não tem nada a ver comigo, problema dela que entrou neste caminho! E, muito provavelmente, você que está lendo este texto não fará nenhuma relação deste fato com sua vida, e voltará à dormir, levar sua vida “normalmente” ,sem nenhum incômodo, como se nada tivesse acontecido. Os choques que atingem os outros não são o bastante para fazer-nos refletir sobre nossa própria vida. Tragicamente, mesmo aqueles que nos atingem não nos faz procurar a libertação, pois logo vem um “amortecedor” para pôr-nos a dormir novamente.
Termino este texto deixando uma pergunta que parafraseando o Neo do século passado J. Krishnamurti que perguntava frequentemente aos seus interlocutores :“Por que você não muda?” ( Why dont you change?). E eu pergunto : “Por que você não desperta?”.
Agora é hora de dormir : feche seus olhos!
Autor : ALSIBAR
MSN: alsibar1@hotmail.com
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(Poderá ser repostado desde que informado o nome do autor, a fonte e o link de origem –obrigado)
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