sábado, 26 de novembro de 2011

OS CHAKRAS , O AUTOCONHECIMENTO E UM RELATO SOBRE KRISHNAMURTI- The Chakras, the self-knowledge and a curious report about Krishnamurti

http://alsibar.blospot.com : Krishnamurti e os Chakras
O que são os chakras e qual sua relação com o autoconhecimento? Existe algum perigo em ativá-los antes do tempo ? Você sabia que Krishnamurti relatou o desenvolvimento de seus próprios chakras? Será mesmo importante praticarmos técnicas para ativar os chakras? Ou será que os chakras ativam-se espontaneamente como consequência natural do despertar da compreensão? Vamos refletir juntos? 
O presente artigo não tem como objetivo dar explicações sobre os chakras. Quem quiser saber mais sobre os chamados “centros de força” ou “centros de energia” , pode procurar informações mais detalhadas na Internet. Mas, para os iniciantes e leigos, darei algumas explicações preliminares. Acredita-se que os chakras são centros de energia espiritual que o homem possui em seus corpos sutis. Estes centros  corresponderiam, no corpo físico, a alguns órgãos  vitais . Eles estariam conectados a um sistema energético existente ao longo da espinha e seriam responsáveis pela captação e circulação de energias vitais que sustentam e alimentam nossos corpos - do mais denso ao mais sutil. Na verdade, não existem apenas sete chakras, mas milhares deles. Todavia, os mais importantes são apenas sete e localizam-se nas seguintes regiões: em cima da cabeça, na testa entre as sobrancelhas,  na garganta, no coração, no umbigo, nos genitais e na base da espinha. Nesses tempos de “despertar”, é comum ouvirmos as pessoas dizerem que sentem os chakras vibrando, ou queimando. Neste artigo, discutiremos a relação entre o autoconhecimento e os chakras. Vamos refletir  juntos sobre algumas questões relacionadas a este intrigante assunto? Então, boa reflexão!
Sei que muitos não acreditam que os chakras existam. Também pudera, nenhum cientista conseguiu isolar um chakra em laboratório. Não é de natureza física. Mas sutil e energética. Todavia, independente da ciência acreditar ou não, a literatura que versa sobre os chakras é milenar. Os “videntes” conseguem vê-los com facilidade. E os mais sensíveis conseguem sentir suas vibrações. Ao meditarmos, ou orarmos, sentimos algo vibrar exatamente nos pontos em que os chakras são identificados. Qualquer pessoa pode vivenciar isso. Eu me lembro que, ainda muito jovem, quando comecei minhas meditações, eu sentia leves vibrações no peito e no espaço entre as sobrancelhas. Ou seja, mesmo sem acreditar, sentimos que há algo ali. Uma energia, uma força. Às vezes é uma vibração, às vezes uma tensão e às vezes – com mais raridade- uma queimação. Vários místicos de várias linhagens e tradições diferentes mencionam os chakras. Inclusive a Psicologia Transpessoal. Até mesmo Krishnamurti menciona os chakras em um livro biográfico de Pupul Jayakar[1], uma de suas mais importantes biógrafas. Um curioso relato que veremos no parágrafo seguinte.
 Em 1948, Krishnamurti viajou a um lugar chamado de Ootacamund  (Ooty),  nos vales Nilgiris, estado de  Tamil Nadu, sul da Índia. Foi uma espécie de retiro espiritual. K. estava hospedado em uma casinha nas montanhas e convidou Pupul e Nandini para visitá-lo. Durante este tempo, segundo a biógrafa, vários acontecimentos “estranhos” e místicos ocorreriam com K. Dentre eles, o começo do  despertar dos centros espirituais. Em cartas endereçadas a Nandini – irmã de Pupul- K. relatou o desenvolvimento dos “discos” ( wheels) que é como ele chamava os chakras . Para quem não sabe, chakra é a palavra sâncrita para disco ou roda – o formato  do centros . Este fato foi mencionado pelo próprio K. anos mais tarde, em 1961, em cartas endereçadas a Nandini, sua grande amiga e confidente:
 Mar/12 – “ Os discos de Ooty estão funcionando, causa desconhecida, e outras coisas estão acontecendo”.
May /18- “ Os discos de Ooty estão funcionando a toda força. Estou surpreso.”
Jun/01- “ Os discos de Ooty estão funcionando furiosamente e com muita dor”
Mas, K. nunca mais mencionou este fato e nunca fazia alusões aos chakras em suas palestras. Por que seria? Simples: isso poderia tirar o foco do que é realmente importante, desvirtuando a atenção do ouvinte para coisas secundárias e pueris. E o que é realmente importante? Com certeza não é desejar o desenvolvimento dos chakras mas se autoconhecer. Libertar-se das ilusões do EGO. O resto virá como consequência natural  do percebimento da “Verdade” ou daquilo “Que é”.
Mas, qual seria o grande problema? É o seguinte: muita gente coloca o “carro na frente dos bois” . Muitos  ainda não perceberam que o despertar dos chakras é uma consequência natural do despertar da consciência- e não o contrário. Muita gente pratica  técnicas de mentalização e respiração, para ativar os chakras, como se isso fosse dar-lhes  compreensão e sabedoria. Lamentável engano. E arriscado também. Isso pode  trazer consequências graves e até mesmo fatais. Lembro-me de dois importantes casos registrados na literatura espiritual. A escritora, jornalista e espiritualisata Joyce Collin Smith no livro “não Chame Ninguém de Mestre”[2] relata o caso que aconteceu com ela e com um amigo chamado James Webb. Ambos tiveram uma experiência relacionada com a ativação dos chakras, também chamada de expansão da consciência ou supraconsciência. A escritora descreve que passou a ver a essência das coisas como sendo um grande fluxo, moléculas, universos, seiva das plantas, tudo ao mesmo tempo. A sensação de paz e amor era estonteante, de forma que ela não queria mais voltar a este plano de percepção. Mas fora “obrigada” a retornar, então ela se viu novamente presa em seu corpo e caiu em depressão profunda. Fato que quase levou-a ao suicídio. Seu amigo Webb não teve a mesma sorte. Após a loucura, cometeu suicídio atirando em sua cabeça. Por isso, é importante termos em mente o alerta de todos os mestres : não procure desenvolver os poderes. E quando eles aparecerem, trate-os com naturalidade, neutralidade e indiferença. Do contrário, poderá trazer-lhe grandes problemas. 


      Ativar os chakras de um modo artificial  não constitui atitude muito sábia. Seria o equivalente a amadurecer frutas utilizando-se de carboreto. As frutas não terão o mesmo sabor natural pois seu amadurecimento foi "forçado". Além disso, como a ação ainda parte do EGO - desejo e pensamento- seus resultados serão instáveis e superficiais. Muita gente concentra-se no chakra do coração para poder ativá-lo. Este centro é  responsável pelos bons sentimentos tais como, bondade e compaixão. Mas mesmo este resultado é superficial e passageiro pois parte de uma ação intencional e consciente do EGO. E quando o EGO ainda está no comando, não pode haver nenhuma mutação real e profunda. Outro chackra que muitos tentam desenvolver é o frontal, ou "terceiro olho". Quando ativado, este centro  nos permite ter percepções extra-sensoriais, mas será mesmo que estamos preparados para este tipo de experiência? À primeira vista, pode parecer interessante ler pensamentos, ver e ouvir os seres dos mundos  sutis, prevê o futuro etc. Mas, sem o devido controle, preparo e amadurecimento espiritual, as consequências disso podem ser desastrosas. Indo desde a confusão mental, passando pela depressão e loucura, podendo chegar ao suicídio. A meditação, dentre outras funções, vai preparando a mente e o espírito do praticante para a ativação dessas faculdades. Até mesmo Krishnamurti passou por uma preparação prévia ao despertar. Fenômeno que ficou conhecido como “o  processo”.
Em suma, há um grande risco em se tentar ativar os centros, antes do desenvolvimento da sabedoria. E o que é a sabedoria? Como ela surge? Somente com o autoconhecimento e meditação. Mas, quando aprendemos a nos autoconhecer e quando vivenciamos a verdadeira meditação, sentimos que esses centros começam a ser ativados naturalmente, espontaneamente, em seu próprio tempo e ritmo. Geralmente, quem segue o caminho natural da meditação, é assistido por seres de luz, que aos poucos vão preparando a mente e o espírito do praticante, para percepções mais avançadas. Isso evita e previne os perigos  peculiar ao desenvolvimento dessas forças.
Diante de tais argumentos, acho que fica um alerta: não procure desenvolver os chakras antes do desenvolvimento da sabedoria. Procure, antes, desenvolver a compreensão e a percepção correta das coisas e de si mesmo. Siga o alerta do grande mestre Nazareno:
“ Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino dos Céus e sua justiça e tudo o mais vos será dado em acréscimo”. ( Mt- 6: 33)
O Reino dos Céus está dentro de nós. Encontre-mo-lo primeiro através da meditação e do autoconhecimento. O restante ...? Não precisamos nos preocupar. Virá por si mesmo, no seu devido  tempo, com toda segurança e assistência necessárias.
Muito Obrigado!
Alsibar ( Inspirado)
P.S. Os livros mencionados poderão ser baixados pelo 4shared nos links abaixo:
Não Chame Ninguém de Mestre de Joyce Collin Smith :

Krishnamurti: a Biography by Pupul Jayakar




[1] Krishnamurti- A Biography – Pupul Jayakar – 1986, by Pupul Jayakar , sem tradução para o Português
[2] Joyce Collin Smith – Não Chame Ninguém  de Mestre – 1993- Siciliano

6 comentários:

  1. "Mas mesmo esse resultado é superficial e passageiro. Sem nenhuma mutação profunda e permanente."
    Desculpe, mas não Vejo dessa forma, uma vez que ao desenvolver o meu chákra cardíaco, eu hoje sinto uma mudança profunda não só na vibração do coração como também no amor que eu sinto por mim mesma, na paz e sentimento de plenitude que crescem a cada dia que passa!

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  2. Minha cara Turina,discordar, faz parte da reflexão e trocas de ideias... talvez você tenha razão... quem sabe? Muito grato por sua participação! Namastê!

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  3. Achei de muito bom alvitre a ressalva sobre os cuidados em relação às práticas para acelerar os chakras. Como muito bem vc falou, a aceleração pertence a um processo abrangente e jamais deve ficar isolada. Valeu, Alsibar. Confraternos abraços!

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  4. Amigo Nabil,
    que posso dizer?
    Só agradecer!
    Comfraterabraços!
    Namastê!

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  5. Caro amigo Alsibar, sinto tão fortemente o chakra do plexo solar que às vezes penso que vou enloquecer. É uma chama tão forte, um fogo tão ardente que penso que é daí que provém a energia, o fogo que mantém a nossa temperatura. Pensei certa vez que de fato temos um fogo dentro de nós que nos mantém aquecidos, tanto é verdade que quando morremos o corpo logo esfria.
    É uma energia que senti há uns 06 anos quando residi em Teófilo Otôni. Mas recentemente, um ano talvez, ela voltou e morro de medo de cometer uma loucura quando esta energia deixa de ser observada e sobe para a mente. Vira um verdadeiro inferno.
    Que Deus permita que esse fogo queime, não todas, mas grande parte de minhas paixões, emoções e pensamentos negativos.
    Namastê, Jonaldo.

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