O sofrimento é algo muito complexo. O que os mestres têm a dizer sobre isso? Existe um estado livre do sofrimento físico ? E do psicológico? Neste texto, faremos algumas reflexões sobre o sofrimento e sua libertação.
Há pessoas que se “acostumam” com o sofrimento por vários motivos. Por medo, comodismo ou por que aprenderam a ver o sofrimento como uma coisa natural. Há muitas pessoas nesta situação. É a esposa que sofre com a violência do marido. É o casal acostumado às brigas e à infelicidade; os solitários, as viúvas e aqueles que sofrem grandes perdas. Mas, acostumar-se com o sofrimento não é a mesma coisa que libertar-se dele. O que realmente nos interessa é a libertação do sofrimento psicológico. Não é disso que os mestres iluminados falaram ao longo dos séculos?
É possível libertar-se do sofrimento? |
Jesus: a Verdade liberta do inferno interior |
A libertação é possível no aqui agora |
No passado o anacoreta simbolizava a espiritualidade |
Essa é uma questão complexa que confundiu muita gente ao longo dos séculos. Antes, muita gente tinha mente que uma pessoa liberta viveria como um anacoreta, um sanyasin (renunciante). Assim, muitas pessoas se afastavam da vida mundana, abandonavam casa, família e emprego e iam para as cavernas ou para algum mosteiro dedicar-se à vida espiritual. Acreditavam, assim, estar trilhando o caminho da Libertação ( Moksha). Mas essa concepção mudou radicalmente. Depois do advento de mestres como Lahiri Mahasaya, Sri Yuktéswar e Krishnamurti- hoje compreendemos melhor este estado que tem mais a ver com renúncias internas do que externas.
Lahiri Mahasaya- o iogue pai de família |
Krishnamurti também ensinou-nos que um iluminado não está obrigado a viver isolado do mundo. Ao questionar os motivos ocultos que fazem uma pessoa fugir da sociedade sob o pretexto de uma suposta renúncia, fez-nos refletir que nem sempre a atitude exterior corresponde à interior- sendo, esta última, mais importante. Se alguém renuncia com o intuito de alcançar algo, isto é renúncia? Ou seria apenas uma troca? Ou seja, se alguém abandona o mundo “ material” mas deseja alcançar as riquezas do mundo espiritual- isso é renúncia? Ou a verdadeira renúncia é ação que nada pede, nada almeja, sendo assim, completa em si mesma?
Krishnamurti: a verdadeira renúncia é interior. |
Compreender o sofrimento, penetrá-lo, ver a verdade sobre ele- é certamente o começo de sua libertação. O sofrimento físico decorrente de doenças, velhice, fome, violência, privações etc sempre existirão. Como disse Buda : viver é estar sujeito ao sofrimento ; a velhice, a doença, a morte e a dor sempre acompanharão a todos. Mas existe a libertação do sofrimento psicológico?
Este é outro ponto que pouca gente compreendia e que Krishnamurti esclareceu de forma magistral. Muita gente pensava que Buda falava de um estado de total dormência ou vazio em que não era possível sentir dor alguma- nem mesmo a física. Hoje graças à visão lúcida de um Buda moderno como K. compreendemos que a libertação só se pode dar no nível psicológico e não físico. O próprio K., inclusive, sofreu muitas dores em seus últimos dias de vida levando-o a tomar altas doses de morfina. O corpo continua sensível não só as dores, mas ao prazer físico. O ideal de insensibilidade buscado erroneamente por muita gente, mudou para uma busca pela hiper sensibilidade. Como dizia K. "precisamos de uma mente sensível aos sons, ao ambiente, à natureza".
A libertação, portanto, pode ser encontrada, ainda nesta vida .Alguém disse certa vez, que todos os nossos problemas são de natureza perceptiva. Sendo assim, a forma como você percebe as coisas, a si mesmo e ao mundo determina a intensidade do seu sofrimento. Essa mudança de PERCEPÇÃO não carece de esforço, tempo, disciplina, método ou mestres. Pode e deve ser feito no aqui agora . Ela não é um resultado de um longo processo, nem está no fim de uma longa jornada. Está além do tempo e do espaço. Krishnamurti novamente dá uma reviravolta nas crenças estabelecidas e subverte a lógica cartesiana do pensamento religioso dominante e explica que "A liberdade está no começo- não está no fim.”
Este é outro ponto que pouca gente compreendia e que Krishnamurti esclareceu de forma magistral. Muita gente pensava que Buda falava de um estado de total dormência ou vazio em que não era possível sentir dor alguma- nem mesmo a física. Hoje graças à visão lúcida de um Buda moderno como K. compreendemos que a libertação só se pode dar no nível psicológico e não físico. O próprio K., inclusive, sofreu muitas dores em seus últimos dias de vida levando-o a tomar altas doses de morfina. O corpo continua sensível não só as dores, mas ao prazer físico. O ideal de insensibilidade buscado erroneamente por muita gente, mudou para uma busca pela hiper sensibilidade. Como dizia K. "precisamos de uma mente sensível aos sons, ao ambiente, à natureza".
Nosso sofrimento é de natureza perceptiva |
Se você realmente compreendeu isso, então já encontrou a Libertação.
Namastê!
Namastê!
Alsibar (inspirado)
http://alsibar.blogspot.com
Muito bom! Adorei!
ResponderExcluir