Swami Chico |
Swami Chico nasceu em um período difícil para os iluminados. No passado, ser iluminado era mais fácil. Não havia tantas denúncias de corrupção, não havia o stress do trânsito, a violência, as dívidas do cartão, os realities shows, os msns, a independência feminina, os sites pornográficos, e tantos outros apelos e dificuldades. Ser iluminado em um período tão conturbado e cheio de desafios é realmente difícil – quase impossível. Que o diga o Swami Chico: ele viveu todas essas mudanças , avanços e novidades surgidas com o advento da era digital.
Mas, o nosso “desperto entre os sonâmbulos”, venceu todos os obstáculos, superou todas as ilusões e , finalmente, alcançou a libertação final. Mas muitas coisas havia mudado desde seu retorno da Índia . Por exemplo : maia – ou ilusão- mudou de nome, agora é Matrix. Os satsangas – não precisam mais da presença viva dos mestres- pode ser feito online através do Paltalk, Skipe, Msns, Emails , Blogs e Redes Sociais. Swami Chico sentiu a rapidez das mudanças socias e tecnológicas e teve que se reciclar: entrou em cursos de computação e estudou muito para manter-se “antenado” com o universo digital. Após essa fase de dificuldade inicial, o swami considerava-se preparado para enfrentar os grandes desafios do mundo informatizado.
Todavia, as coisas não seriam tão simples assim para o nosso "Neo" do mundo real. O primeiro passo foi criar seu próprio Blog- o que ele fez com muito esmero e cuidado. Após muita dedicação, tempo e trabalho, postou sua primeira mensagem ao mundo e esperou o "feedback". Mas- que estranho- não havia leitores. Teria sido o teor da mensagem? Postou mais uma mensagem, espremeu toda a profundidade de sua sabedoria, esperando um retorno, mas não teve nenhum. Nada. Nem comentários, nem leitores, nem seguidores. Por que colocou o "contador de visitas" se o único que o visitava era ele próprio? Passou a querer escondê-lo. Era vergonhoso ter um blog com tão poucas visitas.
O tempo foi passando e nem os leitores, nem os seguidores apareceram. Então, swami Chico, iluminado como era, teve um “insight”: compreendeu que as redes sociais era um bom caminho para conquistar seguidores. Criou seu perfil e saiu convidando todo mundo para fazer parte de sua rede social. Mas isso não surtiu o efeito esperado – os resultados foram pífios. Ora, pensou o swami, acho que tenho que procurar pessoas que se interessem por estes assuntos.
Assim, pesquisou e passou a participar das diversas comunidades existentes sobre temas afins. Mas fazer parte de uma comunidade é uma coisa e conseguir divulgar o Blog outra. Na primeira vez que tentou fazer propaganda do seu Blog foi expulso da comunidade. Não era permitido. Então, ele teve outra brilhante idéia: criar suas próprias comunidades – assim poderia fazer o que quisesse, anunciar o que bem entendesse sem correr o risco de ser expulso. Ele criou várias comunidades e esperou. Sua expectativa era que, em pouco tempo, aparecesse centenas, milhares de convites . O que traria muitos potenciais leitores para seu Blog. Mas o tempo foi passando e nada. Todo dia ele corria para checar seus convites de participação e, decepcionado, via que não tinha nenhum. Swami Chico ficou triste. Se deu conta de que ficar conhecido era um dos maiores desafios da era digital. Que importava sua sabedoria, sua mensagem de libertação para o mundo, se não havia pessoas para ouvi-lo?
O tempo foi passando e nem os leitores, nem os seguidores apareceram. Então, swami Chico, iluminado como era, teve um “insight”: compreendeu que as redes sociais era um bom caminho para conquistar seguidores. Criou seu perfil e saiu convidando todo mundo para fazer parte de sua rede social. Mas isso não surtiu o efeito esperado – os resultados foram pífios. Ora, pensou o swami, acho que tenho que procurar pessoas que se interessem por estes assuntos.
Assim, pesquisou e passou a participar das diversas comunidades existentes sobre temas afins. Mas fazer parte de uma comunidade é uma coisa e conseguir divulgar o Blog outra. Na primeira vez que tentou fazer propaganda do seu Blog foi expulso da comunidade. Não era permitido. Então, ele teve outra brilhante idéia: criar suas próprias comunidades – assim poderia fazer o que quisesse, anunciar o que bem entendesse sem correr o risco de ser expulso. Ele criou várias comunidades e esperou. Sua expectativa era que, em pouco tempo, aparecesse centenas, milhares de convites . O que traria muitos potenciais leitores para seu Blog. Mas o tempo foi passando e nada. Todo dia ele corria para checar seus convites de participação e, decepcionado, via que não tinha nenhum. Swami Chico ficou triste. Se deu conta de que ficar conhecido era um dos maiores desafios da era digital. Que importava sua sabedoria, sua mensagem de libertação para o mundo, se não havia pessoas para ouvi-lo?
Mas o Swami não se rendeu. Quão humilhante é para um blogueiro- mesmo um iluminado- ver sua criação definhando aos poucos por falta de leitores? Não iria desistir ainda. Foi à luta e elaborou mais uma estratégia : visitaria os outros Blogs e se tornaria seus seguidores. Talvez isso lhe rendesse alguns seguidores, ou, pelo menos algumas visitações diárias. Nosso herói saiu navegando na internet, visitando Blogs, seguindo tudo que se encontrava pela frente, na esperança que uma alma boa e caridosa, se apiedasse daquele blogueiro iniciante . Afinal, ainda não tinha nenhum seguidor. Nem mesmo sua esposa, que, de tão ocupada, mal tinha tempo para sentar no computador para fazer um perfil e seguir seu amado mestre e marido.
Um belo dia, Swâmi Chico, encontrou um site bonito e chamativo. Caramba! O cara tinha mais de mil seguidores. Os olhos do Swami brilharam. Era aquele o nível que ele queria chegar. Rapidamente, tornou-se seguidor daquele site – do qual acabara de tornar-se fã. O blog tinha mais de mil seguidores e agora, com ele adicionado, mais de mil e um. Mas, acompanhar diariamente o site não bastava. O swami tinha que interagir, participar, do contrário ele nunca passaria de uma pequena foto numa galeria de seguidores- ninguém iria notá-lo. Logo, logo percebeu que blogueiros adoram comentários. Atreveu-se então a fazer um. Mas não podia fazer um comentário qualquer tipo “ o Blog é muito legal e interessante”. Não. Tinha que mostrar que leu os posts, que realmente estava por dentro do assunto.
Mas, qual era mesmo o assunto do site ? Bem, o assunto era complexo demais para sua “não-mente” tão simples e prática . O Blog fazia uma mistura de um monte de coisas : misticismo oriental, espiritismo, ocultismo, esoterismo e – pasmem- ufologia. Aparentemente, os temas eram interessantes, fascinantes, mas além de não ver muita conexão entre estes assuntos, havia o problema da complexidade do mesmo. Havia termos novos, expressões diferentes de tudo que ele já havia lido. Então qual seria a saída? Não podia demonstrar que já conhecia do assunto, pois não conseguia entendê-lo, era melhor não arriscar falar alguma bobagem. Resolveu então demonstrar seu interesse em conhecê-lo. Seria uma boa estratégia? O Swami achou que sim. Mas…
...Após fazer um rápido elogio ao site, atreveu-se a fazer uma pergunta simples , sobre um ponto que realmente havia ficado confuso em sua mente. Esperou, a resposta do dono do Blog, será que ele iria publicar sua pergunta? Segundos depois, não só sua pergunta foi publicada, como também a resposta. Qual não foi a surpresa e o choque ao ver exposto algo como: “ te vira para entender cara!”. O Swâmi botou o rabinho entre as pernas, pegou seu banquinho e saiu de mansinho. Swami Chico tinha dificuldade de entender tais atitudes. Será que o tal blogueiro tratava seus leitores assim desde o início? Ou será que, somente agora, após ter conquistado milhares de visualizações e seguidores, não fazia mais questão "conquistar" ninguém? Swami Chico não entendeu, mas não revidou. Recolheu-se à sua insignificância de última posição no ranking dos blogs. Compreendeu mais uma coisa : na era digital, as guerras, as disputas por notoriedade e fama continuam- só que agora o campo de batalha é o ciberespaço. Quem já tem o seu poder, teme compartilhá-lo com os outros. Afinal, poder é poder. Não importa se no mundo real ou virtual. Mark Zuckerberg e seus amigos, compreenderam cedo, uma lição que o Swami Chico custou a entender: na era digital quantidade de membros é poder. Quanto maior for sua rede social, seus amigos virtuais e o número de seguidores, maior será seu poder. E isso gera disputas, guerras e competições acirradas pelo seu controle e domínio.
Swami Chico lembrou-se de uma historinha contada pelo seu ex-mestre Osho:
"Havia um rei muito rico que, apesar de suas riquezas e de todo o poder, sentia-se triste e vazio. Depois de muita reflexão decidiu seguir o caminho da renúncia. Abdicou do trono, abandonou a pompa e a riqueza e saiu pelo mundo em busca de paz. Quando chegou próximo a um rio, encontrou um tronco de madeira, onde passou a sentar-se diariamente para meditar. Um dia um viajante se aproximou e, cansado, sentou-se no tronco para relaxar. O ex-rei, que estava tomando banho no rio, não viu a aproximação do estranho e ao vê-lo ficou enfurecido, pois o mesmo havia pego seu tronco sem sua autorização. Sua ira explodiu e ele começou a gritar para o estranho:
"Havia um rei muito rico que, apesar de suas riquezas e de todo o poder, sentia-se triste e vazio. Depois de muita reflexão decidiu seguir o caminho da renúncia. Abdicou do trono, abandonou a pompa e a riqueza e saiu pelo mundo em busca de paz. Quando chegou próximo a um rio, encontrou um tronco de madeira, onde passou a sentar-se diariamente para meditar. Um dia um viajante se aproximou e, cansado, sentou-se no tronco para relaxar. O ex-rei, que estava tomando banho no rio, não viu a aproximação do estranho e ao vê-lo ficou enfurecido, pois o mesmo havia pego seu tronco sem sua autorização. Sua ira explodiu e ele começou a gritar para o estranho:
- Ei! Gritou o ex-rei furioso- saia daí! Este tronco é meu! É meu! Quem o autorizou usá-lo?
E Osho comentou : A verdadeira renúncia é interna. Não importa se nos apegamos a um trono ou tronco, o apego é o mesmo."
Swami Chico se rendeu. Não iria mais procurar seguidores online. Para ele já bastava a competitividade do mundo real, negava-se a fazer parte dela também no mundo virtual. Não abandonou o Blog, mas desistiu de buscar leitores e seguidores. Afinal ele era um iluminado, e nada disso realmente importava. Ele só queria que os necessitados pudessem ouvi-lo. Mas a Internet é um mundo caótico, de muitas vozes, barulho e poluição informativa. Como iriam ouvi-lo? Não se importou mais. Não era da sua conta. Resolveu seguir sua vida normal, sem grandes expectativas.
Assim, foi fazendo seus textos sem se importar se iriam lê-lo ou não. Parou de olhar para a contador de visitas e decidiu não se importar com o número de seguidores. E aos poucos, timidamente, foram aparecendo os comentários, um seguidor aqui, outro ali. Um comentário crítico, um elogio… e as coisas começaram a fluir.
Hoje, Swami Chico é um blogueiro respeitado e bastante lido. Continua sem ter muitos seguidores, mas só em saber que seu blog recebe visitas do mundo todo, já o deixa bastante feliz. Aprendeu também uma importante lição: que se deve tratar as pessoas com a atenção, respeito e o valor que elas merecem. Seja no mundo real, celestial ou virtual.
* Esta é uma obra de ficção, qualquer identificação com fatos e pessoas reais terá sido "mera coincidência".
Oh Alsibar, Swami Chico é você ? ou é algum bloqueiro internacional) É que não conheço muita coisa a este respeito, mas esse "Chico" é um pouco estranho para um estrangeiro. rsrs (me perdoe se a pergunta é indiscreta!) Gostei do humor do texto!
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkk... olá Emanoel Barros. Não sou eu não... mas é fictício! :)
ResponderExcluirAHAAAAAAAAAAAAAAAAA então tu é um iluminado......sabia....huahauhauha abração
ResponderExcluir