O que é meditação e qual sua importância? Como saber se você está meditando corretamente e não se auto hipnotizando ou se iludindo? Quais as características dos estágios meditativos e em qual você se encontra? Qual a importância da auto avaliação e auto percepção no processo de amadurecimento espiritual? Acompanhe-nos neste artigo e vamos refletir juntos sobre tais questões imprescindíveis para o buscador e meditador sincero.
Meditar é um “ato” tão vital como respirar, comer, dormir e evacuar. Uma pessoa que não medita vive uma vida que carece de sentido, sabedoria e clareza. Poderíamos dizer que o indivíduo vagueia, caminha perdido de um lado para o outro, mergulhado na escuridão de sua própria ignorância . Sem meditação, somos escravos de forças obscuras e desconhecidas que nos manipulam como verdadeiros marionetes . Somos jogados de um lado para o outro, como um tronco em meio a um rio sem rumo . Ficamos ao sabor do turbilhão das águas e das ondas do destino- para onde vamos? Não sabemos. A vida torna-se uma tenebrosa floresta escura, cheia de surpresas, riscos, desafios e constantes perigos . Por isso pedimos, rezamos, oramos como forma de tornar a jornada menos dolorosa, perigosa e insegura.
A meditação não muda a vida. Ela muda o indivíduo. A vida continua com sua imprevisibilidade, inconstância e riscos, mas a percepção da pessoa muda completamente. Enquanto um homem sem meditação é vítima das forças inconscientes que ele não controla , o homem que medita percebe claramente a origem dessas forças e aprende a lidar com elas. A meditação traz o autoconhecimento, a sabedoria , a luz e a energia necessária ao bem viver e ao enfrentamento dos grandes desafios da vida. Resulta daí a serenidade, a harmonia e a clareza interior, sem as quais não há paz, nem felicidade.
Por isso, é tão importante compreender o que é meditação- esta dimensão esquecida do ser. Lá – dizem os mestres- encontra-se uma parte de nós que trazemos ao mundo quando nascemos. Esta natureza primal, original, pura e rica continua aqui, em algum lugar, debaixo das “camadas” dos nossos pensamentos, condicionamentos, preocupações e ansiedades. A meditação é como uma sonda que nos leva até as profundezas abissais do oceano. Dentro de nós há uma dimensão escura, misteriosa e desconhecida. Quem não desce até lá torna-se um indivíduo vazio, doente, fragmentado e neurótico . Sem meditação não há transformação interior, sem a qual ninguém amadurece, cresce ou evolui.
Mas para meditar, é preciso saber como meditar. Então como saber se estamos meditando corretamente? Se “aquilo” que estamos “praticando” é a meditação verdadeira e eficaz? Para aprofundarmos nestas questões, refletiremos sobre os estágios meditativos, comuns às pessoas geral, considerando que todas estão de alguma forma meditando, mesmo que não tenham consciência disso.
PRIMEIRO ESTÁGIO: A NORMOSE
O primeiro estágio é a “normose” em que vive a massa em geral. Ou seja, é a vida “normal” de todo mundo. Esta normalidade parece saudável mas é doentia- daí o termo “normose” . Neste estágio vive boa parte das pessoas que conhecemos. Elas nunca ouviram falar em meditação e - se ouviram- nunca praticaram ou deram a menor importância a ela. São pessoas que vão vivendo a vida sem muitas preocupações até que a morte, a doença, a perda e a dor batem-lhes às portas e lhe “cobram” por tudo que pensaram, sentiram, fizeram- ou deixaram de fazer. É o momento das crises. Muitos mudam de atitudes à partir dessas crises. Alguns, ao perceber as consequências dos maus hábitos, tentam abandoná-los e, para isso, procuram tratamentos, convertem-se a alguma religião ou entram para algum movimento ou organização . Outros , ao contrário, não estão nem aí pra nada. Continuam vivendo da mesma forma -apesar das crises- sem perceber nenhuma relação de causa e efeito entre suas ações e os acontecimentos críticos de sua vida . Estes vão “vivendo” aos trancos e barrancos , muitas vezes de forma inconsciente e inconsequente. Surgem, então novas crises, às vezes de forma sucessiva até chegar a velhice, a doença e a morte. Muitos não conseguem passar do primeiro para o segundo estágio pois estão- como quê- mortos em vida.
SEGUNDO ESTÁGIO: PERCEBIMENTO DA RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO
O segundo estágio é daqueles que percebem claramente a relação entre suas atitudes e sua vida. Compreendendo que seu universo interno influencia os acontecimentos externos, busca ele se auto melhorar. Mas, logo, logo sente que o auto- melhoramento não é algo tão simples e fácil de se realizar. Nessa hora, muitos se convertem a alguma religião. Todavia, não tarda para o indivíduo se deparar com uma dura verdade: a religião só melhora uma coisinha aqui e outra ali- não toca na essência. Pois o “centro” gerador das ilusões e da dor (EGO) continua agindo sutilmente. O egoísmo continua disfarçado de ações sociais, de amor, fé, caridade etc. E se o indivíduo for sincero, perceberá o quanto é difícil extirpar as raízes do ego. O buscador sincero observará, intrigado, que a ignorância, a inveja, a inquietação, a ambição e o desejo continuam tão fortes quanto antes. Ou seja, fica claro que qualquer força externa não pode trazer a transformação interna. Neste estágio, algumas pessoas começam a procurar por vias mais “alternativas’ como ioga, meditação e terapias na esperança de transformar o centro. Nessa hora, fica claro para o sujeito que ele tem que realizar um trabalho de dentro pra fora e, assim, ele chega ao terceiro estágio.
TERCEIRO ESTÁGIO : DEPENDÊNCIA DE TÉCNICAS E GURUS
O terceiro estágio é o da dependência de técnicas e gurus. É quando o sujeito começa a “praticar” técnicas de meditação, ou seguir os "gurus" na esperança de finalmente encontrar a paz e a luz tão desejada. Todavia, se for sincero, perceberá que as técnicas e os gurus “funcionam” até um certo ponto, mas não vão muito longe. É verdade que ele passa a sentir-se mais sereno, seguro e auto-centrado. Talvez chegue até mesmo a sentir ondas de êxtase e desperte alguns poderes- resultado de mantras e técnicas que expandem a consciência. Mas , ao constatar que essas coisas são instáveis e passageiras e que os gurus só podem ajudar até certo ponto- o sujeito vê-se novamente mergulhado na depressão, tristeza e frustração. É uma fase confusa pois ele achava que já havia chegando "lá" e , de repente, vem um “vento” que derruba todo seu castelo de sonhos. Nessa fase ele aprende que não deve se apegar aos gurus, nem aos estados internos de bem aventurança- mesmo que tenham lhe custado bastante tempo, esforço e dedicação . Confuso, sua mente explode em questionamentos: tanta meditação, esforços e dinheiro gastos em "satsangas" pra quê? Essa é uma hora delicada pois, em geral, ele está ligado ao guru e ao movimento- que lhe deu amizades e um sentido pra viver. Mas se for sincero e corajoso haverá uma chance de avançar mais um estágio no aprendizado. Caso contrário, poderá se revoltar, tornando-se amargo e descrente , voltando ao velhos hábitos doentios e à antiga vida desregrada da qual se absteve com grande esforço e sacrifício .
O QUARTO ESTÁGIO: O PERCEBIMENTO DO EGO
Mas, se for humilde e franco consigo mesmo, poderá ir para o quarto estágio. É quando ele percebe o seu erro : a prática deliberada das técnicas de meditação reforça e perpetua o EGO. O próprio desejo pelo céu, nirvana, êxtase ou iluminação eram obstáculos à libertação. Além disso, sem perceber alimentava o ego ao considerar-se sábio, iluminado ou salvo-pura prepotência e arrogância disfarçada. Os pensamentos e os condicionamentos ainda o aprisionavam de forma sutil e quase imperceptível. Nessa hora ele compreende que a mente encontra o que ela deseja. Mas o que se encontra não é a “verdade” mas apenas uma falsa verdade, uma ilusão resultante de seu próprio desejo. Esta, como uma miragem, esvanece-se ao primeiro sopro dos inconstantes ventos da vida. Assim percebendo, ele procura meditar corretamente, agora não mais desejando alcançar nada. Compreende que para entrar na “outra dimensão” não pode ir com seu EGO, com seus desejos e pensamentos. Tem que “abrir” mão de tudo que lhe é querido e caro: sonhos, pensamentos, anseios, conhecimentos, lembranças, desejos, arrogância, orgulho, bondade, caridade , falsa humildade, busca, iluminação etc. Somente quando “morrer” completamente para tudo que ele representa e pela qual vive- é que poderá finalmente renascer na dimensão do Desconhecido. Então estará preparado para o quinto estágio.
QUINTO ESTÁGIO : APRENDENDO A MEDITAR
O quinto estágio começa quando o indivíduo aprende realmente a meditar. Nessa fase, o ego começa a ser consumido na chama da verdadeira meditação. E assim o ego vai perdendo sua força e poder. É neste estágio que o meditador aprende duas coisas importantes: a identificar o EGO e a tratá-lo adequadamente com cautela e cuidado, reconhecendo sua ação sutil, sua natureza traiçoeira e enganadora. O mais importante durante a meditação é que o OBSERVADOR (ou seja, o "centro") esteja ausente. E como ele fica ausente? Tornando-se uma simples testemunha ocular e passiva de tudo o que é observado. É importante lembrar que o OBSERVADOR é o verdadeiro EGO. Aquilo que é observado ( pensamentos, sentimentos, sensações, emoções, desejos etc) não deve induzir à ação de qualquer tipo. Quando “o observador” se intromete na observação - criticando, julgando, condenando, ou nomeando- na mesma hora o ego se fortalece e se perpetua. Alcançar o estado de ‘ completa ausência’ do OBSERVADOR é o maior desafio do meditador. Sem este estágio, a meditação não acontece, não se realiza, tornando-se uma “prática” inútil e até mesmo prejudicial. Se não atentar para estes cuidados, o sujeito fica preso num círculo vicioso e não avança para o próximo estágio.
O SEXTO ESTÁGIO: O SILÊNCIO E A PAZ INTERIOR
O sexto estágio é o do silêncio pleno e da paz interior. É quando não há mais a divisão OBSERVADOR (você que está se auto observando) e objeto OBSERVADO( as coisas que você percebe em si mesmo), havendo tão somente a OBSERVAÇÃO ou CONSCIÊNCIA SILENCIOSA , QUIETA E NÃO DIRECIONADA. Neste estágio entramos na UNIDADE , não há eu, nem ego, nem deus (ideia), nem nirvana (a concepção), nem céu (idealizado) há apenas a percepção de uma dimensão ou estado ILIMITADO e ATEMPORAL do qual não podemos dizer muita coisa e cujas definições são incapazes de descrevê-lo. É uma fase misteriosa e muito sutil. A paz e a tranquilidade são sinais claros desta fase. Não é resultado de um ato deliberado da mente- mas já é em si- um vislumbre do próximo estado meditativo: o da Iluminação .
O SÉTIMO ESTÁGIO : INDESCRITÍVEL E IMENSURÁVEL
Do sétimo estágio em diante nada podemos dizer ou descrever. Mesmo os grandes iluminados- não se atrevem a descrever o que é isso. Palavras como Nirvana, moksha, céu, libertação, iluminação- são apenas rótulos que nem de longe conseguem definir os estágios mais avançados e profundos da meditação. Os hindus dizem que Deus se manifesta como bem-aventurança ilimitada e sempre renovada. Esses estados avançados e profundos são indescritíveis em nossa linguagem. Nada, em nossa limitada experiência humana, se compara à experiência do Samadhi, ou União Divina.
RESUMO DOS SETE ESTÁGIOS
Lamentavelmente, a grande maioria das pessoas não conseguem sair do primeiro estágio da "normose"- a normalidade doentia. Outros, conseguem chegar ao segundo estágio e passam a reavaliar seus atos e pensamentos ao conhecerem a presença da lei de causa e efeito como determinante em suas vidas . Alguns chegam no terceiro estágio - o das técnicas e gurus- e se dão por satisfeito- acreditando que as sensações de paz e alegria que sentem por conta das técnicas ou da presença do guru- é tudo e que não há nada mais além disso. Difícil encontrar aqueles que conseguem chegar ao quarto estágio: o do percebimento das artimanhas sutis do seu próprio ego. É raro encontrar alguém que tenha chegado ao quinto estágio - pois precisa de humildade e coragem para admitir os próprios erros e enganos- que poucos tem. E mais raros ainda são aqueles que alcançam o sexto estágio , o do silêncio interior, quando não existe mais a separação sujeito-objeto, mas apenas a unidade da observação ou consciência. E finalmente, raríssimos, são os que alcançam o sétimo estágio, a libertação final, também chamada de Iluminação, Céu ou Nirvana.
EM QUAL ESTÁGIO MEDITATIVO VOCÊ ESTÁ?
Leia o texto com calma e analise em qual estágio você está. Lembre-se que não há regras, nem sequência a ser seguida. Estes estágios podem se alternar, acontecerem em ordem inversa ou aleatória. Não existe nada que determine a ordem do crescimento, evolução ou despertar espiritual. Você pode, de repente, estar no primeiro ou segundo estágios e ter vislumbres do sexto e último estágio. Talvez não precise viver as dificuldades dos primeiros estágios, ou ainda, pule direto para o quinto sem ter necessidade de passar pelos outros estágios. Pode ser que já nasça no quinto e rapidamente pule para o sexto e sétimo – como aconteceu com alguns iluminados. Talvez nunca passe do primeiro e ainda há a possibilidade de "cair" dos últimos estágios, para os primeiros- e assim por diante. Não há absolutamente regras nesta escala evolutiva, constituindo objeto pessoal, subjetivo e íntimo de cada um.
NÃO ACREDITE, MEDITE!
Ao concluir, quero esclarecer que expus minha visão sobre estes estágios de forma didática e simples para ajudar as pessoas a avançarem em sua caminhada evolutiva, através de sua própria percepção sobre si. Lembrando que não precisam aceitar ou acreditar em nada do que eu digo, nem do que ninguém diz. Muitos dizem que é necessário várias encarnações para se alcançar o "despertar". Outros dirão que é necessário esforços enormes, anos de treinamento e disciplina para se chegar aos estágios finais . Não dê ouvidos a ninguém. Os sábios e iluminados dizem que já somos Budas, já somos deuses e que não há nenhum degrau ou caminho a percorrer - mas apenas perceber, acordar, descobrir, manifestar o que já existe dentro de todo ser humano. Mas, ninguém precisa aceitar ou acreditar em nada. Descubra a Verdade diretamente, através de sua própria experiência e vivência. E só existe um caminho pra isso: a meditação que leva ao autoconhecimento.
AUTOR : ALSIBAR (Inspirado)
MSN: alsibar1@hotmail.com
http://alsibar.blogspot.com
Excelente e nutritivo! Já indiquei o link!
ResponderExcluirAlsibar
ResponderExcluirImensamente grato por esta sua postagem sobre estágios da neditação.Me identifiquei exatamente como tu escreveu em alguns pontos.Como por exemplo na maioria das vezes que eu procuro um estado de observação o "como se" estivesse meditando.Procuro ficar totalmente observador de meus pensamentos, sensações, enfim tudo em minha volta sem se envolver.E é realmente uma grande dificuldade.Já tive vislumbres de aquela troca de um pensamento para o outro.Tive a graça de Deus de sentir aquele estado que é indescritível e pessoal de cada ser.Não posso deixar de confessar que graças as reflexões de J. Krishnamurti em seus diálogos,sempre nos reforçando sobre O observador e o observado.Compartilho contigo e a todos leitores do blog minha gratidão pela sua ajuda com nosso autoconhecimento.Este é um dos textos que deve ser imprimido e guardado para toda vida rs.Meditação cada vez mais vejo que não é baseada ou depende de cursos ou de técnicas e empenho mas sim de percepção e libertação.Novamente obrigado!
Namastê!
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Ola frateramigo Oscar!
ExcluirGrato por suas palavras! Fico imensamente feliz em saber que este trabalho está realmente beneficiando aos buscadores e meditadores sinceros- afinal , este foi o objetivo principal do blog.
Fraterabraços amigo!
Namastê!
Amigo Alsibar,
ResponderExcluirAgradeço a postagem deste texto, algo que precisava ler para poder compreender o caminho de saída da floresta em que me perdi. Com isto clareei minha postura sobre a meditação.
Grande Abraço,
Filipe
Obrigado Filipe por sua participação e comentário!
ExcluirNamastê!
Olá ALSIBAR Parabéns pela iniciativa na criação de um conteúdo tão esclarecedor. Sou marinheiro de 1ª primeira viajem em seu blog, mas já pratico a meditação algum tempo. Realmente acredito em uma postura de evolução, tanto que em minhas práticas já havia experimentado estados sutis de consciência que posteriormente se traduzem em paz perante as atividades de consciência desperta. Ainda creio que o ego sempre está em cada unidade agora nesse momento agindo sobre mim julgando o que estou comunicando e refletindo na escrita desse comentário. Sendo assim, compreendo que esse ego deva fazer parte de nossas vidas, mas com uma condição de controle ajustada pela nossa consciência que também é muito difícil hoje em dia, pois tentar controlar o ego é permitir que ele ainda mais assuma o controle. Voce teria alguma dica sobre isso ?
ResponderExcluirOlá frateramigo Ivan Pereira,
ExcluirPrimeiramente grato por sua participação e visita.
Minha dica é a seguinte: não tente nunca controlá-lo, apenas fixe sua atenção no Espaço Infinito, que se manifesta quando não há pensamentos. O resto se faz por si mesmo, sob ação curativa e harmonizadora do Infinito-em-si. Portanto não se importe com o EGO, ao contemplar a Verdade a ação do ego vai enfraquecendo-se cada vez mais e- talvez- um dia seja completamente eliminado- mas isso é ação da Verdade por si mesma- não depende de sua vontade ou ação direta.
Fraterabraços amigo!
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Muito grato pela resposta ! Então nesse caso, qualquer prática que utilize técnicas como: mantras, sons, ábacos são oportunidades de alimentar o ego ainda mais? Pergunto isso, pois havia conhecido uma meditação de nome "meditação transcendental" de Maharishi Mahesh Yogi que justamente emprega o uso de mantra durante a prática e que tinha despertado meu interesse. Mas a decisão mesmo está em seguir um caminho de evolução.
ExcluirGrato pela atenção amigo ALSIBAR !
Olá Ivan,
ExcluirSim e não... vai depender da sua postura mental em relação a essas coisas. Se for com o desejo de alcançar um estado superior de consciência e de usufruir de poderes ou percepções extra-sensoriais- pode ser que fortaleça sim. Todavia, se isso for feito de uma forma desapegada, com a mente neutralizada e sem nenhum desejo de ganho - se fizer apenas por fazer - ou seja, uma ação sem motivos a não ser a própria ação em si. Se a ação se fizer por si mesma, por algum motivo maior que não seja a satisfação e gozo dos sentidos- incluindo a mente- então não haverá fortalecimento do EGO. O que fortalece o ego não são os mantras, nem a ação- mas o desejo, o motivo por trás disso tudo. Se a mente estiver silenciosa, tranquila e satisfeita em si mesmo e a ação não for motivada por nenhum motivo egóico- então a ação é legítima e não lhe causará problemas. O problema então não é a meditação transcendental em si... mas o desejo que a acompanha. Em geral, as pessoas praticam essas técnicas com a finalidade de encontrar a expansão da consciência, o gozo celestial, o êxtase que ela proporciona- isso sim é muito perigoso e traz consequências cármicas às vezes bastante pesadas.
Não tenha desejos amigo e deixe que as coisas venham por si mesmas... no tempo certo e com o amadurecimento do seu espírito essas coisa virão naturalmente e sem perigos.
Fraterabraços amigo!
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