Quais são nossos casulos físicos, espirituais
e psicológicos? Até quando precisamos de casulos e quando será a hora de nos
livrarmos dos mesmos? E por que será que temos tanto medo de sermos livres? É
sobre isso que iremos refletir um pouco!
O ser humano tem necessidade de viver em casulos. Segundo o Aurélio,
casulo vem do latim casula,
diminutivo de casa. É também o invólucro de algumas sementes, insetos e larvas
à base de fios de seda. Serve como proteção contra os pedradores e também
fornece o ambiente ideal para grandes mudanças físicas que antecedem a fase
adulta em que a larva finalmente se transforma em borboleta. “É nessa terceira
fase que acontecem as grandes mudanças. A larva fica em estado de total repouso
por um período que varia de uma semana a um mês e os tecidos do seu corpo vão
se modificando. Quando a borboleta está pronta, ela rompe o casulo e libera as
asas.”
O medo nos impede de evoluir |
Romper o casulo e liberar as asas é o símbolo máximo de liberdade e
plenitude. Nas borboletas, esse processo acontece de forma natural, no homem
não. Este último, traz em sua constituição psicológica algo que os insetos não
tem: o medo. E é este medo da liberdade que faz com que tantas pessoas se
agarrem aos casulos espirituais e psicológicos
tais como religiões, métodos , gurus e filosofias. Estes refúgios não
representam grande mal em si mesmos. No
entanto, quando estagnam seu processo evolutivo , impedindo a alma de avançar
até sua libertação final - torna-se um grande problema.
Provavelmente, nosso primeiro casulo natural sejam nossos pais e nosso
lar. Depois, durante o confuso período da adolescência, nos refugiamos nas
religiões, nos movimentos e organizações. Na idade adulta, buscamos consolo na
oração, no deus personificado, na
religião organizada. Quando conhecemos os mestre, os métodos de meditação etc nos
sentimos seguros e confortáveis em um processo supostamente espiritual . Sem
perceber, continuamos presos a um outro
casulo, pois transformamos tudo isso em prisões, não em trampolins- que é como deveria ser.
Assim como as borboletas também temos nosso casulos |
O último casulo psicológico é o mais difícil de todos de ser rompido:
nós mesmos. Representa tudo que nos é caro, que nos dá prazer, conforto e
segurança. Inclui aí todo nosso conhecimento,
nossas crenças, verdades e certezas . Deixar “cair” tudo isso- como
dizia Dogen- é essencial para a
libertação . Mas quem tem coragem de dar o salto, soltar as asas e libertar-se
de tudo que acumulou e se apegou?
Precisamos de coragem para romper casulos e ser livres |
Que cada um reflita sobre o tema, procurando reconhecer seu
atual estágio evolutivo , identificar seus casulos e decidir se já não é hora libertar-se dos mesmos ou, pelo menos, de
alguns. Sei que muitos não estão prontos, mas muitos estão, e não voam por simples conveniência, medo ou apego. Que as borboletas nos ensinem a termos coragem, a sermos autônomos e verdadeiramente livres!
Fica a reflexão!
Namastê!
Alsibar
http://alsibar.blogspot.com
Fonte de pesquisa sobre casulos:
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-a-lagarta-se-transforma-em-borboleta
Medo e culpa são fortes obstáculos à liberdade. O mais interessante é que tudo indica que nessa prisão a porta esteve sempre destrancada, a questão é saber se temos coragem de enfrentar o que há além da porta. Grato!
ResponderExcluirSalve Jorge !
ResponderExcluirTalvez a porta aberta para o Desconhecido, ofereça mais medo do que ela fechada. De tal forma que muitos preferem ela assim mesmo, pois não precisam se arriscar!
Obrigado pela participação!
http://www.youtube.com/watch?v=n3jl7cm3LQ0
ResponderExcluirAnômimo 28 de Fevereiro 2013, 12:21
ResponderExcluirGrato pelo vídeo
_/\_
Grande texto, rapaz! Penso no medo que sempre retarda ou mesmo aborta nosso processo libertário, nosso florescer. E como dissestes, a maioria das pessoas não se encontra em estado favorável para romper o casulo. Forçá-las a isso poderia ser loucura. Como se um processo que em si não dependesse do tempo - restrito a este seria o casulo, este "ninho do tempo". O florescer rompe com as teias do tempo (=pensamento), mas exige um certo nível de inquietação e revolta. Como se a dor e a angústia pudessem ser as alavancas do despertar para a grande maioria de nós. O entediar-se com as rotinas e a insanidade da vida que sofremos aqui dentro, o sentir na pele todo o peso desta teia compacta. E o sentir que existe uma pele viva por baixo do casulo, existem as asas comprimidas terrivelmente dentro deste casulo. Um processo doloroso, sua dor diretamente proporcional ao apego. Um abraço, obrigado pelo texto!!! Namaskar!
ResponderExcluirEu que agradeço amigo Lobo!! Que belo texto o seu... Namaskar!
ResponderExcluir