terça-feira, 14 de janeiro de 2025

OS PSICOATIVOS: AJUDAM OU ATRAPALHAM?

                          


By Alsibar Paz

Há uma grande polêmica acerca dos benefícios de psicoativos como o chá da Ayahuasca, os cogumelos, o peiote, etc. Afinal, qual a verdadeira utilidade dos psicoativos?

Apesar da polêmica, a resposta a essa questão é bastante simples: os psicoativos têm potencial para a cura, não para a iluminação espiritual. Usando uma analogia: imagine uma jornada que tem como objetivo o topo de uma montanha no qual existe um lindo oásis encantado. Essa jornada começa lá embaixo, em uma caverna densa, situada em uma  floresta escura e cheia de perigos.  Então, cada pessoa está em determinado ponto da caminhada: uns estão na caverna, outros caíram no pântano, outros estão saindo da floresta,  tem uns no sopé da montanha, outros já estão subindo e assim por diante.

O que os psicoativos fazem? Eles  podem curar aqueles que estão doentes , debilitados ou que se feriram ao longo da viagem. É por isso que se chama "medicina da floresta". São substâncias naturais com o potencial de curar feridas  emocionais: traumas,  bloqueios, desequilíbrios e desordens de origem psíquica. Através de uma potente terapêutica arquetípica - que não funciona para todo mundo - o chá tem potencial para  remover memórias profundas que estão impactando negativamente a vida do sujeito. 

A questão é: isso resolve tudo? Este é o problema: não!

Sem querer sair da analogia: através da cura, os  "doentes" retornam à jornada da vida e devem caminhar novamente em direção ao topo da montanha como todo mundo. Na prática, significa dizer: a medicina te cura, mas não te desperta, não te ilumina, não te liberta das ilusões do ego, pelo contrário, pode potencializá-las.

Explico usando outra analogia : o óxido nitroso - também chamado de gás do riso - é utilizado pelos médicos e dentistas em seus procedimentos devido ao seu efeito anestésico e analgésico.

Osho e o Diazepam
Mas se a pessoa usá-lo por conta própria e sem o objetivo medicinal, ele se torna uma droga potente e perigosa.  Vários remédios utilizados por médicos em seus tratamentos são usados  como drogas devido aos efeitos que causam na psique. O próprio Osho era viciado em Válium ( Diazepam) e óxido nitroso. O que vale para as drogas medicinais, vale também para a medicina da floresta.

O outro problema dos psicoativos é a ilusão de libertação que eles causam e por quê?

É o seguinte: os psicoativos atuam no plano astral que é a dimensão das emoções conscientes e inconscientes. Nesse plano, todos nossos desejos e medos se realizam instantaneamente. Uma boa analogia são os sonhos. Lá você vive e realiza todos seus medos e desejos mais profundos. Basicamente é o mesmo que acontece durante as  EQMs : aumento da produção de DMT no cérebro e ampliação dos limites da consciência ordinária, potencializando a percepção do inconsciente. Tudo que é visto, vivido e sentido sob o efeito do DMT não passa de criações do próprio inconsciente.

Em suma: se você procura apenas a cura psíquica/emocional, os psicoativos podem ajudar. Se você procura a iluminação espiritual, os psicoativos  podem te atrapalhar e até te impedir. Por terem a capacidade de potencializar os desejos, eles podem criar a ilusão de que você já está iluminado. Mas será apenas uma ilusão. E como o sujeito está sob o efeito da substância, por mais que se tente  mostrar-lhe o contrário, ele não aceitará. Vide a história do Osho e o seu trágico fim.

Alsibar Paz

14/01/25


domingo, 12 de janeiro de 2025

O DEBATE ENTRE O EDUARDO E O CELSO: UMA DERROTA APODÍTICA

 


O debate entre o Eduardo Collar e o Celso Carneiro no canal  “ Explorando o Amor e a Sabedoria” do André foi um evento bastante interessante e instigante. Finalmente, o Eduardo iria tentar convencer  alguém de que sua visão "vedântica" acerca da natureza das coisas era realmente evidente e apodítica. Para quem não sabe  – e eu também não sabia – essa palavra significa algo que é irrefutável e evidente.

No começo do debate, foi dado a cada um vinte minutos para fazer sua apresentação inicial. O Eduardo tentou, da sua maneira, fundamentar seu posicionamento com argumentos, a meu ver, bastante fracos. Por exemplo, logo de início ele diz que a “ consciência não depende de nada, não depende  do outro para ser conhecida”.  Argumento pífio, uma vez que a consciência depende do corpo para existir. Sem o corpo não há consciência. Lá na frente, o Celso vai refutar isso. 

Outro argumento usado pelo Eduardo foi de que a "consciência não muda". O que não é  nada evidente, uma vez que há vários níveis de consciência e estas mudam com certeza. A consciência de cada um é diferente e, obviamente, muda a cada instante. Em alguns é mais fraca, noutros é mais forte, em uns é mais lúcida, noutros nem tanto. Além disso, há os casos em que um desequilíbrio, anomalia ou doença pode alterar a consciência e o Celso vai demonstrar isso mais frente usando o exemplo de epilepsia.

Na vez do Celso, ele usou três modelos geocêntricos para mostrar que a visão de cada um é subjetiva, ou seja, depende de um ponto de vista e que qualquer um pode estar errado, como esteve de fato durante muitos anos. Em suma, ele provou que a percepção individual pode se enganar mesmo em relação a fatos objetivos e concretos, quanto mais em relação a questões filosóficas abstratas. Depois ele dá quatro exemplos: o do sonhador que representa a visão não-dual do Vedanta, o do astronauta que representa uma visão dualística do mundo, o do iceberg e o da vela.

No primeiro caso, apenas o sonhador é real e tudo mais é um sonho . Do que se conclui que nesse exemplo, a única coisa “real” é o sonhador e não seu “universo” que é apenas uma criação mental. Essa seria a visão do advaita-vedanta. Já no caso do astronauta, a consciência é um atributo do espírito e não da matéria. O traje do astronauta representaria o corpo e o astronauta dentro da roupa, o espírito. Nesse modelo, o mundo será dual: espírito e matéria e a consciência é um atributo do espírito. Nesse caso, o traje filtra a percepção do mundo e o que ele vê é apenas uma representação desse mundo que é projetado em sua consciência. No próximo exemplo, ele usa o iceberg para simbolizar a consciência (gelo) que emergiria da matéria ( água do mar) — hipótese materialista/emergentista. No último caso, ele usa o exemplo da vela para mostrar o modelo de impermanência e interdependência do “eu” que, assim como a chama, parece contínuo e auto existente, mas de fato não é — essa é a visão budista. Ao final da sua introdução, o Celso diz que nenhum desses modelos pode ser categoricamente provado como sendo o verdadeiro. Ele não negou a plausibilidade de nenhum dos quatro modelos, apenas disse que nenhum deles é irrefutável e que, sendo assim, nenhum deles pode ser considerado apodítico como o Eduardo defende.

Na hora da tréplica do Eduardo, ele até tenta refutar os modelos, mas fica claro que seus argumentos são fraquinhos. Um exemplo é quando ele tenta refutar o conceito de "impermanência do eu" do Budismo representado pela descontinuidade da vela . Ao fazer sua refutação, o Eduardo fala  que “é logicamente impossível ter a experiência da descontinuidade ” e que “ só é possível ver a chama da  vela se houver um observador vendo a chama”. Só que nesse momento, o Eduardo conclui: “ como você pode ter a experiência da descontinuidade da consciência, se experiência significa consciência?” para ele é uma falácia, um erro lógico. Mas será que é mesmo? Vejamos:

Ora,  quando o budismo fala sobre descontinuidade da consciência do “eu”, do “ego”, ele está tratando de duas coisas: a descontinuidade do eu e a descontinuidade da “consciência do eu”. Como a natureza descontínua e impermanente do eu é percebida? Pela consciência, óbvio. Mas como a própria descontinuidade da consciência é percebida? Porque ela some, apaga, finda…  Ou seja, enquanto se está nesse estado de vazio, ela não é percebida. Só depois é que o ego/consciência retorna e aí se percebe que houve um “lapso na continuidade”, ou seja, uma descontinuidade.

O exemplo da epilepsia dado pelo Celso é perfeito. Eu mesmo tenho um parente que tem epilepsia e é exatamente como o Celso descreveu. Os lapsos só são percebidos quando a consciência retorna. Não durante. O mesmo vale para quem tem desmaios ou  para quem entra em uma sala de cirurgia. Durante a operação não tem como percebê-la, só antes ou depois . Outro exemplo  é o do “ boa noite cinderela”. Sob o efeito dessa droga, a pessoa faz um monte de coisas de forma inconsciente: leva o (a) bandido (a) para casa, abre a porta, entrega tudo e depois, no outro dia, não se lembra de nada.  Ela só vai saber pelo resultado, ou seja, pelas coisas que estão faltando. Quando tenta se lembrar do que aconteceu, só consegue até certo ponto, o antes e o depois, mas nunca o durante. Mesmo quando dormimos temos evidência da descontinuidade da consciência, pois só nos lembramos até certo ponto, então há um “apagão” e só retorna no outro dia.  Por fim, ele tenta arrematar: “para saber da descontinuidade é preciso ter uma consciência ali”. O que está corretíssimo. Ou seja: para se ter conhecimento da descontinuidade da consciência eu preciso da consciência. Mas, sem perceber, através dessa afirmação ele confirmou a existência da “descontinuidade” da consciência.

Ao insistir na tese de que “ é impossível ter evidência da descontinuidade da consciência”, o argumento do Eduardo colapsa diante da própria realidade dos fatos que demonstram o contrário. Pelas suas palavras, fica claro que ele mesmo não percebe sua própria contradição ou não quer aceitá-la porque, aí, seria entregar os pontos ao Celso.


O AUTOMATISMO MOTOR : A PROVA DA CONSCIÊNCIA DESCONTÍNUA


Para exemplificar a existência da consciência descontínua, o Celso utiliza um exemplo bastante interessante: o da epilepsia na qual a pessoa faz gestos repetitivos sem perceber (autismo motor). Através desse exemplo, ele demonstra, com fatos, que existem lapsos de consciência. E se é um lapso, a própria pessoa não está consciente dela, ou seja, não a percebe — óbvio. Para tomar consciência de seu problema a pessoa teria que aceitar o testemunho de outras pessoas ou ver  a si mesma em uma gravação de vídeo, por exemplo. Novamente, o Celso afirma que a visão do Eduardo, que diz ser do advaita-vedanta, não pode ser comprovada. E como continuam existindo várias outras  correntes de compreensão, a visão defendida por Eduardo não pode ser  considerada apodítica (auto evidente). O que se pode dizer é apenas que essa é  visão que a própria pessoa defende.

Durante, a live, um participante ressalta que está faltando a definição do que é consciência. O Eduardo explica da sua forma: “é o campo onde tudo aparece.  É aquilo que não é objeto, etc.” Só que, quando o Celso lembra que existem outras visões  sobre consciência,  o Eduardo repete várias vezes que ele refuta todas as outras definições, mas que  a sua explicação é irrefutável. O Celso diz que essa afirmação é extraordinária e para afirmações extraordinárias ele precisa apresentar evidências extraordinárias também. Depois, ele diz que vai mostrar que seu posicionamento é irrefutável.

 

A CONSCIÊNCIA DEPENDE DO CORPO OU O CORPO DEPENDE DA CONSCIÊNCIA?

Ao longo do debate, o Eduardo afirma repetidamente que o corpo depende da consciência para existir. Ou seja, “que a consciência é a condição necessária para toda objetualidade (existência dos objetos)”. Uma afirmação bastante absurda. Ora, antes de existir qualquer consciência - que tem aproximadamente 3 milhões de anos, considerando as evidências dos primeiros seres vivos -  então não  existiria  nada  antes. O que não faz o menor sentido, já que antes de existir qualquer consciência na Terra, teve primeiro que acontecer a própria formação da Terra ( 4.5 bilhões de anos aprox.) e antes disso veio a formação dos sistemas, galáxias, universo, etc. datando aproximadamente 13.8 bilhões de anos. Ou seja, é inegável que a consciência é um produto do processo evolucionário desde “os Big-bangs” até o estágio atual.

Voltando ao debate, mesmo o Celso insistindo em demonstrar o óbvio ao seu interlocutor: que não há como se comprovar que a consciência é anterior aos objetos, o irredutível Edu teima em não aceitar o que me parece — e a todo mundo com bom-senso — que é evidente. Pelo contrário, ele diz que consegue comprovar sua visão. E fica todo mundo esperando a tal “prova” que nunca chega. Mais uma vez, o Eduardo usa de artifícios falaciosos que não convence o Celso, nem a ninguém. Primeiro ele diz: “a matéria é um postulado metafísico”. O que é um sofisma (argumento falso), matéria não é metafísica, nem muito menos um postulado. A matéria é energia fisicamente condensada e ela existe e sempre existiu muito antes  de qualquer postulado, teoria ou filosofia. Existe antes mesmo da existência de qualquer ser humano com capacidade para pensar filosoficamente. Como a matéria veio antes do ser humano, ela não pode ser reduzida a um “postulado metafísico”. Só na cabeça do Eduardo e de crentes como ele.

Outro argumento usado pelo Eduardo que pode confundir quem o escuta é a questão do “numênico” e do “fenomênico”. O Celso diz que o Eduardo está usando o primeiro com um significado diferente do usado por Kant e pela filosofia. Ele, claro, rebate e explica seu entendimento: “ antes da consciência fundamentar qualquer coisa, você não pode falar da existência daquela coisa. (…) A consciência é o fundamento da existência porque para postular a existência de qualquer coisa só é possível na consciência”. Um argumento óbvio que é usado pelo Eduardo como uma grande sacada que logo é rebatido pelo Celso: “ Mas isso não significa que a consciência existia a priori” — o que é óbvio para qualquer pessoa sensata. Mas não é o caso do seu interlocutor que segue repetindo  insistentemente que “significa, sim!”

AS GALÁXIAS

O próximo “round” chega a ser surreal. Parece que estamos voltando à época da Idade Média. O  Celso dá o exemplo das galáxias que existiram há mil anos luz e que só agora a humanidade tomou consciência de sua existência. Surpreendentemente o Eduardo sai repetindo: “ não tem galáxia, não tem galáxia!. O que é uma galáxia? — ele pergunta e ele mesmo responde ´é um objeto que depende da consciência” - outro sofisma, uma vez que a galáxia é anterior à existência da terra, dos seres vivos e do homem. Nós somos filhos das galáxias, das estrelas que geraram esse sistema, não o contrário. Então, o argumento do Eduardo cai ou na demência, na fé cega ou na má-fé, mas nunca na razão, tampouco na realidade dos fatos.

O pior de tudo é que o próprio Eduardo, em sua tentativa frustrada de negar o evidente, dá outro exemplo mais absurdo ainda e que piorou a situação para ele. Ele questiona: “uma árvore caindo lá no meio da floresta existe som?” e ele mesmo responde: “Existe não, porque o som são as moléculas vibrando  no ouvido, etc...”. E é óbvio que existe o som, mesmo que não haja ninguém para percebê-lo. Na internet está cheio de vídeos de câmeras filmadoras deixadas nas florestas que captaram sons diversos. Além disso, se o som não tivesse sido produzido antes da sua captação, ele não poderia ser registrado. Outro exemplo mais atual vem das ondas gravitacionais teorizadas por Einstein em 1915 e cuja existência só foi comprovada em 2015 pelo LIGO. Esse som foi produzido pela colisão de dois buracos negros massivos que ocorreu há 1.3 bilhão de anos  e só nos chegou agora. Se o som não tivesse sido produzido há bilhões de anos não teríamos como detectá-lo. Isso é tão óbvio que me sinto um idiota tendo que explicá-lo.

A PINTURA E O PINTOR

Ao ser confrontado com os argumentos  irrefutáveis da própria realidade expostos pelo Celso, novamente o Eduardo usa um argumento que de tão ridículo, chega a ser infantil: o do pintor e da pintura. Ele diz: “você está dizendo que a pintura criou o pintor!”, um paralelismo e uma desonestidade lógica que não se sustenta. Senão vejamos:

1.      No caso do Universo, a ciência diz que primeiro veio o Big Bang, galáxias, sistemas, terra, seres vivos ( estágio primitivo da consciência) e o ser humano ( último estágio da evolução da consciência). Ao afirmar isso, a ciência não está dizendo que a pintura criou o pintor, mas que o próprio universo é o criador do pintor e, consequentemente, da pintura. Ou seja, não se encaixa na refutação exposta pelo Eduardo.

 

2.     Já se aceitarmos analogia do  Eduardo, é como se  o pintor tivesse se autocriado, ou tivesse sempre existido, ou aparecido do nada, e  só depois, criado a pintura. O que a ciência mostra é que o pintor existe, a pintura existe… mas o pintor é resultado de bilhões de anos de evolução tanto do Universo quanto da própria terra, dos seres vivos e da humanidade.

Outra estratégia usada pelo Eduardo, é  dizer que ele não está contra a ciência, mas sim contra o cientificismo. Os dois conceitos são muito bem delimitados e conhecidos, o problema é a forma que o Eduardo os manipula em seu próprio favor. Ao assumir que ser à favor da ciência, mas não do cientificismo, o Eduardo tenta desmerecer as verdades científicas que contrariam sua visão taxando-os de “cientificismo”, ou seja, ideologia, falsa ciência. Para ele, só é ciência aquilo que se encaixe em sua própria narrativa . O resto, ele trata como sendo “lixo científico”. Tentar reescrever o próprio significado do que é ciência, em um esforço para encaixá-la em sua própria tese,  parece-me uma postura bastante questionável.

O exemplo da árvore retorna várias vezes ao debate. O Celso dá o exemplo de uma árvore que cai em cima de uma camionete: mesmo que ninguém veja, a árvore caiu e estragou o automóvel.  Novamente o óbvio: não é porque ninguém percebeu, que a árvore deixou de fazer o estrago no objeto que só será percebido mais tarde quando o proprietário encontrá-lo. Mas o Eduardo continua em sua tese que, sem a consciência a árvore não tem cor, não  tem crespo não tem duro, não tem som, não tem borda… etc. Um argumento tão surreal,  que você custa a acreditar que alguém com inteligência esteja usando-o.


A QUESTÃO DAS PREMISSAS  E OS MOMENTOS “VERGONHA ALHEIA”

O que o Eduardo tenta fazer desde o começo é lançar as bases sobre as quais irá fundamentar seu raciocínio. O problema é que ele não convence ao Celso — nem a ninguém — da validade de suas premissas. Por exemplo, ao tentar convencer o Celso de que a consciência é ilimitada, contínua, auto evidente e sempre existente, ele simplesmente não consegue, por quê? Porque estão erradas. Não se sustentam diante da realidade. De fato, nenhuma das premissas é comprovável, então elas se tornam meros objetos de crença, assim como a crença dos religiosos e dos terraplanistas.

Um dos momentos mais “vergonha alheia” é quando o Celso reafirma que ele, o Eduardo, está postulando que não existe um som quando a árvore cai “lá” em um lugar desconhecido sem ninguém por perto para ver. E, surpreendentemente, o Eduardo diz que o postulado  não é dele, mas sim da Física ( repete 3 vezes).  De que Física ele fala? Como já citei nos parágrafos anteriores, há inúmeros casos em que a Física comprova a existência de sons que foram produzidos bilhões de anos atrás. Fico pensando aqui comigo, isso é ingenuidade, cegueira ou má-fé?

O outro momento “ vergonha alheia grau máximo” é quando o Eduardo é confrontado com o exemplo da pessoa que tem uma crise de “epilepsia automotiva motora” na qual,  quem a tem não percebe, apenas o outro que a testemunha. Ou seja, um exemplo claro e evidente da existência da inconsciência. Mas o Eduardo não  aceita. Em sua defesa, ele começa dizendo que a “palavra inconsciente não existe” (o que é um absurdo, pois para dizer que a palavra não existe ele tem que usar a própria palavra). Depois ele diz que a inconsciência simplesmente não existe. A pior parte da sua argumentação é a conclusão de que a inconsciência “ é um erro lógico porque a consciência não pode ter um contrário”. E por que não? Porque isso a “limitaria e excluiria”. Para ele, “falar em inconsciência é irracional por que não podemos ter evidência da não-consciência”— que é outra falácia, uma vez que o Celso, ao citar o problema da epilepsia, estava justamente demonstrando haver sim evidência da inconsciência.

Logo depois, ele mesmo admite usar  a palavra “inconsciente” de uma forma “funcional”, mas que “ na real,  filosoficamente falando, a nível último, não pode existir essa palavra!”.  Ao dizer que “ não podemos ter evidência da não-consciência”, mesmo o Celso tendo demonstrado o contrário, ou seja, que há sim evidência, o Eduardo não consegue perceber seu próprio problema. No fundo, ele está dizendo: o que não cabe na minha lógica, na minha evidência e  experiência, simplesmente não existe. O que é, de novo, outro disparate. É nessa hora que o Eduardo repete “ tudo é consciência!” quatro vezes seguidas, como um disco arranhado, como se quisesse convencer as pessoas pela afirmação e não pela lógica dos fatos.

 

Daí por diante, o debate segue sem muitas novidades, quase que de forma circular. O Eduardo continua usando os mesmos argumentos falaciosos do começo e que já foram refutados pelo Celso diversas vezes. Ele volta com a mesma questão : “a consciência é auto evidente, ela não precisa de uma prova porque ela é a condição para toda prova e evidência. A palavra evidência é consciência!”. Ou seja, ele fica repetindo o que o Celso já havia explicado: que o problema não é o ato de evidenciar ou postular algo, mas sim se o mundo só existe a partir da sua postulação. Nessa hora, o Eduardo tem uma crise de “dissociação cognitiva” ao afirmar que o mundo é “crença básica” porque é fenomênico e que a consciência seria a “realidade inegável e auto evidente”. Daí, ele  segue dizendo que existem duas coisas “mundo duvidoso” e “ consciência inegável auto evidente”. Ora, mas não foi exatamente isso que ele tentou provar ao longo de todo o debate e não conseguiu?

Nos últimos minutos do debate, o André, sem perceber, dá razão ao Celso, uma vez que sua postura é semelhante a que o Celso teve ao longo do debate: a de admitir sua própria incapacidade de saber a verdade. No final, a única coisa que ficou evidente foi que o Eduardo não percebeu que seus argumentos não comprovam nada. E que apenas ele mesmo não tem consciência disso, exatamente como o epiléptico do exemplo do Celso que não percebe os seus próprios lapsos de consciência.

Alsibar Paz

Link do Debate entre o Eduardo e o Celso no canal Explorando o Amor e a Sabedoria:

https://www.youtube.com/live/riV8XXXBzMk?si=1qK0FZpMnCAzQBK9

 

 

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

UCEM OU CARTAS DE CRISTO: QUAL É O IMPOSTOR? #ucem #cartasdecristo

 



Esse texto foi retirado de um comentário feito por uma pessoa de nome Liliane lá no vídeo que fiz  para o Youtube sobre o UCEM e as Cartas de Cristo. No vídeo, eu comparo as duas obras e defendo a tese de que o autor de um dos dois é um impostor, ou seja, não é Cristo, uma vez que falam coisas totalmente diferentes e opostas. Aqui no Blog, deixo registrado tanto o comentário dela, quanto minha refutação, comentando e, às vezes, refutando, cada  ponto de seus argumentos. O comentário foi enumerado para facilitar a compreensão e a identificação entre o argumento e a refutação.

 

“(1) Com todo respeito Alsibar, mas só de ver seus argumentos pegando trechos isolados do UCEM para comparar com as Cartas de Cristo já deu pra perceber que não entendeu o propósito prático do UCEM, em momento nenhum tem dizendo no UCEM que quem criou o ego foi o Homem, (2) esse "Tu" não se refere ao homem, mas a consciência/a observação, que se identifica com a separação (Ego), tem uma pegada de reconhecer na experiência direta isso. (3) E Ego no UCEM se refere a ideia mental de separação, a todo um sistema de pensamento de separação que é o que gera todos os conflitos e confusões que acontecem no mundo, ou é mentira?

(4) Basta olhar pro mundo e ver a realidade nua e crua, não que seja mal ou bom, mas é um equívoco que nos leva a pensar que somos todos separados e não uma Unidade como apontam todos os caminho não-duais.

(5) Já nas cartas de Cristo o Ego refere-se a mesma coisa que na psicologia, questões de individualidade no mundo para um viver cotidiano aqui, já o UCEM aponta para a não-dualidade, no não-eu não tem ego nenhum, senão não é não-eu/não-dual, tem 2,3,4....

(6) Claramente as cartas de cristo falam do relativo e o UCEM aponta para o absoluto e nos convida a ver o mundo sem um óculos cor de rosa. Essa palavra Cristo é utilizada por muitas tradições espirituais e religiosas onde cada uma dá um significado a ela,  (7) no fim as palavras pouco importam, quando se desapega das palavras e se entende para onde elas estão apontando fica mais fácil de entender para onde os caminhos apontam, (8) que é para dentro de si, onde a mente cai (Conceitos, palavras e narrativas) e o imutável UM sem segundo é reconhecido.

(9) A iluminação é um reconhecimento: Todos os caminhos não-duais falam a mesma coisa,  (10) o imutável não muda, a iluminação é o reconhecimento do imutável na prática, na sua experiência direta. (11) Se já aconteceu um mínimo de lucidez ai, já reconheceu que na verdade última não tem nem Eu, nem Você, nem Cristo, nem Krishnamurti, etc.

(12) Automaticamente com esse reconhecimento pode-se dizer que as situações melhorem, mas não pelo que acontece, mas pelo olhar que você vai ter sobre tudo a partir desse reconhecimento da verdade.

(13) Utopia achar que tudo vai ser mil maravilhas na forma onde tudo é transitório e muda o tempo todo e ficar criando expectativa, e se não acontecer cair em uma frustração, quem tem coragem para observar tudo no mundo e não só para o próprio umbigo consegue ver isso.

(14) Até se levarmos essas histórias de Jesus como verdade veremos que até pra ele próprio não foi mil maravilhas, mas com o reconhecimento da verdade imutável pouco importa o que aconteceu em um mundo onde tudo passa.

(15) Esse papo das Cartas de Cristo ainda falam muito de dualidade, não vejo nada de Não-Dual.  (16) Mas respeito e que pode ser um caminho totalmente útil para determinadas pessoas em determinados momentos, assim como o UCEM também pode ser útil para determinadas pessoas em determinados momentos, até porque tanto os livros quanto qualquer coisa que qualquer pessoa fale, serve apenas como apontamento e que cada um vai reconhecer a verdade diretamente.

 

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Minha resposta: 

Olá Liliane, tudo bem?

Primeiramente, quero dizer que as explicações expostas abaixo são totalmente impessoais. A intenção aqui não é mostrar mais conhecimento ou sabedoria. Mas poder mostrar com mais detalhes aquilo que penso sobre tudo o que o UCEM representa.  Então, com todo respeito, vamos por partes:

1.       “Com todo respeito Alsibar, mas só de ver seus argumentos pegando trechos isolados do UCEM para comparar com as Cartas de Cristo já deu pra perceber que não entendeu o propósito prático do UCEM…”

 

Bom, quando se compara duas obras, certamente é por partes, trechos, ou não? Já fui pesquisador de Literatura Comparada e sempre pegamos partes ou que concordam ou que discordam entre si. No caso, peguei pontos específicos que são discordantes. Uma metodologia usada universalmente nos meios acadêmicos. A própria análise que vou fazer de seu comentário, é por partes, não é necessário pegar aquilo que não interessa à tese que estou defendendo.

 

2.       “…esse "Tu" não se refere ao homem, mas a consciência/a observação, que se identifica com a separação (Ego)”

 

“Tu” é segunda pessoa do singular e se refere a quem o texto se destina, ou seja, o leitor. Por mais que vocês queiram fazer malabarismos linguísticos, isso não funciona na prática. Você pode até tentar reinterpretar o significado do que é uma pessoa, mas isso não muda o português. Aliás, a gramática não está interessada em questões filosóficas. O que você e esse tal livro considera ser a natureza do leitor é assunto para a filosofia.

 Já sobre o “tu” ser a consciência/observação, que aparentemente você interpreta como impessoal, é uma falácia. A observação sempre é pessoal porque parte de um ser humano, de uma pessoa ou de um ser vivo com olhos para ver. O problema é que o UCEM se apodera de conceitos e o mistura numa grande salada  incoerente e indigesta.

 

A observação pode ser impessoal, mas apenas no “campo psicológico”.  E para se chegar a ela, há um longo caminho a ser trilhado. Com certeza não é fácil e não decorre da repetição exaustiva de palavras e conceitos de livros.

 

Como dizia Krishnamurti: a observação é o observador. Caso queira entender melhor o que ele quis dizer com isso, eu escrevi um livro só explicando essa pequena frase dele e, de antemão, lhe aviso que ela não tem nada a ver com a destituição dos pronomes pessoais da gramática.

 

 3. “E Ego no UCEM se refere a ideia mental de separação, a todo um sistema de pensamento de separação que é o que gera todos os conflitos e confusões que acontecem no mundo, ou é mentira? “

Assim como o UCEM se utiliza sempre de meias verdades, sua afirmação acima está parcialmente correta. Senão vejamos:

a)      A sua definição de ego de acordo com a visão do UCEM está correta. Não que eu concorde com ela, estou apenas dizendo que sua explicação está de acordo com a explicação do UCEM. E eu discordo categoricamente dela.

 

b)       “ A ideia mental de separação é o que gera todos os conflitos e confusões do mundo, ou é mentira”? Sim, é mentira. A ideia mental de separação, ou seja, de me sentir separado de tudo como um sujeito, uma pessoa, um indivíduo, é totalmente salutar e importante. Simplesmente não haveria humanidade, nem vida se não houvesse a ideia mental de separação. Busque saber sobre a experiência da neurocientista Jill Bolte Taylor. Ela teve um AVC e de repente perdeu o sentido de ser uma entidade separada. E isso foi um pesadelo para ela. Ou seja, a própria criação, natureza, Divindade, etc, criou em nosso cérebro uma área específica responsável pelo sentido de separatividade. Sem ele, não seria possível ter uma vida social funcional. E essa experiência da cientista está em completo acordo com o que diz as Cartas de Cristo: o sentido de separatividade é importante e fundamental para a sobrevivência do ser humano.

 

4.       “…Basta olhar pro mundo e ver a realidade nua e crua, não que seja mal ou bom, mas é um equívoco que nos leva a pensar que somos todos separados e não uma Unidade como apontam todos os caminho não-duais.”

   

Quase isso. Você já ouviu falar da expressão: unidade na diversidade? Significa que ver apenas Unidade em um mundo tão diverso acarretará problemas. Assim como ver somente diversidade, sem considerar a unidade fundamental, também. A Unidade é o aspecto elementar do universo porque essencialmente somos feitos da mesma matéria prima básica. Todavia, essa Unidade se desdobra na diversidade Universal que é o próprio Universo. Não reconhecer isso representa um  grande perigo e ignorância. Em resumo: em essência somos unos. Mas quando manifestos na relatividade da existência, somos múltiplos e diversos. E é uma benção que seja assim.

 

5.       “…Já nas cartas de Cristo o Ego refere-se a mesma coisa que na psicologia, questões de individualidade no mundo para um viver cotidiano aqui, já o UCEM aponta para a não-dualidade, no não-eu não tem ego nenhum, senão não é não-eu/não-dual, tem 2,3,4...”

 

Vê-se que você não leu as Cartas de Cristo e se leu não entendeu. O conceito de “ego” das Cartas nada tem a ver com a Psicologia. A visão das Cartas é única. Sua abordagem difere de tudo o que li sobre a Psicologia. Algumas coisas “batem”, mas não tudo. Como a minha refutação já vai ser enorme, não há espaço aqui para eu entrar nos pormenores da questão. Seria bom lê-las, pois a abordagem pode ser muito profunda e complexa para alguns.

 

E a última revelação que talvez lhe choque: no “não eu” o EGO continua sim. Mas isso é um outro assunto. Sugiro ler Krishnamurti, um verdadeiro mestre advaita, ou meu livro:  “ A Observação Sem Observador” para entender melhor esse ponto. O livro está disponível no site do Clube de Autores.

 

6.       “…Claramente as cartas de cristo falam do relativo e o Ucem aponta para o absoluto e nos convida a ver o mundo sem um óculos cor de rosa.”

 

Primeiro porque não é “claramente”. E segundo que você está dizendo que as Cartas estão falando do “relativo” e não do absoluto. Há dois problemas aí: sua conceituação é dual (a relativa e a absoluta). Além disso, as Cartas tratam esse mundo como parte do absoluto e não como algo à parte dele. Significa que você e o UCEM é que estão separando as coisas apesar de falarem sempre em não separação.

De fato, como diz o Budismo: “o vazio é a forma, a forma é o vazio”. Não existem duas visões. Apenas uma. E ela é essa: tanto o mundo do fenômeno, mentalmente solidificado na 3D, quanto nas mais altas esferas, tudo É ABSOLUTO. Brahma Satyam!

 

7.       “…no fim as palavras pouco importam, quando se desapega das palavras e se entende para onde elas estão apontando fica mais fácil de entender para onde os caminhos apontam”.

Sério isso? Seu UCEM tem quase 600 páginas de pura repetição e verborragia conceitual — fora os outros dois livros — e você vem me dizer que as palavras pouco importam?  “ Tá Ok”!

 

 

8.       “…que é para dentro de si, onde a mente cai (Conceitos, palavras e narrativas) e o imutável UM sem segundo é reconhecido. “

Deixa eu ver se entendi: quer dizer que no UM “conceitos, palavras e narrativas” caem….  Mesmo assim vocês precisam se apegar a uma enorme quantidade de conceitos e narrativas para entender isso. Sim, porque o UCEM não passa de conceitos, palavras e narrativas. Nada mais do que isso.

E então” O Um sem segundo é reconhecido” quem reconhece? Questão básica de lógica, só se reconhece o que foi conhecido antes. Aquilo que é reconhecido através da memória não pode ser o Eterno que é sempre novo e não pode ser reconhecido pela mente. Além disso, se não há, como vocês dizem, a entidade, o eu, o ego, etc. Quem reconhece no reconhecimento? Simplesmente não faz sentido nenhum.

 

9.       “A iluminação é um reconhecimento: Todos os caminhos não-duais falam a mesma coisa.”

Dizer que  todos os caminhos não duais falam a mesma coisa acerca do tal “reconhecimento” é um argumento falso para defender um posicionamento. Um dos maiores mestres do advaita moderno chama-se Jiddu Krishnamurti e, ao longo de sua obra, ele repetiu varias vezes que a Verdade não pode ser reconhecida.

Além disso, as próprias Cartas falam literalmente, como citei no vídeo: a iluminação NÃO é um reconhecimento, mas sim um acontecimento.

 

10.    “Todos os caminhos não-duais falam a mesma coisa, o imutável não muda”.

 

Sério que o Imutável não muda? Mas a mudança faz parte da natureza imutável do Absoluto. Assim como mudar faz parte da natureza imutável do vento ou da água, por exemplo.

 

11.“…Se já aconteceu um mínimo de lucidez ai, já reconheceu que na verdade última não tem nem Eu, nem Você, nem Cristo, nem Krishnamurti, etc.”

 

Novamente, outro argumento parcialmente verdadeiro. Isso ocorre durante o Samadhi. Mas quando o Samadhi passa ou diminui volta a existir eu, você, Cristo, krishnamurti, Buda, etc.

 

12.   Automaticamente com esse reconhecimento pode-se dizer que as situações melhorem, mas não pelo que acontece, mas pelo olhar que você vai ter sobre tudo a partir desse reconhecimento da verdade. “

 

Ou seja, uma simples questão de “ressignificação” nada mais do que isso. Mas, olha que interessante, as Cartas já dizem outra coisa. Elas afirmam não só que o seu olhar/percepção vai mudar, mas que a própria situação, a própria realidade física ao seu redor será transformada a partir dessa iluminação/mutação interior. Talvez, esteja na hora de você dar uma olhadinha no que diz as Cartas de Cristo.

 

13.   “Utopia achar que tudo vai ser mil maravilhas na forma onde tudo é transitório e muda o tempo”

Sério que tudo é “transitório e muda o tempo todo”? A mesma coisa que Buda disse há dois mil e quinhentos anos? Ou seja, o óbvio. Preciso mesmo seguir um livro estranho como esse para ver o que é tão óbvio e ululante?

 

14.   “Até se levarmos essas histórias de Jesus como verdade veremos que até pra ele próprio não foi mil maravilhas, mas com o reconhecimento da verdade imutável pouco importa o que aconteceu em um mundo onde tudo passa. “

Essa foi a “cereja” do bolo.  Pouco importa o que aconteceu? Talvez para você pouco importe mesmo. Mas não para ele. Segundo as Cartas a dor e o sofrimento foram tão grandes que ele evitou entrar em detalhes sobre o ocorrido durante a canalização das Cartas devido ao trauma que sentiu e as vibrações pesadas que ainda podiam ser sentidas ao reviver aqueles fatos. E mesmo sendo o Cristo, o Avatar dos Avatares, doeu e muito. Mas o livro de vocês, pelo que me parece, nega o sofrimento não é? Estranho isso, não? Pois no caso de uma pessoa comum, vocês podem dizer que ela sofre devido “ao não reconhecimento da verdade”. Mas isso vocês não podem dizer sobre Cristo.

 Além disso, se vocês disserem que Cristo sofreu por não reconhecer a tal “verdade”,  vocês tirariam a “autoridade” de Cristo e, consequentemente, do próprio livro que vocês dizem ser de autoria dele. Como ele pode defender uma coisa que ele mesmo não viveu?  A outra opção seria assumir uma falha na personalidade terrena de Cristo. Mas tal coisa não existe no livro de vocês. Existe para o ser humano comum, mas não para o Cristo. Defender essa última opção seria dar um tiro no próprio pé.

15.   “Esse papo das Cartas de Cristo ainda falam muito de dualidade, não vejo nada de Não-Dual.”

Engraçado, eu digo a mesma coisa sobre o UCEM. Aliás, é ele que está sempre dividindo tudo ao longo do livro ao falar de: ego x Espírito Santo; Inspiração x fadiga, luz x escuridão, miséria x alegria, professor x aluno, ego x “Ser”. Além disso, o autor passa o livro todinho condenando o EGO, apesar de se dizer contrário aos julgamentos e condenações. Estranho, não?

 

16.   E por último:”… Mas respeito e que pode ser um caminho totalmente útil para determinadas pessoas em determinados momentos, assim como o Ucem também pode ser útil para determinadas pessoas em determinados momentos, até porque tanto os livros quanto qualquer coisa que qualquer pessoa fale, serve apenas como apontamento e que cada um vai reconhecer a verdade diretamente.”

Sim, concordo parcialmente com você. Livros como o UCEM, O Poder do Agora, O Livro de Urântia, O Caibalion, etc. podem realmente ser úteis em algumas situações específicas. Mas discordo totalmente que eles podem lhe revelar a verdade, muito menos através do tal “reconhecimento”.

 

 Abraços e obrigado pela oportunidade de esmiuçar tudo isso!

 

Link do meu vídeo sobre o UCEM e as Cartas de Cristo no Youtube:

https://youtu.be/xmrnf-Mv5oA?si=hKLkxjddnbyRYUnG