Ramana, Shankaracarya e Ramakrishna: verdadeiros mestres advaitas ( não-dualistas) |
Você sabe o que é a filosofia Advaita ou
Não-dualista? Sabe quem foram os grandes mestres dessa corrente filosófica indiana? Será que os atuais e autoproclamados “mestres” advaitas realmente
merecem esse título? Quais contradições podemos encontrar em seus discursos e
atitudes? Como reconhecer um verdadeiro mestre advaita? Quais referencias temos
pra isso? Vamos pensar um pouco?
Antes de tudo, quero deixar claro que não tenho nada contra
a chamada filosofia “advaita” ou não-dualista. Pelo contrário. Acredito que
sábios como Shankaracharya, Ramakrishna e Ramana Maharshi não só compreenderam
a Verdade ou Dharma Universal, como também a viveram e deram provas disso
através de sua própria vida e exemplo. O que critico são os assim chamados “neo-advaitas”
ou pseudo-advaitas. São pessoas que se apoderaram do discurso dos verdadeiros
advaitas e usam-no para exploração e autopromoção.Ou seja, pegaram apenas a parte que lhes
poderia ser útil. Para impressionarem os outros e darem uma de “mestre”. Mas,
em verdade, não vivem a Verdade. Pelo contrário, por usarem uma filosofia que é
por definição não egoísta, para fins egoístas e pessoais, distorcem e deturpam
algo que é originalmente puro, sagrado e santificado.
O Dharma, ou Verdade Universal é como a nascente de um rio, cuja água brota pura. Mas que, ao longo do seu trajeto, vai se misturando à poluição e sujeira de toda espécie até tornar-se lama. Não podemos dizer que é a mesma água pura. Não se pode beber uma água poluída. Assim também são os ensinamentos dos “neo-advaitas”. Parecem puros, mas só na aparência. Usam de uma retórica aparentemente bela e profunda, mas essencialmente vazia por lhes faltar o espírito dos verdadeiros mestres. Não é difícil pegar-lhes em contradição. Quando falam demonstram um espírito de abnegação e desprendimento. Mas quando agem revelam um espírito ambicioso e enganador. Não lembrando em nada, a alma daqueles que levantaram a verdadeira bandeira da visão advâitica (não-dualística) da vida.
O Dharma, ou Verdade Universal é como a nascente de um rio, cuja água brota pura. Mas que, ao longo do seu trajeto, vai se misturando à poluição e sujeira de toda espécie até tornar-se lama. Não podemos dizer que é a mesma água pura. Não se pode beber uma água poluída. Assim também são os ensinamentos dos “neo-advaitas”. Parecem puros, mas só na aparência. Usam de uma retórica aparentemente bela e profunda, mas essencialmente vazia por lhes faltar o espírito dos verdadeiros mestres. Não é difícil pegar-lhes em contradição. Quando falam demonstram um espírito de abnegação e desprendimento. Mas quando agem revelam um espírito ambicioso e enganador. Não lembrando em nada, a alma daqueles que levantaram a verdadeira bandeira da visão advâitica (não-dualística) da vida.
Não é difícil diferenciar um verdadeiro mestre
advaita, de um farsante. Basta olharmos além de suas palavras e discurso- que em
geral são muito parecidos- para vermos suas ações e atitudes. Seu estilo de vida. E o que é
dito nas entrelinhas. Um verdadeiro mestre advaita, vive sempre feliz e
satisfeito com tudo. Ele não quer mudar nada pois tudo já é perfeito. Então não
há nele ambição. Sendo assim, em geral, são pessoas extremamente simples,
desapegadas de tudo. Até mesmo da ideia de ser algum ser especial, ou mestre
predestinado. Observem a vida de um Ramana ou Ramakrishna. Não se vê neles ambição ou desejos de espécie alguma. Eles simplesmente vivem e desfrutam do eterno
presente. Em geral, não fazem proselitismo , não vivem viajando para dar palestras ou até mesmo escrevendo livros.
Para que se tudo “já é” como deveria
ser?
Todavia, para fins didáticos vamos analisar
alguns pontos que nos servirão de base para uma análise e reflexão:
1.Um verdadeiro mestre advaita não anda à
caça de discípulos.
Por que estaria? Se Brahma, Deus, a Graça é
tudo e cuida de tudo, então os discípulos virão por si mesmo. Ou não. E se não
aparecerem, que importa? Afinal, tudo não já é perfeito, uma vez que tudo já é “
o que é”? Então se algum “mestre” demonstra em suas atitudes que está à procura
de discípulos, desconfie.
2. Um
verdadeiro mestre advaita não cobra por seus serviços
É aí que muitos se traem. Um charlatão não quer outra coisa a não ser dinheiro. Por isso
cobram por tudo o que fazem. E estão sempre inventando algo: satsangs,
reuniões, retiros etc. Não que não se possa cobrar. Afinal, se gastamos com um
evento temos que ter retorno. A questão não é essa. A questão é que um
verdadeiro mestre auto-realizado NUNCA COBRARIA. Pois eles estão além do corpo,
além de qualquer consciência da necessidade do dinheiro. Sua confiança e fé na
Graça Divina são tão grandes que eles simplesmente não se importam com isso. Quero frisar bem aqui, que o ponto
crítico não é cobrar, mas sim se dizer mestre iluminado,
demonstrando uma atitude contraditória de apego ao dinheiro. Se alguém quiser
cobrar por um evento, por algum motivo, não tem problema. Mas sair afirmando
que é mestre auto-realizado, revela aí uma grande contradição digna de nossa
atenção e desconfiança.
3. Um verdadeiro mestre advaita nunca se
considera mestre
Obviamente que na Índia existe esta tradição milenar
de mestre e discípulo. Faz parte da cultura e tradição de um povo secular. Mas
querer inventar isso no Ocidente soa falso e superficial. É como se quiséssemos
importar a tradição da Família Real Britânica para o nosso Brasil. Simplesmente
não funciona. Funciona lá porque é parte da cultura. E um verdadeiro mestre
saberá manter-se distante disso, interiormente desapegado disso, pois conhece
seus perigos. Assim, o verdadeiro mestre advaita, nunca se considera mestre de
nada. Pois ele reconhece que só há um único e Verdadeiro Mestre: Brahman- Deus.
E se, por algum motivo, Deus lhe colocou na posição de mestre, por vias
naturais, ele aceita como parte do Plano Cósmico ou Divino. Mas tudo isso é
feito sem nenhum traço de egoísmo ou desejos pessoais. Ao contrário dos “advaitas”
ocidentais que se regalam com o título de mestre. Isso soa feio e falso por aqui. Um verdadeiro mestre advaita que nascesse aqui no Ocidente não iria
pegar emprestado esse costume indiano. Pois se tudo já é. Deixa que seja do
jeito que é. Cada cultura e país com seus costumes e tradições. O curioso nisso tudo, é que os tais "advaitas" só importam o que lhes interessa e convém. Deveriam importar também a tradição do desapego aos bens materiais e a renúncia espiritual.
4. Um verdadeiro mestre advaita não faz
propaganda de si mesmo
Por que faria? Deus é tudo. E tudo é dele.
Então porque fazer propaganda de si mesmo? Apenas se o sujeito não tiver
realizado interiormente essa verdade é que faz sentido fazer a propaganda. Os
verdadeiros mestres, em geral, mantem-se afastados do público e da notoriedade,
pois seu único objetivo na vida é viver “agora aquilo que ele já é”. Ou seja,
sua beatitude e realização interna, não lhe permitem buscar nada para si. Na
realidade ele deixou completamente de buscar. E é exatamente aí que vemos que
Ramana e Ramakrishna foram verdadeiros mestres autorrealizados. O silêncio, a
tranquilidade e a simplicidade eram a tônica de suas vidas então para que
propaganda? Para que buscar discípulos? Bastava ser e esperar. Se fosse da
vontade divina os discípulos apareceriam. Senão, não apareceriam. De um jeito ou
de outro eles estariam satisfeitos.
5. Os verdadeiros mestres advaitas falam
pouco ou vivem em silêncio
Por que falariam muito? Eles não querem mudar nada,
nem converter ninguém, porque tudo já é do jeito que deveria ser. Por isso, em
geral, vivem em silêncio contemplativo. Apenas observando a dança, o movimento do
mundo. Exceto em casos muito excepcionais é que eles falam. Assim
foi com Ramakrishna e Ramana. E é assim que age um verdadeiro mestre advaita.
Agora, os falsos advaitas falam muito. Querem demonstrar sabedoria e
impressionar os outros. Procuram discípulos e adeptos, por isso falam pelos
cotovelos, apesar de viverem afirmando que não há nada a ensinar ou aprender.
Então porque falam tanto? Por que são tão verborrágicos? A resposta é simples.
Porque não são o que pregam ser. Querem apoio para seu “trabalho” que , em
geral, nada mais é do que a glorificação de seu próprio nome e imagem.
6. É
impossível contrariar, decepcionar ou incomodar um mestre advaita
Um mestre advaita, por definição, é alguém
que compreende dentro de si que Deus é tudo e que tudo já é Deus. Então tudo o
que acontece, acontece por sua vontade- ou seja pela vontade Divina. Então como
pode alguém assim ser contrariado? Ele não quer nada,
não deseja nada de ninguém. Em seu ser há apenas silêncio e paz. Como poderia
querer algo além do que já é? Mas os falsos advaitas se sentem incomodados com
tudo. Qualquer coisa ou pessoa que impeça, ou atrapalhe seus objetivos de fama e poder, são rechaçados
imediatamente. Os falsos advaitas têm em mente uma obsessão: tornarem-se famosos e
conhecidos. Os verdadeiro mestres advaitas, só querem uma coisa: NADA. Pois
tudo, absolutamente tudo JÁ É.
7. Os falsos "mestres advaitas" falam sempre em "entrega"total
Por que será? A entrega de que falam os verdadeiros mestres é uma entrega à vida, ao aquiagora, ao "que é". Os pseudo advaitas, em geral, falam de uma entrega duvidosa, confusa pois não assumem publicamente que a "tal" entrega significa entregar sua vida , vontade e dinheiro à eles mesmos. Mas na prática é isso que acontece. Um prato cheio para os charlatães e aproveitadores. A entrega de que falam os verdadeiros mestres nada tem a ver com dar dinheiro ou seguir cegamente as ordens do mestre. O verdadeiro mestre só quer uma coisa: sua libertação e felicidade. Ele nunca vai exigir de você uma obediência cega, total e irrestrita.
8. Os verdadeiros mestres não desprezam sua capacidade reflexiva
A capacidade reflexiva continua sendo útil mesmo após a libertação. Ela será usada na hora certa, quando necessário. Como alguém pode produzir um raciocínio coerente, lógico se não tiver a capacidade reflexiva? Todavia, essa capacidade reflexiva não mais domina a mente do homem liberto. Ele a usa como alguém usa um microfone ou celular. Após usado, é desligado e silenciado. Todavia, os falsos mestres deturpam isso a seu bel prazer. Desprezam a reflexão para, desta forma, dificultarem qualquer tentativa por parte do discípulo de refletir sobre sua própria situação. Eles não querem pessoas que pensam, que analisam e duvidam. Preferem zumbies obedientes e dependentes, seguidores cegos de todas as suas ordens, por mais absurdas que sejam.
7. Os falsos "mestres advaitas" falam sempre em "entrega"total
Por que será? A entrega de que falam os verdadeiros mestres é uma entrega à vida, ao aquiagora, ao "que é". Os pseudo advaitas, em geral, falam de uma entrega duvidosa, confusa pois não assumem publicamente que a "tal" entrega significa entregar sua vida , vontade e dinheiro à eles mesmos. Mas na prática é isso que acontece. Um prato cheio para os charlatães e aproveitadores. A entrega de que falam os verdadeiros mestres nada tem a ver com dar dinheiro ou seguir cegamente as ordens do mestre. O verdadeiro mestre só quer uma coisa: sua libertação e felicidade. Ele nunca vai exigir de você uma obediência cega, total e irrestrita.
8. Os verdadeiros mestres não desprezam sua capacidade reflexiva
A capacidade reflexiva continua sendo útil mesmo após a libertação. Ela será usada na hora certa, quando necessário. Como alguém pode produzir um raciocínio coerente, lógico se não tiver a capacidade reflexiva? Todavia, essa capacidade reflexiva não mais domina a mente do homem liberto. Ele a usa como alguém usa um microfone ou celular. Após usado, é desligado e silenciado. Todavia, os falsos mestres deturpam isso a seu bel prazer. Desprezam a reflexão para, desta forma, dificultarem qualquer tentativa por parte do discípulo de refletir sobre sua própria situação. Eles não querem pessoas que pensam, que analisam e duvidam. Preferem zumbies obedientes e dependentes, seguidores cegos de todas as suas ordens, por mais absurdas que sejam.
Para finalizar, quero apenas ressaltar a
última contradição dos “pseudo-advaitas”. Dizem estes “advaitas” que tudo já é.
E que não há nada melhor do que SER... Mas se já somos o Ser, e tudo já é.
Então, sendo assim , ninguém precisa ir a lugar nenhum, nem seguir ninguém, nem
participar de encontros ou satsangs. Não se pode ensinar "ao que já é",
a ser. Como ensinar a um animal a ser o que ele já é? Ou a uma planta? Ou mesmo
a uma criança? Se tudo já é , então para que tanto falatório? Para que a
propaganda? Para que os debates ? Para que fundar organizações e movimentos?
Para que o culto à personalidade do "mestre"? Tudo já é. Não precisa
de mais nada. ISSO É TUDO!
Namastê!
Alsibar
http://alsibar.blogspot.com
Obrigada pelo carinho e pela visita no Blog O Caminho do Meio (http://ocaminho.do.meio.zip.net)
ResponderExcluirMuito bom mestre!
ResponderExcluirQue acha de Ranesh Balsekar? Seria ele um picareta também?
Por falar em picareta rs......conheço um nessa descrição sua aí.
Adora um satsang kkkkkk.
Abraço meu velho.