(O
artigo abaixo é do pesquisador e estudioso brasileiro Olavo de Carvalho e me
foi enviado através de email. Como se trata de um assunto muito importante e
uma figura bastante polêmica como Gurdjieff decidi- depois de muita hesitação e
alguns “sinais”- publicá-lo. Quero deixar bem claro que nem sempre posto o que reflete minha opinião pessoal e nem quero fazer juízo de valor sobre quem não conheço. Mas é
importante que todos tomem conhecimento de outras versões, opiniões e fatos
relacionados aos tais mestres e gurus para que possam- por si mesmos- tirar
suas próprias conclusões. O artigo é muito bem escrito e demonstra conhecimento
das ciências “esotéricas” por parte do autor. Ao longo do artigo ele também
cita Rajneesh (Osho) confirmando a forte influência que G. teve sobre a vida,
os ensinamentos e o estilo adotado por Bhagwan. O artigo está em formato de livreto pois daria muito trabalho modificá-lo. Apesar dele citar alguns diagramas, estes não vieram na versão que recebi. Leiam, reflitam e tirem suas
próprias conclusões -Alsibar.)
QUEM
É GURDJIEFF?
por Olavo de
Carvalho
"O
diabo também tem os seus
contemplativos,
como Deus tem os d'Ele."
THE
CLOUD OF UNKNOWING
"No
esoterismo islâmico, diz-se
que
aquele que se apresenta a uma certa
'porta1,
sem ter chegado a ela por uma
via
normal e legítima, vê essa porta
fechar-se
diante dele e é obrigado a
voltar
para trás, não, entretanto, como
um
simples profano, o que é doravante
impôss
fvê l, mas como sãher ( feiticeiro
ou
mágico que opera no domínio das
possibilidades
sutis de ordem inferior ).
O
último grau de hierarquia 'contra-
-iniciática1
ê ocupado pelos chamados
'santos
de Sati1 ( awlTya esh-Shaytán ),
que
são de certo modo o inverso dos
verdadei
ros santos ( awlTya er-Rahmin ),
e
que manifestam também a expressão
mais
completa possível da 'espiritualidade
as
avessas
RENÊ"
GUÊNON
Raramente alguém
menciona Gurdjieff sem acrescentar,
levantando as
sobrancelhas, que se trata de uma figura
"misteriosa",
"polêmica", e outras coisas do gênero.
Para nós ele não
é nada disso. Quem quer que tenha
tido a
oportunidade de acesso aos ensinamentos espirituais
das tradições
reveladas (1) não encontra a menor dificuldade
em identificá-lo
como aquilo que ele verdadeiramente é.
A atmosfera de mistério
em torno do seu nome é apenas
fruto da ignorância,
embora nem sempre se trate de ignorância
natural e inata,
e sim de ignorância artificial e propositadamente
fomentada pelos
interessados na manutenção do mistério.
§ 1.
A "doutrina"
Gurdjieff passou
por muitas escolas esotéricas,
umas autênticas,
outras degeneradas, sem permanecer em
nenhuma delas
por tempo suficiente para alcançar qualquer
resultado
espiritual apreciável ( como diz Bayazfd al-Bistãmi,
quem começa a
abrir um poço aqui, depois outro ali, não encontra
nada, ao passo
que aquele que cava continuamente na mesma
direção acaba
por encontrar água abundante ).
No entanto, ele
não estara realmente interessado
em resultados
espirituais ( dos quais alguém como ele está
— e sabe que
está -- excluído a priori e irremediavelmente ),
e limitou-se a
colher, de cada uma, certo número de técnicas
e
palavras-chave, referentes aos aspectos mais periféricos
e vistosos da
doutrina, para com eles compor um amálgama
denso, opaco e
obscuro, que veio a ser conhecido como a
"doutrina
Gurdjieff". (2) Ela é constituída, no exterior,
de algumas iscas
para atrair os curiosos e descontentes, e,
no interior, de
uma série de camadas concêntricas de enigmas
e charadas
progressivamente indeslindáveis, até chegar a
escuridão total.
Tais enigmas são construídos com elementos
— simbólicos,
doutrinais e rituais — extraídos das
tradições
espirituais autênticas, mas oferecidos numa ordem
propositadamente
falsa e com uma sucessão de pequenos mas
crescentes
desvios, equívocos e rodeios, de modo que o
emprego das
técnicas deles derivadas não possa nunca levar
aos resultados
benéficos que deveria normalmente produzir
numa via
espiritual tradicional. O fascínio exercido sobre
a mente dos
intelectuais ocidentais pelo desafio de decifrar
o enigma Gurdjieff
é praticamente irresistível, mas ele não
foi feito para
ser decifrado, e sim para devorar a quem
acredite na
possibilidade de decifrá-lo. (3)
- 2 -
O estudo dessas
"doutrinas" e a prática desses
"métodos"
leva a um estado de dúvida crescente e cada vez
mais opressivo;
e à medida que as trevas se adensam na sua
mente, o estudante
não raro cai na ilusão de estar-se
"aprofundando"
no conhecimento, quando em verdade está
afundando na
ignorância e no esquecimento. Incentivado
pela crença
dominante no preconceito "cartesiano" que
concede à dúvida
a primazia sobre a certeza, ele avalia
seu avanço no
conhecimento pelo critério subjetivo e
individualista
da sua própria dificuldade de entender as
questões, ao
invés de guiar-se pelo critério tradicional
da evidência e
universalidade das respostas; e, levado
também por um
fundo de complexo de inferioridade que os
instrutores
Gurdjieff sabem habilmente explorar, ele cai
na armadilha de
avaliar, paradoxalmente, a pretensa
luminosidade da
doutrina pela densidade da sombra que
ela projeta sobre
a sua mente; o que vale dizer que a
sabedoria, do
"mestre" é avaliada pela confusão e
imbecilidade que
produz nos discípulos; e há mesmo um
certo prazer
masoquista no tom de apatetada consternação
com que estes se
confessam constantemente driblados pelo
"mestre"
e frustrados no seu intento de entender o que
está se
passando: "Mas ele é um bruxo!" dizem eles.
A ilusão de
poder algum dia sair desse emaranhado e
tornar-se por
sua vez um bruxo leva o estudante a permanecer
- 3 -
indefinidamente
sob o fascmio de tais "ensinamentos". Sem
perceber que o
"mestre" é por sua vez otário nas mãos de
outro mais
maligno, e assim por diante até o cume de uma
curiosa
"hierarquia espiritual às avessas"; sem dar-se
conta de que
está sendo induzido em erro pelas contradições
e falsas pistas
propositadamente semeadas ao longo do caminho,
e também
parcialmente premido pela ambição de descobrir algo
que ninguém
jamais soube ( sem reparar que isto o afasta para
sempre da
universalidade do quod omnibus, quod
semper,
quod ubique credita est, e o aprisiona
irremediavelmente
na estreiteza
subjetiva ), ele vai desenvolvendo um senso
crescente e
exagerado da complexidade e dificuldade das
questões, até
que as verdades mais corriqueiras e patentes
lhe pareçam
sujeitas a caução, No começo, isto pode
parecer ate
mesmo um amparo contra o tédio, uma arma contra
a opressão da
"vida cotidiana", contra a tirania das crenças
estabelecidas do
mundo burguês; mas, longe de libertar o homem,
acaba por
conduzi-lo a um apalermado senso da impotência e
da
impossibilidade de conhecer o que quer que seja, até mesmo
a sua identidade
individual e os laços de sentimento que o
ligam às pessoas
mais próximas. Embora este estranhamento
em face de quase
tudo esteja nos antípodas da universalidade
tradicional, que
faz o homem compreender a todos os seres
e coisas como se
fossem letras ou palavras no "discurso
evidente"
(4) que Deus dirige sem parar a todas as criaturas,
- 4 -
e embora esse
isolamento subjetivo se assemelhe antes
à
despersonalização esquizofrênica, do que
a qualquer estado
espiritual
conhecido nas místicas tradicionais, o homem
que chega a tal
estado apega-se com certo orgulho a seu
sentimento, e
passa a encarar como incompreensivos e
profanos a todos
os que não sentem como ele, a todos os que
continuam vendo
as coisas com uma dose normal de evidência
e clareza. Chega
um tempo em que ele sente como um dogmatismo
tirânico e
intolerável a crença de que os olhos vêem, a água
molha e as
galinhas botam ovos. E quando esta rebelião
contra o óbvio
chega ao ponto de tornar-se uma incompatibilidade
radical contra o
fato de dois mais dois serem quatro,
então ele está
preparado para abandonar o estágio de
discípulo e
tornar-se por sua vez um instrutor Gurdjieff.
§ 2.
Explicação do efeito
Esse efeito é
produto da ruptura proposital da harmonia
entre os ritmos
das diferentes faculdades cognitivas, harmonia
que as práticas
tradicionais, do sufismo particularmente, se
empenham em
manter e fortalecer. (5) O sufismo descreve sete
faculdades
intelectuais básicas, cada qual correspondendo
simbolicamente a
um planeta do sistema solar, portanto a um
determinado
ciclo ou ritmo cósmico. E assim como os ciclos
- 5 -
planetários são
de duração diferente ( 28 anos para Saturno,
12 para Júpiter,
28 dias para a Lua, etc. ), também as
diferentes
faculdades cognitivas funcionam segundo
"velocidades"
diferentes, que no entanto formam, juntas,
o padrão
harmonioso do conjunto. Esta harmonia, no
macrocosmo, é
possível porque entre os vários ciclos
existem certas
analogias estruturais-, pelo fato de que,
grosso modo, eles se
dividem em igual número de fases. Podemos
ilustrar essa
analogia dizendo que a Lua percorre em 28 dias
as mesmas
direções do espaço que Saturno percorre em 28 anos,
isto é, que em
tempos diferentes eles passam pelos mesmos
signos do
Zodíaco, de modo que estes representam a "medida"
das diferenças
entre os dois ciclos, e portanto também
o parâmetro das
suas semelhanças ou o seu "ponto de junção".
Tais analogias
também existem entre as várias
faculdades
cognitivas no psiquismo humano. No simbolismo
tradicional, o
Sol corresponde a principal faculdade, que é
a inteligência
pura ( enquanto Mercúrio, por exemplo,
corresponde ao
pensamento discursivo, Vênus a imaginação e
memória, etc. ).
E, assim como as direções do espaço, do
ponto de vista
da Terra, não são demarcadas por outra coisa
senão pelo
movimento aparente do Sol, assim também, segundo
o sufismo, a
inteligência pura e supraformal instaura e demarca
os padrões
formais, os moldes lógicos e simbólicos dentro
dos quais hão de
operar as demais faculdades.
- 6 -
Deste modo, a
contínua concentração da atenção
num objeto
único, transcendente e em si mesmo supraformal
( Deus ),
acompanhada de práticas rituais e morais destinadas
a eliminar a
dispersão e demais obstáculos psíquicos, eleva
todas as
faculdades em direção à inteligência pura, fazendo
com que todas as
modalidades de representação formal concorram
obedientemente
para refletir o supraformal; desta maneira
a imaginação, a
memória, o raciocínio, etc., ao invés de
se erguerem como
obstáculos ante a verdade, transformam-se
em superfícies
translúcidas pelas quais a verdade pura e
supraformal
apreendida pela inteligência passa como uma luz
através de um
cristal; e assim todas as potências da alma
concorrem
harmonicamente para a visão intelectual de Deus,
assim como no
macrocosmo a harmonia do sistema solar provém
dos líames das órbitas
planetárias com o eixo solar.
O diagrama l
mostra a harmonização dos ritmos de
diferente
extensão e igual estrutura:
DIAGRAMA l
__7__
Se, porém, ao
invés de concentrarmos a inteligência
num objeto único
e transcendente (6) e de disciplinarmos
as faculdades
para que obedeçam à inteligência, bombardearmos
qualquer das
faculdades com um excesso de estímulos e
solicitações, o
resultado será que os ritmos internos se
desconectarão
uns dos outros, e as faculdades não poderão mais
colaborar entre
si. A vítima deste processo passa a ter
dificuldade, por
exemplo, de simbolizar com a imaginação
aquilo que
compreendeu com o pensamento discursivo, ou de
formular
racionalmente aquilo que apreendeu pela imaginação,
ou ainda de
condensar em decisões, em atos de vontade, aquilo
que compreendeu
ou imaginou. (7) O diagrama I I ilustra
esquematicamente
o que queremos dizer:
DIAGRAMA l l
Pequenas disritmias
entre as várias faculdades são um
evento normal na
vida diária, e podem ser vencidas seja pelo
esforço
voluntário, seja por uma ajuda suplementar dada a
alguma das
faculdades ( por exemplo, um símbolo visual pode
ajudar a
imaginação e integrar um conhecimento abstrato;
- 8 -
a ingestão de um
remédio homeopático pode ajudar a
imaginação a
encontrar os símbolos de que necessita, um
movimento
ritmado pode ajudar a condensar o pensamento
num ato de
vontade, etc. ). A aquisição de qualquer
conhecimento
novo requer também uma defasagem momentânea,
que é compensada
em seguida por uma harmonização maior
num nível mais
alto de integração. (8) A capacidade de
aprendizado pode
ser muito ampliada aumentando-se a
tolerância aos
estados de defasagem. Isto depende do
conhecimento
doutrinal, bem como da fé e da esperança, que
sustentam o
esforço nos momentos de obscuridade e
confusão
passageira. O esforço maior e mais prolongado é
então
recompensado por um conhecimento mais profundo ou
mais seguro. Créde ut intelligás; intellíge ut credas;
"crê, para
entenderes; entende, para creres".
Mas — e aqui
entra o gurdjieffianismo -- é possível
perverter
inteiramente este processo, criando, de um lado,
um estado de
defasagem crônica e crescente, e, de outro lado,
estimulando a
vítima mediante a atração de uma pseudo-
-recompensa que
se substitua ao conhecimento e a induza a
buscar sempre
uma nova defasagem, uma nova dissonância, um
novo desafio,
sem ter jamais chegado a vencer o anterior. (9)
A defasagem pode
ser produzida, como vimos, pela
estimulação
exagerada das faculdades inferiores ( isto é,
daquelas que,
por si mesmas, tem baixa capacidade de integração,
- 9 -
como as
sensações ou os sentimentos ), ou ainda pela
estimulação
propositadamente incoerente de duas ou mais
faculdades.
Não vamos
descrever aqui os processos de defasagem
artificial
gerados pela escola Gurdjieff, porque eles são
bastantes conhecidos
— evidentemente, sob o rótulo de
exercícios para
a integração das faculdades superiores do
homem. Estudos
recentes provaram que muitas seitas aberrantes
-- pura
ampliação popular do gurdjieffismo -- empregam
deliberadamente
o jogo da informação e contra-informação
para criar
estados de confusão e dependência em seus
discípulos .
Gurdjieff foi, em nosso século, o pai de todas
essas técnicas.
Ao nomear-se "o arauto do bem
vindouro"
( The Herald of the Coming Good ), ele mostrava
estar
consciente da
breve invasão do mundo pela pestilência dos
Moon, Rajneesh,
etc.
Só para dar um
exemplo de como a coisa funciona, pode-se
imaginar o
quanto de defasagem é possível gerar quando se
ordena que
alguém trace com os pés uma figura geométrica
baseada na
sucessão 2x1 = 6 , 2 x 2 = 1 2 , 2 x 3 = 2 2 , a o
mesmo tempo que
recita em voz alta a sequência 2 x 2 = l,
4 x 4 = 13, 5 x
5 = 28; ou quando se manda alguém derrubar
um grosso
pinheiro a golpes de colherinha de café ao mesmo tempo
que decora um
poema e recita interminavelmente um mantra. São
realmente
exercícios Gurdjieff, e o atrativo que eles despertam
- 10 -
em muita gente
reside tão-somente na expectativa que
só se cumpriria
se tais exercícios não tivessem sido
concebidos
especialmente para jamais chegar a um
desenlace feliz
e se não fossem continuamente substituídos
por novos e mais
intrigantes "desafios". A habilidade do
instrutor
Gurdjieff reside em trocar esses exercícios
( que podem ser
dados inclusive sob a forma de situações
vividas, sem que
ninguém avise que se trata de exercícios ),
exatamente no
momento em que a vítima esta a ponto de desistir
e de confessar
sua derrota. Isto cria um estado de permanente
anseio sem
satisfação: a ampliação da fome acaba por
constituir um ersatz (substituto) de comida. O próprio
Gurdjieff dizia
que era preciso
manter os discípulos "à beira do colapso
nervoso".
Certa vez Gurdjieff, fazendo-se de irritado,
perguntou a seus
discípulos: "Vocês pensam que eu estou
aqui para lhes
ensinar a masturbaçao?" Nenhum dos presentes
foi sábio o
bastante para perceber que a única resposta
verdadeira era:
"Sim". O excesso masturbatório de desafios
sem proveito
leva a um estado que os gregos denominavam
hybris, que significa a esterilidade a que é
levado aquilo
que, pelo
exagero, esgotou suas possibilidades de nascimento
harmônico e
normal. A cada passo, o aluno é convidado a
avançar mais outro
na escala da esterilidade. A passagem
a um grau cada
vez maior de complexidade e dificuldade é
explicada então
como uma ascensão na hierarquia esotérica,
e a satisfação
assim dada ao orgulho do discípulo funciona
como uma
compensação para a derrota sofrida pela inteligência
- 11 -
e pela vontade.
O empedramento da inteligência e a
inflação
orgulhosa do ego são os critérios de
"ascensão
espiritual" nesta singular "escola mística".
Compreende-se
então o sentimento de "aprofundamento"
que os
discípulos experimentam, e também o fato de que se aleguem
detentores de
enormes "segredos" ao mesmo tempo
em que vão dando
mostras cada vez mais evidentes de
degenerescencia
intelectual, que chegam mesmo, em casos
extremos, ao nível
da estupidez. Numa curiosa inversão
dos processos
tradicionais, onde o desvelamento de
mistérios leva a
um estado de evidência, de plenitude da
inteligência, de
transparência do real, o que acontece
com as vítimas
Gurdjieff é que nelas se desenvolve, pela
opacidade
crescente, um senso de amor ao segredo enquanto tal.
E que, ao invés
de terem desvendado algum segredo, ao
contrário: o
que era patente aos olhos de todos tornou-se
segredo para
elas.
(10) Como símbolo da capacidade de visão
espiritual, a
águia está para os místicos assim como o
avestruz está
para os gurdjieffianos.
O processo é
acompanhado de um senso -- igualmente
"secreto"
— de impotência e revolta ( sobretudo de revolta
contra a
inteligência normal capaz de expressar-se em formas
transparentes ),
e é deste sentimento obscuro, rancoroso,
soturno, que
provém a impressão de intensidade emocional
- 12 -
que essas
pessoas transmitem, e que não raro assusta os
espectadores, os
quais caem por sua vez no trágico engano
de tomá-la como
sinal de "intensa vida interior" e de
acreditar que
quem pode atemorizá-los também deve ter
algo para lhes
ensinar. E assim vai-se perpetuando o
engodo (11), até
atingir-se o ideal da estupidez perfeita
coroada pelo
grau máximo de orgulho, pretensão e arrogância.
Em suma,
Gurdjieff transforma ouro em chumbo: é um
professor de
esquecimento, um vidente da opacidade. Mais
que um cego guia
de cegos, é um transmissor de cegueira.
§ 3
Inversão dos símbolos
Essa alquimia
invertida não nos espanta, aliás,
porque não é
somente nisto que ele toma as coisas às
avessas. Ele faz
o mesmo com um grande número de símbolos
tradicionais.
Por exemplo, nas obras escritas que
compendiam a
''doutrina" gurdjieffiana, Hussein -- nome do
neto do Profeta
Mohammed ( Maomê, fundador do Islam e,
a fortiorí, do
sufismo;) -- passa a ser o nome do neto de
Belzebu; Judas é
apresentado como "o maior santo da
Cristandade";
e o ser humano passa a ser "um corpo que
nasce sem
alma" ( só podendo adquirir uma mediante os
exercícios
Gurdjieff e mediante -- é claro -- uma certa
quantia em
dinheiro ), ao passo que nas doutrinas tradicionais
a alma antecede
lógica e ontologicamente o corpo,
- 13 -
que não é mais
que sua cristalização provisória; e
assim por
diante.
Tomar as coisas
as avessas é o trabalho por
excelência do
"Adversário" ( ad versus = "pelo verso" ),
ou, em árabe,
Shai tan, que se traduz habitualmente como
Satã — o que não
quer dizer que Gurdjieff seja Satã, e
sim apenas um satanista.
Prova de que ele não é o
capeta em pessoa
é que seu delírio de grandeza o levou
somente a
rotular-se Belzebu, ao passo que Belzebu
se proclama um
segundo Deus.
Se ele toma o
esquecimento como conhecimento,
é de se esperar
que tome também a fraqueza como força,
e seu famoso handblezoin — corrente sutil de
"energia"
com que ele
fascinava e perturbava profundamente seus
discípulos --
não é na verdade senão o efeito, sensível
fisicamente, na
pele, de um certo tipo de degeneração
celular
provocada pela contínua quebra da harmonia orgânica.
Esta degeneração
atinge todos os órgãos do corpo -- na
autópsia de
Gurdjieff não se encontrou um único órgão
que não
estivesse podre, numa curiosa inversão da incorruptibilidade
dos corpos de
santos — e seu efeito é tão
devastador que a
presença do doente provoca tremores,
calafrios e
sensação de fraqueza nas pessoas presentes, sem
que estas
entendam o que se passa.(12) Se tais pessoas,
ao invés de
comparecerem ao encontro predispostas a
- 14 -
defrontar-se com
um "mestre", estivessem avisadas
de que se
tratava apenas de alguém excepcionalmente
doente, essas
sensações não seriam fantasiosamente
explicadas como
mostras de "poder espiritual"; na verdade,
se ha algum
poder nisso, ele é do mesmo gênero daquele
que os leprosos
e tuberculosos também possuem.
Esse estado não
é somente uma doença, mas o
resultado de
certas operações que visam precisamente a
criar uma
capacidade de gerar mal estar, capacidade que
constitui a base
para inúmeras prestidigitaçoes
posteriores. A
"técnica", arquiconhecida e milhares de
vezes denunciada
por todas as tradições, consiste
sumariamente em cometer
transgressões metódicas e crescentes
a todas as leis
morais, naturais e divinas ( incluindo as
leis da lógica e
da gramática ), até que o indivíduo se
torne uma
espécie de foco e compêndio de desequilíbrios
e carências,
apto a arrastar na voragem a quantos se
aproximem,
desavisados, da beira do poço. E claro que o
personagem de
tais operações só se mantém de pé, depois
de um certo
ponto, graças àqueles que o cercam, e que vão
servindo de
contrapeso aos seus desequilíbrios ( ao contrário
dos grandes místicos,
que por definição apreciam a vida
solitária,
Gurdjieff jamais ficava sozinho por mais de
alguns minutos
), até que eles mesmos passem a necessitar
de contrapesos
por sua vez, o que explica a voracidade
- 15 -
com que as
organizações Gurdjieff aliciam e consomem
discípulos,
gerando com uma rapidez espantosa multidões
de
desequilibrados, ao ponto de, em certos casos, levantar
graves ameaças à
ordem social ( como no caso Rajneesh ).
Daí o temor
obsessivo que os gurdjieffianos sempre têm
de que os outros
lhes "roubem suas energias". As ''técnicas"
fornecidas para
evitar esse pretenso roubo os colocam
então numa
atitude de permanente suspeição e espreita,
e as artimanhas
mentais que concebem para livrar-se de
seus supostos
inimigos lhes dá o ar vagamente lupino
— entre
assustadiço e feroz — de quem não pode dormir
em paz. E este
sobressalto permanente e neurótico,
tomado, para
cúmulo de ingenuidade, como domínio de si
e vigília
espiritual, é por sua vez gerador de novos e
intermináveis
desequilíbrios.
O processo
funciona mais ou menos como o
"moto
perpétuo" descrito no capítulo I I dos Relatos de
Belzebu: baseado
no princípio de que "tudo cai" ( que ele
denomina
"lei de queda" ), basta, em cada nível cósmico,
"retirar as
resistências de baixo" para que tudo caia
indefinidamente
a um plano qualitativamente inferior.
Quer se trate de
uma resistência moral, quer seja um ponto
fraco qualquer
na estrutura do pensamento lógico de um
indivíduo, o
gurdjieffianismo opera pela "linha de menor
resistência",
que pode tornar difícil o fácil, obscuro
- 16 -
o evidente,
pesado o leve, e fazer em pouco tempo de
um homem normal
um doente, de um intelectual um idiota
e de um homem
decente um ladrão. (13) É uma inversão
completa da
escalada espiritual. Como diz whitall N. Perry,
"o mal não
tem uma realidade própria, mas gruda-se como
uma sombra no
lado escuro da manifestação, com a 'gravidade'
ou sucção do seu
próprio vazio". (14)
Quem é Gurdjieff
Pelo que
dissemos até agora, já é possível entender
que Gurdjieff --
longe do que gostariam de imaginar aqueles
que preferem
explicar tudo por motivações simplórias e
materialistas, e
que, aliás, na sua incredulidade aparente,
são as mais
crédulas vítimas para o gurdjieffianismo —
não é um simples
"charlatão" no sentido corrente e humano
do termo. Por
outro lado, não sendo, obviamente, um
mestre
espiritual, ele só pode cair na categoria daquilo
a que algumas
tradições chamam "ascetas do mal"; são figuras
que, ao longo da
história, em tempos normais, permanecem
relativamente
obscuras e desconhecidas, vindo porém à plena
luz do cenário
público em épocas de extrema decadência
espiritual como
o fim do Império Egípcio, os últimos dias
de Roma ou este
nosso atormentado fim da Era Cristã.
- 17 -
Com toda a sua
anormalidade, grosseria, malícia
e estupidez,
eles têm no entanto a sua função no conjunto
da economia
cósmica. Seu papel, dentro da doutrina
tradicional dos
ciclos cósmicos, é promover e acelerar
o fim. Retiradas
as resistências tradicionais ( rituais
e legais ) que
durante as épocas normais da civilizaçio
os mantinham a
uma saudável distância da humanidade comum,
eles avançam
pelos portais adentro, e fartam-se num
banquete
sangrento com as almas dos incautos. Poucos são
aqueles que,
diante dessa invasão, se lembram de buscar
abrigo junto as
velhas e infalíveis defesas da religião
tradicional,
defesas que, enquanto durem intactos os
ritos e
preceitos, permanecem eficazes até o último
dia, e
"contra elas não prevalecerão as portas do inferno".
Ao contrário: a
maioria, se não se entrega como bois ao
matadouro, busca
frágeis refúgios à sombra de explicações
ideológicas e
evasivas pseudocientíficas de moda, que não
fazem senão
facilitar ainda mais o trabalho do invasor.
Os "ascetas
do mal" eqüivalem, tecnicamente
falando, aquilo
que na mitologia grega — e também no
Budismo --
recebe o nome de titãs: são seres que, mediante
esforços e
sofrimentos aberrantes -- voltados, nas palavras
do próprio
Gurdjieff, "contra a Natureza, contra Deus" --
conseguem
tornar-se o polo de vastos desequilíbrios em
torno,
arrastando a muitos para a voragem da dissolução
- 18 -
total e
irremediável ( para a qual, é claro, não existe
qualquer
recompensa espiritual ).
Tais figuras não
apenas não são nada difíceis
de identificar
-- exceto para quem desconheça tudo das
doutrinas
tradicionais ou já esteja entorpecido por
alguma prática
de tipo Gurdjieff —, como também a
capacidade de
identificá-las e evitá-las é mesmo como que
um requisito
indispensável e preliminar para aqueles que
desejem seguir
uma via espiritual dentro do quadro das
religiões
tradicionais. Muitos santos e místicos das
grandes
religiões, antes de encontrar seu caminho,
foram vítimas de
titãs travestidos em mestres espirituais.
Santo Agostinho
foi enganado pelos maniqueus, e o maior
homem espiritual
do Islam em nosso século, o shei kh
argelino Ahmed
El-'Alawy, disse mesmo que "jamais houve
um mestre
espiritual a quem Deus não pusesse a prova,
mandando-lhe-aiguém
que o enganasse, ostensivamente ou
pelas
costas".
§ 5.
Pergunta sem Resposta
Finalmente, um
aspecto interessante do gurdjieffianismo
-- e do qual os
próprios gurdjieffianos, incapazes
de tirar
qualquer conclusão mesmo dos indícios mais óbvios,
jamais se dão
conta — é o seguinte:
- 19 -
No seu livro
Relatos de Belzebu, Gurdjieff diz
que o rito central
do Cristianismo, a Eucaristia, foi
um rito de
"magia antropofágica" no qual Jesus teria
dado pedaços do
seu corpo a comer e goladas do seu
sangue a beber.
Esta "informação" é seguida de severas
críticas à
Igreja Católica por ter-se "esquecido do
sentido
originário do rito".
E claro que a
interpretação dada por Gurdjieff
contraria a
letra dos Evangelhos ( os quais falam que
Cristo partiu
pão e serviu vinho, e chamou ao pão
"carne"
e ao vinho "sangue" ); é claro também que ela
fere o mais
elementar senso estético e rebaixa o
símbolo tradicional
a um literalismo profanatório e
grotesco; e é
claro também que ela é incompatível com
o simbolismo não
somente cristão, mas universal, segundo
o qual o pão
representa a doutrina exotérica e o vinho
os conhecimentos
espirituais.
Mas o mais
interessante é que Gurdjieff complementa
a crítica
oferecendo uma alternativa ao "cristianismo
decadente":
ele afirma que sua própria escola não é senão
"Cristianismo
esotérico", isto é, o Cristianismo originário
em sua forma mais
pura e inalterada.
- 20 -
Diante destes
dados, temos o dever de perguntar:
os gurdjieffianos
e similares, sendo, como se intitulam,
"cristãos
primordiais", praticam ou não praticam o ri to
essencial do
"Cristianismo primordial" , na forma em que
eles mesmos
descrevem?
Se não praticam,
então seu pretenso Cristianismo
esotérico é
apenas teórico, sem mais interesse do que
qualquer
curiosidade acadêmica, daquelas a que eles
mesmos tanto
criticam.
Se praticam,
então são antropófagos.
- o -
E não há mais
nada a dizer sobre este assunto.
- 21 -
NOTAS
(1)
Referimo-nos às grandes religiões universais,
fora
de cujas místicas é impossível encontrar qualquer
"ensinamento
espiritual" que valha. Em outras palavras:
a
mística, de qualquer natureza, requer a filiação
preliminar
a uma ortodoxia revelada -- por exemplo,
o
Catolicismo, o Judaísmo, o Budismo, o Islam, em suas
formulações
tradicionais -- e fora disto só é possível
tropeçar
com gurdjieffs e coisas afins.
(2)
Tudo o que diremos de Cjurdjieff aplica-se
igualmente
a seus discípulos e continuadores, quer
aqueles
que se apresentam formalmente como discípulos,
quer
aos que se filiam ao "cisma" de Uspensky, quer aos
que
se disseminaram pelo mundo sob outros rótulos e sem
ligação
visível com o gurdjieffianismo ( Rajneesh, Oshawa,
Pak
Subuh, etc. ), quer, finalmente, àqueles que, na
maior
piada do século, se denominam os seus "mestres"
(
Idries Shah, Ornar 'Ali Shah, etc. ). Em todos
esses
casos, as técnicas e "doutrinas" variam somente
em
estilo e cor local.
(3)
Sobre o caráter premeditadamente insolúve]
desses
enigmas e charadas, v. o Cap. l do nosso livro
O
Pseudo-Sufismo no Ocidente.
(4)
Corão, I I : 1-2. Sobre este tópico, v., de
um
lado, Plotino, Enéada II, Tratado I I I , § 7, e, de outro,
o
simbolismo das letras no sufismo, tal como exposto em
Martin Lings, A Sufi Saint qf the Twentieth Century,
London,
Allen & Unwin, 1973, Chap. VI I.
(5) V. Seyyed Hossein Nasr, The Long Journey, em
Parábola,
Vol. X n? 1, feb. 1985.
-
22 -
(6)
O termo "objeto", aqui, deve ser entendido
em
modo figurado; no processo da realização espiritual,
Deus
é Objeto e Sujeito ao mesmo tempo.
(7)
A inconclusividade, a dificuldade extrema
de
tirar conclusões das premissas mais óbvias, que é um
traço
proeminente dos discípulos e egressos de tais
"ensinamentos",
explica-se assim pelo fato de que o
"tempo"
do raciocínio lógico se torna demasiado lento
em
face da velocidade vertiginosa em que passa a operar
a
memória sensível ou afetiva, sobrecarregada de informações;
entre
duas premissas e uma conclusio, introduz-se uma
avalanche
de recordações automáticas que dseviam o
pensamento
do seu objetivo.
(8)
Toda "irregularidade" parcial é assim
reabsorvida
na harmonia do todo.
(9)
Daí" a idealização da "busca infinita do
conhecimento",
que é a inversão satânica do conhecimento
i n f i n i to.
(9) V. Fio Conway and Jim Siegelman, Snapping.
America's Epidemic of Sudden Personality Changes, Ney
York,
Lipprncott,
1978.
(10)
A seita de Idries e Ornar 'Ali Shah, curiosa
organização
gurdjieffiana que se faz passar por uma taríqah
(
escola sufi, isto é, da mística islâmica ), chega mesmo
ao
requinte de usar o lema, autenticamente sufi, de que
"o
segredo se protege a si mesmo". Os discípulos não percebem
que,
no caso, eles protegem o segredo contra o assédio
deles
mesmos, incapacitando-se assim para qualquer ensinamento
espi
ri tual real.
-
23 -
(11)
Mas a raiva tem um dinamismo próprio, e acaba
por
gerar, no lugar da inteligência, uma malícia, uma
astücia
capaz de todos os sofismas: a trágica consolação
oferecida
pela perda da inteligência é a capacidade de
confundir,
embotar e finalmente sufocar a inteligência alheia.
(12)
Rom Landau, famoso repórter, descreve estas
sensações,
que experimentou durante um encontro com
Gurdjieff.
Tivemos pessoalmente a ocasião nada memorável
de
sentir as mesmas coisas, em encontros com um notório
gurdjieffi
ano argentino, que aliás suspeitamos ser mesmo
um
dos inúmeros filhos que Gurdjieff gerou em suas
discípulas
no Castelo do Prieuré.
(13)
A mesma organizaçio mencionada na nota k confessa
abertamente
sua técnica de retirar as resistências morais
inferiores,
após o que seus discípulos se tornam "delinqüentes,
ladrões
e mentirosos"! ( Cf. O Sufismo no Ocidente,
trad.
bras., Rio, Dervish, 1983, que ê o "manual" oficial
dessa pseudo-tá riqah. )
(14) Whitall N. Perry, Gurdjieff i n the Light of
Tradition, Bedfont, Middlesex, Perennial Books, 197Ü
(
2nd. i.mpr. , 1979 ), p. 53, n. 18.
Genial esse post, e genial também é a pessoa que o escreveu.
ResponderExcluirEu reconheço plenamente a existência desses "métodos" ou "artimanhas", que utilizam a manipulação de informação e de ensinamentos a fim de fazer os buscadores se afundarem cada vez mais na escuridão, na ignorância e na impotência, coisas que fazem gerar um sentimento de ansiedade, inconformismo e raiva profundas (porque a pessoa avança indefinidamente buscando atingir rapidamente a Verdade, mas isso nunca chega para ela, o que gera um sentimento secreto de frustração e raiva). A pessoa fica imersa na atmosfera/vibração/frequência de todos esses sentimentos, e se torna um "receptor e emissor" de energias sombrias e negativas. Estando imerso nessa atmosfera de baixo nível, a pessoa se torna alvo fácil de seres de baixo nível das mais diversas ordens.
Eu reconheço a existência dessas coisas, e até desconfio de alguém relativamente bem conhecido que seja assim, mas como não tenho certeza a respeito dele, vou me omitir de indica-lo.
Com o Gurdjeff ocorre o mesmo, eu nunca conheci ou estudei o Gurdjeff, então não posso afirmar nada a respeito dele.
Mas esse artigo é excelente, e vale por si só. Se você estiver em contato com algum ensinamento ou doutrina cheia de contradições que o leve cada vez mais para dentro de uma escuridão absoluta (em que o ensinamento afirma que lá está escondido o conhecimento de um grande segredo ou mistério), o melhor é se afastar. Pode haver boa probabilidade de a pessoa estar entrando em uma bela enrascada. A Verdade não se oculta aos olhos de ninguém, muito pelo contrário, ela faz questão de não ser secreta, de não ser misteriosa e de ser simples e universal. Escolha uma que você sinta ser clara, leve, transparente e alegre, pois essas características são "vibrações" ou "frequências" que nos sintonizam com a Luz, a Verdade.
Parabéns pelo texto!
Namastê!
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirObrigado Gugu, seja sempre bem vindo! Namastê! _/\_
ResponderExcluirgurdieff e outros mestres do agora.
ResponderExcluirdeixaram uma grande obra,não aceita pelas tradições
espiritualistas antigas.
por que ?
porque ninguém precisa delas de fato.
para despertar é preciso apenas realmente querer.
alsibar é inteligente,mas gasta muita energia em crenças como;
-deus/diabo puro dualismo.
tenho para mim que ,um dia ele vai se achar.
até lá;
-gashô.
Olá Mário... esse texto não é meu, mas do Olavo de Carvalho. Obviamente que há coisas que não concordo no artigo. Todavia, ele é muito bom em alguns aspectos, por isso considerei que apesar de não concordar com alguns pontos, valia a pena publicá-lo para nossa reflexão e análise.
ExcluirFraterabraços!
A simplificação é entendida como forma deficiente de pensar, nasce da intolerância ou desconhecimento em relação a verdade do outro e da pressa de entender e reagir ao que lhe apresenta como complexo. "A pressa de saber obstrui o campo da curiosidade e liquida a investigação em muito pouco tempo", declara o psicanalista W. Zusman (A terra sob o poder de Mani, JB/s.d.). A pressa não é só inimiga da perfeição, é também inimiga do diálogo, do pensamento mais elaborado, sobretudo, filosófico e científico.
ResponderExcluirGurdjieff hermético, Olavo de Carvalho, filósofo maluco.
ResponderExcluirO site é bom, parabéns Alsibar, a culpa é minha que detesto esses hermetismos esotéricos !
Texto sem compromisso com a objetividade... Tão subjetivo quanto o próprio Gurudjef
ResponderExcluirPois é, estive no grupo por longos anos,E infelizmente a descrição do que acontece lá dentro é Real.Sofri feito um diabo perdi tudo amigos,conhecimento,memórias. ..Sempre sentia e cheguei até ver o "Capiroto" mais de uma vez,,.Eu sabia que havia algo de errado,de satânico por ali...Pq fiquei tanto tempo...O texto esclarece com precisão o porque...Quem escreveu com certeza vivenciou o que eu vivenciei...Se eu soubesse do que se tratava,jamais entraria...Muito jovem,sem nenhum conhecimento...Eles te arrancam tudo,tua alma, teu dinheiro,teu sentimento,tua moral...Muitos começam a roubar,usar muita droga, transar com geral,beber muito,se afasta da família. ..O texto é a descrição mais exata de tudo que já foi escrito sobre o "Sr.G",como ele é chamado,E posso afirmar tem coisa muito muito pior...Pessoas que ficam muito doentes,muitas mortes nas famílias dos alunos assassinatos...Volta a AFIRMAR, esse texto,INFELIZMENTE É A CÓPIA LITERAL DO QUE OCORRE LÁ DENTRO.VOCÊ VIRA UM VERDADEIRO ESCRAVO,NADA NO UNIVERSO FAZ SENTIDO SE NÃO FOR AVALIZADO POR G.NADA,ABSOLUTAMENTE NADA.QUANDO EU SAÍ DO GRUPO QUASE MORRI.DURANTE ANOS ACREDITEI QUE SÓ ALI EXISTIA A TAL DA VERDADE...DE TÃO DOENTE,FUI NUM GRUPO DE AYUASCA,O SANTO DAIME E "OUVI"..."EXISTEM OUTROS GRUPOS",Chorei por 3 horas sem parar...pois foi a primeira vez que me ouvi...Perdi contato comigo mesma...Hoje sou uma pessoa cética,não consigo acreditar em nada...Eu era movida pela Fé, não tinha ódio dentro de mim,era uma pessoa doce...me tornei um limão. ..Não consigo acessar à Deus, como fazia tão facilmente,me tornei negativa, E odeio tudo isso...De vez em quando vou a Igreja católica e isso é tudo.
ResponderExcluirSe for pra mentir, minta de uma forma mais convincente.
ExcluirAté porque o tal senhor G já morreu a muito tempo. Então vc não teria como ser avaliada por ele.
Esses cristãos não cansam de passar vergonha propagando mentiras.
Conheci´as tecnicas do russo gurdieff e o filósofo que postou este texto acima tem razão.Gurdieff mestre de ouspensky e´um mago negro ou um titâns do mal.Seus estudantes buscando o conhecimento e a religação com as leis maiores são suas vítimas imediatas,tecnicas de auto castração são as tecnicas prediletas deste satanista nojento.O pior e´quem os que buscam uma consciencia maior e´que são vitimados por pessoas como estas.Seus ensinamentos são de auto aniquilação e produzem auto obecessões das piores que existem.Entre dez verdades se uma só for mentirosa pode jogar todas as dez fora pois já estão contaminadas.O engraçado em tudo isso qusão poucos os que analizam e trazem a lume a discussão a maioria acaba por divulgar falsas teorias como boas e inconscientemente fazem a publicidade do mal.
ResponderExcluirDisse "satanismo" já sei que é mais um ignorante alienado que sequer leu ou ouviu falar de Gurdjieff!
ExcluirOlavo de Carvalho não cansa de passar vergonha.
ResponderExcluirCaro Alsibar, procure ler sobre Gurdjieff e tire suas próprias conclusões.
Leia o Encontro com Homens Notáveis. Você conhecerá ele através desse livro.
Porém seus ensinamentos praticos(alguns fragmentos) só é encontrado em alguns poucos livros.
Gurdjieff não permitia que suas palestras fossem transcritas. Ele dizia que o conhecimento só deve ser acessível a aquele que o busca por sua livre e espontânea vontade. E o mundo atual não deseja conhecer nada(além do habitual).
Muito bom e honesto este tema que desmistifica com propriedade de quem conhece o assunto o guru Gurdieff que com suas tecnicas infernais levavam as suas infelizes vítimas ao desgosto profundo a loucura e ao suicídio.Por muito tempo este guru do mal passou por boa pessoa mas as suas vítimas e os investigadores de suas pseudo tecnicas o desmascararam por completo.
ResponderExcluirEm pleno 2019, as ações do Sr.Olavo falam de sua Sabedoria.
ResponderExcluirOlavo de Carvalho afirma que é Católico praticante, a despeito de estudar sufismo.
O Filósofo Olavo usa o óculos da razão subjetiva(a única que ele pratica)e o brasão
do catolicismo romano para fazer uma analise das praticas gurdjieffianas.
As práticas de G são objetivas, com resultados objetivos logo a lente da intelectualidade subjetiva/especulativa é insuficiente e deveras rasa para tatear os resultados objetivos do desenvolvimento da cognição objetiva ou " zoostat".