Páginas

sábado, 5 de novembro de 2011

PARA QUE SERVEM OS TAIS “ILUMINADOS”? What's the usefulness of the so called "enlightened ones"?

Alsibar: para que servem os tais "iluminados"?
Qual a necessidade de um Iluminado? Qual a diferença entre um iluminado verdadeiro e os “tais iluminados”? O que um iluminado pode ou não fazer por você? Por que os idolatramos tanto? Por que os seguimos? Será que desejamos algo deles? E esse “algo” eles podem nos dar?  Vamos refletir sobre estes e outros temas afins?
No começo do Novo Milênio está acontecendo um fenômeno sem precedentes na história da espiritualidade: a popularização dos chamados “iluminados”. Obviamente, que  sempre existiu pessoas com tais pretensões. Mas, a popularização da Internet, incluindo redes sociais, blogs e chats-  potencializaram mais ainda este fenômeno, dando-lhe mais  publicidade, em níveis de rapidez nunca dantes visto. Quando falo “iluminados”, entre aspas, refiro-me àqueles  que se autoentitularam como tais. São, em geral, indivíduos que  foram discípulos de A ou B, ou que tiveram alguma experiência  “mística”, ou simplesmente  um “devaneio” ou outro surto qualquer. Isso lhes confeririam o status de “Despertos”. E, ainda, há os que não se autoentitulam assim, mas  agem como tais. São pessoas que fecham-se em seu próprio conhecimento e agem como se fossem donos da razão. Verdadeiros detentores do conhecimento Absoluto. 


    Mas, o presente artigo, não visa  analisar as características de um iluminado- assunto que já explorei em diversas outras postagens do meu Blog. Pretendo, no entanto,  fazer uma reflexão mais ampla,  objetivando  aprofundar a questão. Assim, qual o sentido de alguém dizer : “ sou iluminado”?  E se ele não for? E se for, o que isto representa para mim? O que quero de um iluminado? O que   é ‘isso” que ele tem para me dar?  E será realmente que alguém pode me dar esse “algo”? E por que desejo tanto esse “algo”? Será que “isso” que tanto procuro e desejo, é realmente “aquilo” que tanto procuro e desejo? E se não for? E se for uma grande ilusão?Assim, parece-nos importante analisar qual a verdadeira necessidade de um iluminado e o que ele pode ou não  fazer por você.
Vamos imaginar que você está fazendo uma viagem pelas praias do Nordeste. É a sua primeira vez. Você procura a casa de um familiar ou amigo seu. Talvez você não tenha GPS e tudo ficará um pouco mais dificil. Além disso, às vezes, há os imprevistos. Quem  já viajou muito sabe disso: são pontes quebradas,  desvios inesperados, interdições,  obras em estradas etc. E, de repente, você se vê perdido, em meio a um lugar desconhecido. Alguém tem que lhe ajudar a encontrar o caminho que você quer. Ao procurar ajuda, você encontra alguém que diz saber onde fica o local que você tanto procura. Ele lhe orienta, dizendo o que tens que fazer e que rumos seguir para chegar ao seu objetivo. Isso parece bem racional. E é. Principalmente  para uma concepção cartesiana de mundo. Ou para a “3D” ( o plano das 3 Dimensões como diz o pessoal da Nova Era). Explicando a história hipotética: O lugar em que você se encontra perdido é o mundo e a sua vida. O alguém que você encontra é um desses assim chamados “iluminados” que lhe mostra a rota a  ser seguida. E o caminho, são as práticas, rituais, técnicas de meditação e disciplinas que você deve executar para chegar aonde você quer. Parece perfeito, não? Mas, antes de seguir para o próximo parágrafo, faça o seguinte: releia o parágrafo e procure o erro ou erros no cenário que acabei de descrever . Tente descobri-lo, faça isso como algo pessoal, para você mesmo e só depois continue a leitura do próximo parágrafo.
Bom, talvez você tenha conseguido encontrar o “erro”. Talvez não. Mas, reflita junto comigo: é correto usar uma situação como esta, do mundo real, concreto, como referência para o mundo “espiritual”? Será mesmo que da mesma forma que procuro uma casa em um lugar desconhecido, deverei buscar “aquilo” que pressupõe-se estar também em um local desconhecido? Mas, como buscaremos o Desconhecido? E se o Desconhecido não estiver  tão longe assim ? Uma casa  pode estar longe, mas o Desconhecido está? Ora, e se o Desconhecido, Deus, não estiver longe? E se estiver bem  pertinho? Tão perto que confunde-se com sua própria pessoa?  E, se assim for, precisarei mesmo  “buscá-lo” em algum outro lugar? E se não preciso buscá-lo em nenhum outro lugar, para que preciso dos tais “Iluminados”? Krishnamurti tinha, neste particular, um argumento fenomenal, ele costumava perguntar : “se conheço para onde quero ir,  se conheço o meu objetivo, isso é o Desconhecido?”. A explicação é simples, mas sutil. Ora,  se já conheço o meu objetivo, então ele é coisa do passado.  Pela própria lógica da assertiva, só posso reconhecer o que já conheci no passado e o Desconhecido está no passado? Em outras palavras: como posso buscar o que não conheço? Se busco o que não conheço, como se o conhecesse,  será que é realmente aquilo que busco?  Como saberei?
Na Bíblia, no Tao-Te-Ching , no Bhagavad-Gita e  nas palavras de Buda,  Deus é considerado “algo” ou “alguém” que transcende o tempo, o espaço, o pensamento, os desejos e a lógica comum. Na Bíblia,  Deus diz a Moisés : “aquele que vê minha face morre!” Obviamente é uma metáfora para dizer que somente quando o EGO morre é que Deus se revela. Jesus disse coisas parecidas tanto nos evangelhos canônicos quanto nos apócrifos. Paulo de Tarso identificou o Deus Desconhecido- como sendo o mesmo de seus patriarcas judeus (Atos 17:23). No Bhagavad-Gita, Árjuna,  que representa o EGO, pede a Krishna ( Átman) para revelar sua glória. Mas quando Krishna atende ao pedido, Árjuna implora para Ele parar pois não suporta a visão da Glória de Deus. No Tao-Te-Ching, Lao Tsé começa suas memoráveis e sábias palavras dizendo: “ O Inonimável que se pode nominar, não é o Inonimável. O Inconcebível que se pode conceber, não é o Inconcebível”. E, por último, Krishnamurti em suas milhares de palestras, sempre ensinou que Deus é o Desconhecido. Essa visão, concorda com  a de todos os verdadeiros sábios e iluminados .
Daí, concluímos que não podemos reduzir Deus a um local fixo no tempo e no espaço. Este foi o “erro” da história  hipotética que apresentei no segundo parágrafo. E se Deus não é algo ou alguém com endereço fixo. Se ele não tem casa, nem está plantado em algum “lugar incipiente do céu” - como disse Sri. Yuktéswar a Yogananda- então, para que a viagem? Para que os “caminhos”? Para que as técnicas, práticas e disciplinas? Para que servem os assim chamados “iluminados”? A história hipotética da viagem que descrevi, agrada nossa mente que funciona – dentro desta concepção cartesiana  de vida. Mas Deus, o Desconhecido não está sujeito as regras e imposições deste nosso plano que a própria Ciência já reconheceu ser apenas uma forma de se entender o Universo. E esta compreensão  cartesiana, já foi  ultrapassada pelas fantásticas descobertas da Física Quântica. Assim , se Deus não está em algum lugar fixo, onde estará? Se , não há “caminhos” para ele  qual a necessidade dos tais “iluminados” ?
Vamos voltar para nossa historinha. Vamos imaginá-la de uma outra forma. Imagine novamente que você se vê, de repente, em um local desconhecido. Você está perdido. Não sabe onde está , não conhece ninguém e nem sabe quem você é. Tem uma vaga lembrança, vaga eu disse, sobre seu verdadeiro lar, familiares e amigos. Você sai à procura de alguém que possa ajudar-lhe . Que possa mostrar-lhe como encontrar o caminho de casa. Você procura e procura. Alguns dizem uma coisa, você segue e nada. De repente se vê  mais perdido e confuso. Então, você continua sua busca, procurando e pedindo mais informações. Muitas vezes, você segue exatamente as instruções dadas, mas, quando chega no endereço que lhe fora ensinado, o dono diz não conhecer-lhe . E você, de novo, sai pelas ruas procurando. Chega um momento em que você se desespera e sai gritando pelas ruas, procurando  desesperadamente pelo seu lar. Sua angústia vai aumentando, aumentando até que,  de repente, você ouve alguém chamando-o pelo nome. É uma voz familiar, doce e conhecida. E quando, você se vira, de repente… você acorda com a voz de sua esposa, pai ou mãe.  Eles livram você de um terrível pesadelo! Certamente, você começa a sorrir, sentindo aquela sensação de felicidade, agradecendo aos céus por estar ao lado dos seus entes queridos e por saber que nunca estivera longe deles ! Tudo não passara de um  pesadelo, um delírio!
Mas, a verdade é que os verdadeiros iluminados não podem nem mesmo acordá-lo, como fizeram os pais no caso descrito acima. O sono da vida é muito mais pesado e despertar dele é muito mais difícil. O fato é que ninguém poderá acordá-lo por você. Se fosse assim, seria bom demais. Jesus teria despertado metade do mundo. Buda a outra metade e  o restante ficaria com Lao Tsé. Na contemporaneidade, homens como Ramana Maharish, Babaji, Lahíri Mahasaya , Sri Yuktéswar e Krishnamurti teriam promovido o maior despertar em massa  que a humanidade já conheceu. Mas  não. Eles não poderiam fazer isso, nem se quisessem. Essa é a nossa parte no “jogo de Maya”. Os verdadeiros iluminados estão constantemente gritando ao mundo: despertem! Acordem dos seus sonhos! Não há nenhum lugar para se ir, nada foi perdido, a separação é uma ilusão, não há nada a se alcançar ! Você já está em casa… apenas desperte! Não busque, não corra, não faça nada pois você está dormindo. Você precisa acordar… este é o primeiro passo! “O primeiro passo é o último passo”-  disse Krishnamurti. Parece enigmático? Parece absurdo? Será mesmo? Então medite nestas palavras de Jesus, o maior de todos os iluminados:
“ Se lhe perguntarem qual é o sinal do Pai em vós dizeis: é movimento e repouso ao mesmo tempo”. – Quinto Evangelho.
É a mesma coisa que Krishnamurti disse, eles apenas usaram expressões diferentes para descrever o mesmo "processo". O EGO só existe enquanto estamos dormindo, na Ilusão do “fazer”, na ilusão dos caminhos, das práticas e técnicas. Quando “despertamos” deste sonho. Quando o EGO compreende sua pobreza e ilusão e morre por si mesmo . Então para onde caminhar? Para onde ir? Existe ainda o “fazer”, a “caminhada”? Não. Simplesmente porque começa um “outro movimento”. E este não é você quem produz, você não é o responsável por ele - ele existe por si mesmo. Então,  quando você – representado pelo seu   EGO, DESEJO  e PENSAMENTO-  pára totalmente, inicia-se um outro movimento, o movimento do Desconhecido, do Sagrado. O mesmo movimento que coordena os astros, as estrelas, os átomos e os ciclos da natureza. Depois que você “desperta” para esta compreensão e percepção o que mais terá que “fazer”? O “despertar” é o primeiro passo, depois dele… não há mais passo nenhum. Findou-se uma jornada que nunca existiu de verdade- tudo era um sonho, um pesadelo e nada mais!  A “caminhada” ilusória  terminou! Já estamos aqui! Já estamos Nele!
Precisamos de Iluminados? Sim . Mas apenas para acordamos, e isso significa compreender suas limitações no que concerne ao nosso despertar. Somos gratos a quem nos ajudou a despertar? Obviamente. Mas isso não significa prestar-lhe culto, adoração ou segui-lo cegamente. Temos que despertar nossa própria luz. Krishnamurti foi, talvez, o único defensor do “não-seguir”. Ele costumava dizer que não faz sentido usar a vela do outro para iluminar aquilo que é nosso. E Jesus dizia que  “ um cego não pode guiar outro cego” . E como saberemos que o outro é cego se não despertarmos? Se não abrirmos nosso olho espiritual, se não acendermos nossa luz interior? O verdadeiro iluminado não se regala com bajulações ou adorações. Os tais “iluminados” querem apenas seguidores e discípulos pois buscam o poder e a expansão. Em geral, prometem tudo o que a mente mais gosta: felicidade, bem-aventurança, expansão da consciência, êxtase, prazer- e este não é caminho do Desconhecido, mas do conhecido. E, por isso mesmo, não é o Supremo, não é o Eterno, o Atemporal!
Mas, se um dia acontecer de você encontrar alguém, que lhe diga que não há caminhos para casa, pois você já se encontra nela. Se não lhe pedir nada em troca, nem se autopromover através de nenhum meio ou subterfúgios. Se não lhe pedir dinheiro pois a Verdade não é uma mercadoria. Se não viver tagarelando um monte de asneiras verborrágicas, com  um discurso hipnótico e vazio que visa apenas encantar e seduzir a mente.  Se ele apenas lhe mostrar que o “caminho” não é um caminho. Se não fizer propaganda de si mesmo, nem se considerar o dono da Verdade. Se for reflexivo e lhe ajudar de todas as formas a também ser reflexivo e humilde. Se não lhe prometer coisas como o céu, o Nirvana, a Iluminação, a Verdade , Deus- como se estes fossem "propriedades" . Se ele o ajudar a se autoconhecer, ser independente  e a trilhar seu próprio “caminho”. Se lhe mostrar os perigos e  a infantilidade do “seguir alguém”. Enfim, se ele promover o seu Despertar e não o seu dormir- então este individuo é um iluminado! Seja grato a ele e tenha-no como um irmão mais velho, um  companheiro de viagem, um amigo mais maduro e experiente. Saiba que você não deve nada a ninguém pois tudo, absolutamente tudo é de Deus. Os verdadeiros iluminados sabem disso e, por isso, não se consideram autor ou “fazedor” de nada. Sabem que só existe um ator no Universo . Só existe uma  única  Força que move tudo e a todos: chame-o de Deus,  Krishna, Tao, Desconhecido… não importa o nome. Ele está além, muito além de todos os nomes e de todas as formas.
A Ele deves toda tua gratidão e todo o teu amor ! Mas, onde Ele está? Não o procure nos livros, nem nas religiões, nem nos gurus! Ele está onde você estiver e manifesta-se todos os dias em todas as coisas visíveis e invisíveis! Basta abrir os olhos para vê! Por isso, DESPERTE e veja! Como fazer isso?  Medite! A Meditação verdadeira nada tem a ver com práticas, disciplinas, posturas e rituais! Tem a ver com “percepção” apenas. Por isso, não “pratique” a Meditação. Apenas “acorde”, apenas “veja”, apenas perceba “Aquilo que já é”!
Alsibar (inspirado)
REPOSTAGEM AUTORIZADA!

31 comentários:

  1. Estamos vendo a proliferação das "SATGANGS". Interessante a sincronicidade da reflexão, pois acabei de gravar um vídeo sobre isso.
    Um fraterabraço,

    Nelson Jonas

    ResponderExcluir
  2. Simplesmente fantástico!....

    E como saberemos que o outro é cego se não despertarmos? Se não abrirmos nosso olho espiritual, se não acendermos nossa luz interior? O verdadeiro iluminado não se regala com bajulações ou adorações. Os tais “iluminados” querem apenas seguidores e discípulos pois buscam o poder e a expansão. Em geral, prometem tudo o que a mente mais gosta: felicidade, bem-aventurança, expansão da consciência, êxtase, prazer- e este não é caminho do Desconhecido, mas do conhecido. E, por isso mesmo, não é o Supremo!

    ResponderExcluir
  3. Confere o sincronismo:

    http://www.youtube.com/watch?v=YyuxpFwgTGw&feature=channel_video_title

    ResponderExcluir
  4. Sim!
    Perfeito em todos os ângulos, mas onde é tua igreja mesmo?
    Ah! sei, você será meu guru que não poderei seguí-lo.....
    Mas eu sou um seguidor VICIADO e pulo de galho em galho, não gosto do meu galho e por isso vou procurando outro "galho" prá me segurar. Serei eu um macaquinho chamado ego?
    Caraca! descobri! sou um king kong, kkkkk....
    Abraçomano

    ps: os viciados como este king kong é que alimentam isso aí que você falou sobre os "iluminados" mas,.........sou viciado.
    Ah! vamos criar o grupo dos viciados em iluminados anônomos, os (V.I.A), mas não complete com (D.O.S) kkkkkk....

    ResponderExcluir
  5. Pois é anônimo, começaremos nossos depoimentos com a seguinte frase:

    Boa noite a todos, meu nome é X e só por hoje estou limpo do meu iluminado de escolha! Só por hoje fiquei com o que é sem fazer uso de nenhum vídeo ilumimista.

    ResponderExcluir
  6. hahahaha! muito boa, tô nessa!

    completa aí os dez...

    ResponderExcluir
  7. Oi amigo, li seu artigo e achei muito interessante suas reflexões...no meu modo de ver pelo que já pesquisei, ser iluminado todos queremos acredito que até você...poque? todos nós queremos saber o que é ser iluminado, ter a LUZ própria nada mais é do que ter o conhecimento profundo do iluminar-se e para isso é preciso crer que existe algo mais ter consciência e conscientização do que existe alem da vida e da morte física e acreditar também na própria evolução e fazer sua ascensão e para que se torne um iluminado ...Paz e Luz sempre!

    ResponderExcluir
  8. Olá Amiga Meire, primeiramente muito grato por seu comentário. Meire, penso que estamos falando de questões diferentes. Os "tais iluminados", são os "gurus", ou seja, aqueles que se sentem iluminados simplesmente pelo fato... de se "sentirem". Muitas vezes eles começam um movimento, uma organização para " iluminar" os outros, mas será mesmo que a iluminação vem pelo seguir, pelo crer, pelas autoridades espirituais? Por que endeusamos tanto os gurus? E ser guru significa ser iluminado? Ou um verdadeiro iluminado é alguém que não quer ser mestre de "ninguém"? Mas, acho que entendo o que queres dizer. Realmente, todos queremos nos iluminar, mas é importante compreendermos que a iluminação nada mais é do que ver as coisas como elas realmente são, tanto interiormente quanto exteriormente . Sem autoconhecimento tudo é apenas uma grande ilusão. Assim, aquele que se autoconhece não quer ser mestre de ninguém e não deseja ser guru de ninguém. Ele é o que é, e é feliz em sê-lo. Nem mais , nem menos. Muito grato por sua contribuição e reflexão. Namastê!

    ResponderExcluir
  9. Alsibar,

    Desculpe-me essas palavras soarem rudes, mas quem és tu para dizer quem é e quem não iluminado? Ou elevado espiritualmente ou quem não é?? Quem é mestre e discípulo etc?

    Existe outra forma de saber se alguém é mestre, se não experimentar o que ele diz?? Na minha visão, não. Se é verdade o que ele diz, quando você vivenciar, será transformado. Se continuar o mesmo, a retórica desse mestre não serve para você.

    Os inúmeros gurus são realmente iluminados?? Não sei, talvez sim, talvez não. O que importa?? Segue tua jornada e os ensinamentos que te melhorarem como ser humano.

    Não se esqueça que Jesus tinha discípulos, Sidarta Gautama (o Buda) também tinha discípulos e seguidores etc.

    ResponderExcluir
  10. Amigo Bruno, não responderei com a mesma pergunta: "quem és tu para dizeres tais coisas"? Porque sei quem és. És um ser humano, dotado de inteligência e capacidade reflexiva. Vamos aos pontos: é verdade que houve um tempo em que a relação "mestre-discípulo" tinha uma importância- talvez pela imaturidade da raça humana. Não é mais o caso nos dias atuais. Quando éramos crianças precisávamos dos pais. Ao ficarmos adultos, não mais. Além disso... se defendes a relação "mestre-discípulo" e não vês a inutilidade e o mal que isso causou e causa ao mundo. Essa é sua opinião. Estamos num país livre. Posso ter a minha? Pra terminar, quero deixar bem claro minha posição. Os mestres existem e existiram. Mas, o que vemos por aí são muitas pessoas se autointitulando mestres e indivíduos psicologimamente dependente dos mesmos. Isso cria uma relação mórbida e doentia, de mútua ilusão e exploração. Não estou apontando se é A ou B . Estou apenas fazendo uma reflexão sobre o "porquê" de termos dependência de mestres, como se eles fossem detentores de algo muito especial, sagrado, único. Não são. Pelo o "tom" que usaste comigo, percebo que só poderia opinar, quem fosse alguma espécie de "autoridade", não é? Isso, validaria meus questionamentos e discurso? Na sua opinião, talvez sim.
    Bruno, não sou ninguém em especial. Não sou guru. Nem especialista, nem teólogo, nem "iluminado", nem mestre. Sou uma pessoa que pensa, pesquisa e reflete. Sou alguém que tem opiniões e que investiga. Aprendi que não existem autoridades nessa "área". Aprendi também que não devemos acreditar em nada, nem aceitar nada cegamente. Estou fazendo uso dessa minha prerrogativa como ser humano: o da reflexão e livre opinião. Se não concordas comigo. Tens todo o direito. Se acreditas que apenas as "autoridades espirituais" podem opinar sobre tais assuntos. Tens todo o direito. Mas, dê-me o meu direito de pensar diferente de você e de questionar toda e qualquer autoridade espiritual, posso?
    Não me interprete mal... estou apenas dando minha opinião peço apenas que respeite-a- e vice-versa. Isso não nos torna adversários, nem inimigos. São apenas opiniões direrentes... apenas isso e nada mais. Segues o caminho que quiseres e deixa que outros sigam os seus. Este é o meu e o que escrevi é para as pessoas que, como eu, já ultrapassaram o nível da dependência psicologica dos gurus, mestres, crenças, religiões e organizações. Cada qual no seu ritmo não é?
    Fraterabraços e até a próxima! Namastê!(Alsibar)

    ResponderExcluir
  11. Sim! Alsibar aprendeu comigo, lá no jardim do Epicuro, que só existe um guru com quem se deve lidar. Portanto já não teme a morte nem os deuses, mas é prudente o necessário para descartar a falsa guruzada!

    ResponderExcluir
  12. Parabéns pelo post, Alsibar, adorei!

    Algumas perguntinhas:

    1) O que vc acha do guru brasileiro Prem Baba?

    2) Como um ser consciente e inteligente que és, quando tiver alcançado tais caract/descrições do que consideras iluminação (já apresentadas aqui em alguns posts) não tem como dizer que vc não sabe que é "iluminação", ou estou errada? Vc sabe dizer por exemplo de outros seres como Krishnamurti que foram iluminados, e não pode saber de ti? Assim, vc sabendo que "quem fala que é iluminado então não é" portanto já não fala. Aí de certa forma vc é um "falso modesto". Pois no fundo tens consciencia que despertou, mas prefere ser humilde. Não que alguém que desperte tenha que ficar se proclamando desperto, mas cito um exemplo de quando alguém for perguntar, o que alguém "iluminado" iria responder? Se falar que não é, não deixa de ser uma mentira, se dizer que sim, então "já não é/não pode ser ou deixou de ser"! Se puder me esclarecer, por favor

    Aguardo as respostas

    grata =)

    ResponderExcluir
  13. Ola amiga anônima de 27 de Julho tudo bem?

    Primeiramente grato por sua visita e participação. Sobre suas perguntas:

    1. Eu não tenho informação nenhuma que me possibilite fazer uma análise do Prem Baba - a não ser aquelas que são públicas e que estão nos sites, blogs e vídeos da Net. Eu nunca falaria de alguém sem ter elementos, informações ou indícios sobre os quais posso fundamentar uma opinião. Lembrando que não estou aqui pra julgar ninguém, mas para ajudar aqueles que estão buscando fornecendo-lhes informações que considero importantes. Como no caso do Osho, Gurdjieff e Sai Baba. Todavia, eu suspeito de todo e qualquer "guru' estrela, os "autointitulados", os famosos. Penso que o verdadeiro guru é alguém muito simples e, em geral, averso a holofotes e auto-promoção. Mas é uma opinião pessoal e geral, não se aplica a casos específicos e exceções - que certamente existem.

    ResponderExcluir
  14. Sobre sua segunda pergunta aí vai o meu comentário:

    2. É muito difícil para o quem vive na dimensão "pensamento-eu", entender essa outra dimensão. Simplesmente porque nela a questão shakespeareana do "ser ou não ser" deixa de ter sentido. Assim, ele não pode responder que é iluminado, pois não existe mais ninguém pra ser. Nem que "não é" pois- novamente -não existe mais a entidade que "não é". Pois se existisse a entidade que diz "não-sou" ainda seria uma entidade, não acha? A consciência que pensa e diz "eu despertei"- não despertou. Pois quem "desperta", simplesmente "é", mas não há mais a questão de "eu sou isso ou aquilo". Obviamente que ele sabe e sente que há algo ali, algus chamam de "presença", "luz", "Deus", Atemporal, Desconhecido... mas isso é indefinível, impensável e atemporal. Diante "Daquilo" o observador emudece, morre, cessa... Pois "Aquilo" só se manifesta na ausência do observador-censor, da separação sujeito-objeto. Quando as pessoas faziam perguntas pessoais a UG ou K, eles ficavam confusos, paravam... e viam que era impossível (ou muito difícil) responder, pois o sentido da pessoalidade não mais existia . Você ainda chamaria isso de falsa modéstia? Ou é apenas uma outra forma de operar que, por ser impessoal e diferente de tudo o que conhecemos, a mente tem dificuldade pra entender? A analogia mais próxima que encontro é a da mente das crianças novinhas... que ainda não tem consciência do "EU SOU" em suas mentes. Elas simplesmente "são".

    Espero ter esclarecido um pouco mais.

    Fraterabraços e até a próxima!

    Namastê!

    ResponderExcluir
  15. Obrigada pelo esclarecimento =) que ainda está clareando aos poucos, heheh.
    Então, digamos que antes de se iluminar a pessoa sabia que ao se iluminar não é possível ter esse saber (assim como nós sabemos e estamos falando aqui )... passa um tempo, e a iluminação acontece...só que ainda como "ser humano", existe a memória, certo? A -pessoa- vai lembrar que quem é desperto não consegue identificar, então, digamos, por não estar mais conseguindo dizer que está ou não iluminada, consequentemente, terá consciência (ou mesmo que a nível racional) que a busca cessou, ou seja, ela verá a diferença do que era antes,e o que "se tornou" (ou descobriu,se revelou) perceberá que ela se realizou.

    Não haverá necessidade de auto-afirmar que se iluminou muito menos dizer para os outros, mas existe uma inteligência ali (ou a testemunha, talvez?) que saberia dizer que ocorreu o que o EGO (que já foi transcendido, pelo que eu entendo, mas não morto, não é isso?) encontrou o que queria há tanto tempo.

    Exemplo: Agora se alguém me perguntar se "eu sou iluminada" eu sei responder que não. E se daqui um tempo "me iluminar", eu não souber responder? Eu vou lembrar disso que vc me ensinou aqui (rsrs) então "automaticamente" teria um saber que houve um despertar ali, pq houve uma mudança.

    Desculpe-me a confusão e insistência, é que acho isso muito curioso e interessante, e gostaria que ficasse mais claro pra mim.. Nem sei porque faço tanta questão, se quase tenho certeza que não vou me iluminar mesmo, hahaha (não nessa vida). Coisas do ego...=)

    muito grata pelos ensinamentos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ola novamente...

      Só alguns pontos:

      1. A própria ideia de iluminação é algo questionável. Usamos esse termo para comunicar esse estado que na verdade não pode ser definido, nem rotulado, nem classificado... pois está além das palavras. Por isso, mesmo a ideia de iluminação deixa de existir.

      2. Temos a ideia de iluminação como algo que acontece num determinado tempo e lugar-espaço/tempo, futuro. Mas, novamente, isso é questionável. Essa concepção cria uma dicotomia, um alvo, um objetivo a ser alcançado no futuro. Todavia, pode não ser assim. Temos que nos libertar da ideia de que isso está distante e que ainda não aconteceu. Ele já está aqui. Precisa apenas ser percebido. Esse percebimento é o que chamamos de Despertar. Todavia, achamos que haverá luzes, poderes, sensações etc etc. Essas coisas acontecem ao longo do processo, mas não são sinais necessários ou comprobatórios de que algo aconteceu e que marcou o começo de um novo estado de consciência. Esse estado pode ser percebido no aqui agora- por qualquer pessoa. Mesmo que seja por instantes e milionésimos de segundos. Foi isso que Dogen, Ramana, Nisargadata e tantos outros descobriram e ensinaram. O restante, vem como consequência desse estado diferenciado de percepção da realidade.

      3. A memória fatual continua, mas não a memória cristalizada em torno de um "eu sou", que forma " a personalidade do EGO".

      4. A consciência de si e a individualidade continuam. O que cessa é a "separatividade", aquele centro que afirma a si mesmo "eu sou", que gera o "meu" e uma sequência de outros "eus" que juntos formam o que chamamos de "EGO".

      5. Perceberá o silêncio, o "vazio", a paz... mas não haverá mais o sentido de "eu me realizei", esta é minha paz, este silêncio sou eu... pois tudo isso são apenas... pensamentos, com os quais o homem desperto não mais se identifica.

      6. Acho que você está usando a palavra "EGO" no sentido da Psicologia- daí a confusão. O EGO não quer encontrar a tal "iluminação", pois não quer morrer, ele quer continuar. Eu diria apenas que a pessoa, o sujeito, percebe que não há nada a buscar, nem encontrar, pois tudo JÁ É, e tudo JÁ ESTÁ .

      7. Quando você despertar para isso, não haverá mais necessidade de responder se é ou não iluminada, pra que isso serviria? Em tese sua vida externa pouco mudará- exceto em casos muito especiais e específicos. Mas as pessoas ao seu redor começarão a perceber mudanças em você- essas sim irão lhe dar o feedback correto. E isso será motivo de alegria por que esse será o sinal de que a meditação está funcionando e que isso está realmente lhe transformando de dentro pra fora- sem o seu concurso direto e sem que você perceba isso- de forma inconsciente entendeu?

      8. Esqueça tudo o que aprendeu sobre iluminação, talvez você já seja iluminada. Quando alguém está dormindo só precisa abrir os olhos e nada mais. Assim também é com a tal "iluminação". É só abrir os olhos para compreender que não ha nada a conquistar ou realizar, mas apenas pra perceber e ver, pois tudo já está aqui agora. Esse próprio entendimento, essa própria percepção é o que chamamos de "realização"

      Obrigado pela oportunidade de comentar assuntos tão relevantes.

      Namastê!

      Excluir
  16. Muito obrigada mais uma vez, Alsibar! Você até poderia juntar suas respostas e colocar como um post para outros com as mesmas dúvidas, rsrs.

    Vc disse: "o que cessa é a "separatividade", aquele centro que afirma a si mesmo "eu sou"". Mas não é o que os mestres sugerem, a afirmação do Eu Sou? (aqui eu escrevo com letra maiúscula, mas na hora de falar ou pensar é o mesmo). Esse "Eu Sou", significa, "Eu Sou Deus", não é? Nunca entendi muito bem...E porque não dizer de uma vez "Eu Sou Deus" ao invés de só "Eu Sou"... (poderia ser qualquer outra coisa, até algo ruim).

    Seus posts levam-me a reflexão: pq querer me iluminar? Às vezes penso que é a mesma coisa que todos querem, simplesmente ser feliz. Mas daria pra ser feliz sem se iluminar provavelmente, não é? Será que quero ser mais admirada, amada? Quero ajudar o mundo ser melhor, fazer diferença com minha luz, me sentir mais útil talvez..? Enfim...Ou acho que é o medo de lidar com os problemas, sofrimentos...com os desafios...e me iluminando acho que vou conseguir resolver mais facilmente/levemente.
    O que você acha disso? Me parece que com esses motivos tão egóicos fica mais difícil se realizar =\

    O jeito que vc escreve, parece muito simples.. e pode ser que seja, mas ainda complicamos. Mesmo compreendendo tudo isso, que não ha nada pra buscar, e já está tudo aqui agora, pq a maioria não consegue despertar?
    Vc "conseguiu?"

    Nemastê!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ola Anônima, tudo bem?

      ( Se preferir deixe um pseudônimo)

      Agora você tocou num ponto de SUMA IMPORTÂNCIA e que gera muitas confusões, equívocos e dúvidas, que é o tal " EU SOU". O "Eu Sou" que se repete mentalmente não é o verdadeiro "Eu sou". Alguns movimentos, principalmente aqueles ligados ao que chamamos de Nova Era, ensina isso como uma espécie de mantra, e na Índia existe o Aham Bhramasmi ( EU SOU DEUS) que é repetido durante a meditação. Mas isso precisa ser entendido corretamente.

      O " Eu Sou" expresso na Bíblia ( Êxodo 3: 14) e em todas tradições religiosas autênticas é apenas uma maneira de comunicar a natureza divina de uma forma compreensível para nós e que ao mesmo tempo não fuja muito da realidade. Em outras palavras, Deus é incompreensível pra nossa pequena mentalidade, e o "Eu Sou" é o que se aproxima mais disso em termos de PALAVRAS. Como expressar o Inexprimível? Como definir o Indefinível? A palavra é uma vibração, em termos de vibração verbalizada o mantra "EU SOU" é o que mais se aproxima da natureza divina e o que está mais acessível pra nós em termos de compreensão mental. Por isso na Bíblia o "EU SOU" é repetido enésimas vezes tanto no Antigo como no Novo Testamento- por Jesus- testificando, assim, sua manifestação em forma humana.

      Mas a vibração "EU SOU" em sua natureza mais pura, não é do reino das palavras. Em sua fonte, origem, é silenciosa e vazia. Não que realmente a seja, mas a percebemos assim, devido nossa pequenez e limitação. Todos os grandes mestres da Antiguidade e contemporâneos são unânimes em dizer : a natureza divina é inconcebível. E , por isso mesmo, as palavras, o pensamento, a "mente" não pode percebê-la, tocá-la ou encontrá-la. Daí que deve-se ir além das palavras, além dos pensamentos, além do conhecido para encontrar o que é Impensável, Atemporal e Desconhecido.

      A pessoa pode passar uma vida repetindo "EU SOU" e ficará eternamente estagnada- pois é um "eu sou" mental, ainda está no nível das palavras e pensamentos. Para encontrar o Infinito, a mente , ela própria tem que "tornar-se" esse EU SOU- além das palavras, no silêncio, no "Vazio".

      Só para deixar bem claro, não temos outra forma de nos comunicarmos, por isso o uso das palavras, mas Deus está além de todas as palavras, como disse Lao Tsé no Tao Te Ching- "O melhor é auscultá-lo no Silêncio".

      Fechando esta parte, não sou contra a repetição do "Eu Sou", mas todos devem ir além da mera repetição mental disso e alcançar o " EU SOU" que só pode ser percebido no silêncio.

      Excluir
    2. Sobre a segunda parte...

      Não espere se iluminar pra ser feliz. Esqueça isso. Encontre a felicidade dentro de você, a Luz que já está aí e o resto fluirá por si mesmo. Mas não fique sondando, olhando, buscando comprovação de que alcançou isso ou aquilo. O observador (você) só se liberta quando não se vê mais separado da coisa observada ( você também). Ou seja, a própria mente cria a divisão entre você e você mesmo, entre o aqui agora e o futuro. Tudo isso é mental. E enquanto estivermos nessa armadilha da mente, não encontraremos a felicidade e a paz pois sempre haverá o conflito e a divisão. TUDO JÁ É ( Lembra do " Eu Sou o que Sou"?). Perceber isso é libertar-se dos grilhões da mente.

      Excluir
    3. Sobre a terceira parte...

      Há algumas premissas que devem ser analisadas... quem quer se libertar? Quem realmente quer "Despertar"? Será que querem realmente ou estão apenas buscando uma maneira de resolverem seus problemas, terem mais prazer, poder e felicidade? O Despertar é algo desconhecido. Pode não ter nada a ver com aquilo que supostamente buscamos. O que vejo é que EM GERAL ninguém quer Despertar realmente. O Despertar verdadeiro promove a MORTE DE TUDO O QUE VOCÊ É E DESEJA.

      Ele traz desapego do passado, das pessoas, dos pensamentos, dos sonhos, memórias, objetivos. DESAPEGO, eu disse. Não que essas coisas deixem de existir (pois aí você estaria doente ou morto) mas elas deixam de ter força sobre você pois você não mais se IDENTIFICARÁ com elas. Mas aí vem o pior: você não mais poderá ser como você sempre foi. E esse próprio PERCEBER é o Despertar. Não existe intervalo, não existe futuro, não existe um meio pra se alcançar um fim. OS MEIOS SÃO OS FINS E VICE-VERSA.

      É como tornar-se NADA. E quem quer ser nada? Todos querem ser alguma coisa ou alguém importante. Daí o problema... querem se iluminar pra tornarem-se importantes e úteis, pra ajudar as pessoas etc etc. Tudo isso vem por si mesmo e independente de você. O amor mental não é amor. Aquele que diz "eu amo" não ama. O estar consciente de que se é bom ou humilde- destrói a bondade e a humildade. Tudo isso são valores que só se manifestam corretamente quando da morte do EGO. Até lá o EGO se apropria dessas coisas como forma de se perpetuar no poder, pois continuará a ser o centro de tudo. Agora de uma forma muito mais sutil, pois camuflado sob a capa da bondade, caridade e humildade , promove toda a sorte de desordem e males.Sem sentir-se culpado, pelo contrário, sente orgulho dos seus próprios feitos, conquistas e "méritos".

      Excluir
    4. Sobre a última pergunta:

      Ouço a respiração. E os sons ao meu redor.Você me pergunta se eu consegui. Há três premissas aí que podem ser contestadas: a existência do "eu", o ato de conseguir, no sentido de realizar ou buscar, e a coisa, o alvo, a ser buscado ou conseguido. Afinal... TUDO JÁ É, NÃO?

      Namastê!

      Ps: Irei analisar sua sugestão de fazer um post desses nossos comentários. Acho que foi providencial.

      Fraterabraços e até a próxima!

      Excluir
  17. Pela sua explicação, os significados, ao falar de vibração.. me lembrei do mantra mais conhecido OM (AUM), tem alguma relação? Qual seria diferença? Ao afirmar Eu Sou, não consigo sentir nada, acho que pois fico tentando entender o significado disso, e não acontece nada...já no Om sinto aquela vibração na garganta, no coração, às vezes no cérebro..e algo muito, muito bom! Ou simplesmente um silêncio interior mesmo.

    Ouço muitos falarem que pra não se identificar com o ego (nossas emoções, pensamentos) e que somos aquele que observa. Então, não somos só o observador? Somos o observador e o observado também? Ja ouvi falar da analogia do céu e das nuvens, que somos o céu mas não as nuvens. Ou, que somos o oceano/mar, mas não as ondas... Aquele que testemunha. Não?

    É mesmo... Acho que estou mudando de ideia, não quero mais me iluminar, heheh. Pra se iluminar, tem que querer? Ou não querer? Ou tanto faz?

    Acho que superar algumas dificuldades que temos do dia a dia já é dificil, imagina se iluminar? Parece querer demais... Como querer me iluminar se nem de vicios eu consegui me livrar? Acho que preciso ser mais independente como pessoa antes de tudo também, pra poder "crescer" espiritualmente. Não é?

    imensamente grata

    nemastê,

    Ana













    Há algumas premissas que devem ser analisadas... quem quer se libertar? Quem realmente quer "Despertar"? Será que querem realmente ou estão apenas buscando uma maneira de resolverem seus problemas, terem mais prazer, poder e felicidade? O Despertar é algo desconhecido. Pode não ter nada a ver com aquilo que supostamente buscamos. O que vejo é que EM GERAL ninguém quer Despertar realmente. O Despertar verdadeiro promove a MORTE DE TUDO O QUE VOCÊ É E DESEJA.

    Ele traz desapego do passado, das pessoas, dos pensamentos, dos sonhos, memórias, objetivos. DESAPEGO, eu disse. Não que essas coisas deixem de existir (pois aí você estaria doente ou morto) mas elas deixam de ter força sobre você pois você não mais se IDENTIFICARÁ com elas. Mas aí vem o pior: você não mais poderá ser como você sempre foi. E esse próprio PERCEBER é o Despertar. Não existe intervalo, não existe futuro, não existe um meio pra se alcançar um fim. OS MEIOS SÃO OS FINS E VICE-VERSA.

    É como tornar-se NADA. E quem quer ser nada? Todos querem ser alguma coisa ou alguém importante. Daí o problema... querem se iluminar pra tornarem-se importantes e úteis, pra ajudar as pessoas etc etc. Tudo isso vem por si mesmo e independente de você. O amor mental não é amor. Aquele que diz "eu amo" não ama. O estar consciente de que se é bom ou humilde- destrói a bondade e a humildade. Tudo isso são valores que só se manifestam corretamente quando da morte do EGO. Até lá o EGO se apropria dessas coisas como forma de se perpetuar no poder, pois continuará a ser o centro de tudo. Agora de uma forma muito mais sutil, pois camuflado sob a capa da bondade, caridade e humildade , promove toda a sorte de desordem e males.Sem sentir-se culpado, pelo contrário, sente orgulho dos seus próprios feitos, conquistas e "méritos".

    ResponderExcluir
  18. ah, desculpa, esqueci de apagar o seu comentario.. é que eu copio aqui na hora de responder pra ir lembrando tudo que foi escrito por vc, rsrs

    abraço,

    Ana

    ResponderExcluir
  19. Ola Ana tudo bem ? ( prefiro chamar pelo nome rsrs)

    O om é uma mantra hindu que significa Brahman (o Absoluto, Deus). O "Eu sou" é o mesmo mantra "aportuguesado", pois Deus assim se autodenomina no antigo testamento, veja:

    " Assim dirás aos filhos de Israel : " EU SOU me enviou a vós outros".Ex, 3:14

    Grandes místicos e espiritualistas concordam que o EU SOU é a vibração primordial do Universo. Mas tem-se que entender o seguinte: não é que o Universo diga "EU SOU" em palavras. É uma vibração cuja frequência original é desconhecida pra nós. Isso é apenas uma tentativa de traduzir em palavras a ideia do som original- que está muito além de todas as palavras. É uma "tradução" verbalizada de algo que está muito além de nossa capacidade de compreensão.

    Sobre o observador é preciso entender o seguinte. Quando você observa a si mesma você se vê como algo separado de si. E por isso procura transformar o que vê. Todavia essa entidade que observa a si mesma e quer mudar, alcançar, ou se iluminar... simplesmente não existe. É uma criação da mente, do pensamento. É o pensamento que diz: sou infeliz quero ser feliz, sou ambicioso- quero deixar de sê-lo, sou ignorante-quero ser sábio ou iluminado. É aí que a entidade é criada e ela própria é a raiz de todos os males. De modo que, só vem a libertação com a percepção de que esse "eu" mental- não existe. Só existe o ato de observar (observação) sem o ator (observador ou ego)- pois este último é criado pelo pensamento- e não o contrário.
    Isso, em geral, é muito complicado de entender pois estamos acostumados com a ideia de que existe um pensador, que produz, cria os pensamentos. Quando, na verdade, são os pensamentos - que nada mais são do que o movimento da memória residual- que criam a ilusão de que existe um pensador, uma entidade, "alguém" pensando. É verdade que podemos produzir pensamentos conscientes. Mas não estamos falando sobre isso. O problema são aqueles pensamentos que se aglomeram em torno da ideia do "eu e do meu", o que cria a ilusão da entidade eterna , permanente, separada- que os mestres chamam de "EGO". Mas melhor do que a compreensão intelectual desse processo é a percepção direta dele. E isso surge com a meditação.

    Então procure observar o silêncio por trás dos pensamentos. O vazio sobre os quais os pensamentos são projetados. Não atente aos pensamentos, mas ao silêncio que existe entre um pensamento e outro, ou mesmo quando você está dando atenção a alguma coisa, a uma paisagem, palestra, lendo um livro, ou até mesmo assistindo a um filme. Observe que haverá momentos de silêncio absoluto - mesmo que por instantes. Assim, mesmo que venham os pensamentos e lhe distraiam - não lhes dê atenção. Ponha sua atenção no silêncio, no vazio, vácuo que existe quando a mente está completamente silenciosa.

    Muita gente foge desse silêncio, desse espaço. Muita gente nem o percebe... de tão ocupados, inquietos e ansiosos que estão. Meditar é perceber, descobrir esse estado livre dos pensamentos que não é resultado de técnica nem de "prática", mas de simples percepção e sensibilidade. Lembrando: esse é o estado essencial do ser. Não pode ser produzido através de nenhum esforço e não pode ser alcançado como um objetivo futuro. Ele JÁ ESTÁ AÍ.

    O que ele é? Como é? Qual sua natureza? A mente não tem como saber. Alguns chamam Brahman, Testemunha, Deus, Om, Eu Superior etc etc. Mas são apenas nomes e palavras sem muito sentido- servem apenas para comunicar esse algo que é em sua essência... Inominável.

    Espero ter ajudado.

    Namastê!

    E até a próxima!

    ResponderExcluir
  20. Essa entidade que diz "quero ser isso, deveria ser mais assim, não podia ter feito aquilo", me lembrou o superego que a psicologia fala..

    Mas não existe aquele Eu Observador que não julga, que é o "imutável"? (sendo que o resto tudo muda em nós, portanto só o que permanece é verdadeiro, e seria, pelo que entendia até então, esse que me observa escrever, me observa pensar, mas sem interferir, apenas Olha)

    Krishnamurti que falou por primeiro "Você é o observador e o observado". Entendi pelo que vc explicou que não há divisão, que então somos ambos ao mesmo tempo. Na minha ignorância, me pergunto..se agora estou observando o computador, então eu sou o eu que observa e o computador? rsrs

    Eu sempre achei que nosso "Eu Real" seria o observador e não aquele que observamos...Pq por exemplo, Me observo (a Ana) com raiva, com ciumes...então não me identifico com essa emoções (do ego, que faz parte da personalidade).. está em mim talvez (temporário), mas não é quem sou!

    Está me ajudando bastante sim,
    muito agradecida!

    Ana




    ResponderExcluir
  21. Olá Ana,

    A psicologia, a filosofia e a teologia tem muito de teoria e especulação. O que existe não pode ser definido como sendo isso ou aquilo, nem como não sendo ( neti, neti).
    Quando não existe o observador, não significa que este se torna o objeto. Aí seria absurdo (rsrsrs) quer dizer apenas que não existe mais o pensamento se separando, dizendo, por exemplo:" eu sou Ana e aquele é o computador." Existe um sentido de unidade, de integração, de totalidade. É aí que se realiza um velho cliché "advaita" : "tudo é um".

    O que chamamos de "Eu Real" não pode ser definido, nem pensado... tudo isso são apenas definições, teorias, racionalizações.... que, na minha opinião, atrapalham mais do que ajudam. Veja o que você disse :" Eu sempre achei..." Não ache nada, não pense nada... Essa mania que temos de racionalizar tudo é uma das causas de nossa tragédia existencial.

    Apenas mergulhe no Silencio.

    Fraterabraços e até a próxima.

    ResponderExcluir
  22. Muito agradecida por toda atenção e esclarecimento!!
    Minha mente ainda é muito barulhenta, e fico meio louca com tanta confusão e dúvidas. Vou mergulhar mais no Silêncio =).

    Nemastê
    abraço!

    ResponderExcluir
  23. Obrigado pela oportunidade, Ana e fique à vontade para perguntar, comentar, duvidar e até mesmo discordar.

    Namastê

    _/\_

    ResponderExcluir
  24. Para onde ir? Existe ainda o “fazer”, a “caminhada”? Não. Simplesmente porque começa um “outro movimento”. E este não é você quem produz, você não é o responsável por ele - ele existe por si mesmo. Então, quando você – representado pelo seu EGO, DESEJO e PENSAMENTO- pára totalmente, inicia-se um outro movimento, o movimento do Desconhecido, do Sagrado. O mesmo movimento que coordena os astros, as estrelas, os átomos e os ciclos da natureza. Depois que você “desperta” para esta compreensão e percepção o que mais terá que “fazer”?

    Não sei o que me deu !!!!!
    Comecei a chorar e não consigo parar !!!
    "" Afinal sinto no coração que tudo é mais simples ......mas o maroto do ego , só me diz :- será que é assim tão simples ????
    Grata por partilhares as tuas vivências com todos nós .
    Abraço no coração

    ResponderExcluir