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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A CESSAÇÃO DO PENSAMENTO E O DESPERTAR - The cessation of thought and the awakening

Expansão da Consciência


Qual a importâcia da cessação do pensamento para o despertar? Como isso se processa? O controle e a repressão podem parar o pensamento? Qual a relação entre pensamento e sofrimento? O que é o Pensamento Funcional?Vamos refletir juntos sobre estas e outras questões?
Por que alguns   “espiritualistas” tem horror à idéia da cessação dos pensamentos como condição necessária ao DESPERTAR ? Já li alguns afirmarem que isso é uma espécie de “idéia absurda do oriente exótico”. Fico imaginando a satisfação do EGO ao afirmar isso.  “Pronto, está tudo dominado. Dificilmente este tolo se libertará ou despertará algum dia!”. Ora,  é  exatamente através do PENSAMENTO QUE O EGO DOMINA E APRISIONA A MENTE HUMANA. Foi “o pensamento que criou o pensador (ego) e não o contrário”– já dizia Krishnamurti. Quando os  iluminados pregam que o pensamento deve se cessar não estão advogando que os homens tornem-se tolos ou idiotas. Não. Tolos, idiotas e ignorantes somos todos nós em nossa atual condição de prisioneiros do Samsara, da Matrix, de Maya, do EGO.
Cessar os pensamentos não significa controlá-los ou prendê-los. Eles morrem naturalmente quando o homem se autoconhece. Isso não quer dizer que deixaremos  de  sentir, raciocinar, lembrar das coisas. Além disso, o pensamento não cessa de  uma hora para outra. NÃO. O que cessa é o PENSAMENTO REATIVO  AUTOMÁTICO INCONSCIENTE. O tagarelar incessante da mente – verdadeira tortura para os meditadores de plantão-continua por um certo tempo.  A maior tolice de um meditador é querer "parar" os pensamentos. Pensamento é movimento. É a natureza deles serem inquietos, instáveis e flutuantes.
O que acontece no instante da compreensão é que os pensamentos deixam de ter poder sobre nós. Ao compreender que os pensamentos são reativos, automáticos e condicionados - o meditador não mais se importará com eles. Ao fazer isso, apenas os observará sem considerá-los bons, ruins, errados ou certos. Nessa observação acontece paulatinamente a "quebra" de uma corrente que se mantém graças à inconsciência de si . Ora, esta cadeia inicia-se ainda na infância, quando começam a surgir os primeiros lampejos de pensamentos- não é assim? Aí vem : INCONSCIÊNCIA-AUTOMATISMO-PRISÃO-ILUSÃO-DOR-INCONSCIÊNCIA... E assim continua a roda do Samsara! 
 Lamentavelmente,  não somos ensinados a lidar corretamente com os pensamentos. Se tivéssemos uma formação que nos orientasse desde cedo a lidar  com eles, sofreríamos menos e certamente o mundo não seria tão caótico. Ninguém, nos ensina isso. Nem a escola, nem os pais, nem a família, nem os amigos  nos  dizem "olhe seus pensamentos! Observe-os, tenha cuidado para que eles não te dominem!". Ninguém. A verdade é que muita gente desconhece o perigo dos pensamentos reativos. Por isso, o senso comum prega que devemos ter "bons pensamentos". É um paradoxo. Todo pensamento reativo, automático e inconsciente- mesmo sendo bons- é pernicioso. Somente o pensamento, consciente , deliberado e funcional é realmente salutar e positivo. Você tagarela o dia inteiro? Não. Você só tagarela quando precisa- numa conversa, ou debate- mas você não tagarela sozinho (pode até conversar um pouco). Mas tem horas em que o tagarelar é absolutamente desnecessário . Então, por que a mente tem que tagarelar sempre e a todo instante? Por que não podemos usar os pensamentos como um instrumento  para ser utilizado com eficácia nas horas certas?
Na verdade, os mestres sempre pregaram  que o PENSAMENTO DEVE SER FUNCIONAL. Devemos usá-lo nas horas necessárias, mas quando não for necessário deve ser abandonado. Como fazemos com um computador, com um livro,  um carro, a linguagem, com as palavras, as roupas e  tudo mais nesta vida. Assim, faça esta experiência. No momento em que você olhar os pensamentos verá que a "cadeia" da dor começa a ser quebrada.  os pensamentos vão deixando de ter influência sobre nós pois começa o processo de DESINDENTIFICAÇÃO com os mesmos. Isso "mina" sua força pois passamos a percebê-los como fenômenos separados de nós e não como SENDO NÓS. Ao cessar a  IDENTIFICAÇÃO  então o que resta?
Resta a CONSCIÊNCIA e a TRANQUILIDADE. Por que não experimenta ao invés de ficar  aí só tagarelando?
ALSIBAR (inspirado)

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