Acabei de assistir ao documentário da Netflix, “Em Busca de Sheela” sobre a ex-secretária do guru Bhagwan Shree Rajneesh - o Osho. De antemão, achei pouquíssimo o tempo do documentário - apenas cinquenta minutos. Pensei : será uma forma da produtora surfar um pouco mais no grande sucesso de Wild Wild Country que tem basicamente o mesmo tema, apesar das gigantescas diferenças de produção?
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segunda-feira, 10 de maio de 2021
“EM BUSCA DE SHEELA” NOVO DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX SOBRE A EX-SECRETÁRIA DO OSHO
Acabei de assistir ao documentário da Netflix, “Em Busca de Sheela” sobre a ex-secretária do guru Bhagwan Shree Rajneesh - o Osho. De antemão, achei pouquíssimo o tempo do documentário - apenas cinquenta minutos. Pensei : será uma forma da produtora surfar um pouco mais no grande sucesso de Wild Wild Country que tem basicamente o mesmo tema, apesar das gigantescas diferenças de produção?
sexta-feira, 7 de maio de 2021
O MOSAICO DIVINO: AS “DIVERGÊNCIAS” ENTRE KRISHNAMURTI E CRISTO
Nesse
diálogo, eu abordo uma questão muito pertinente que me foi feita pelo amigo
Aramísio sobre algumas supostas divergências entre os ensinamentos de Jesus,
mais especificamente nas Cartas de Cristo, e o grande sábio indiano Jiddu
Krishnamurti! Vale a pena conferir o teor do diálogo e tirar suas próprias
conclusões!
Aramisio: Sei que os ensinamentos podem
aparentemente divergir entre dois mestres mas, mesmo divergentes na aparência,
podem conduzir para o mesmo alvo. Por exemplo, entre as Cartas de Cristo e
Krishnamurti têm alguns contrastes aparentes. Para citar apenas dois, percebo
que em todas as Cartas está bem claro que podemos orar e pedir qualquer coisa
que quisermos ao Pai (Consciência Universal) e ele nos atenderá. Também fica
claro que a meditação é ensinada da maneira mais convencional, “momentos de
meditação”. Por outro lado, como você sabe muito bem, não é o que
Krishnamurti ensina. E são dois pontos importantes! Qual é a sua
opinião sobre isso?
Alsibar: Sim, há sempre algumas diferenças entre os mestres porque são pessoas diferentes. Ninguém é igual a ninguém: Buda, Jesus, Ramana, Krishnmaurti, UG e Vimala diferem bastante entre si. Então cada um tem uma visão pessoal acerca do que é mais importante na caminhada espiritual. Por exemplo, vamos pegar a questão da oração . Como eu já expliquei antes, Krishnamurti nasceu em um país em que as pessoas valorizam demais a oração. Mas tais práticas não as transformaram, não as libertaram da agressividade, do ego, do sofrimento, nem do conflito. Então ele escolheu não enfatizar a oração porque sua missão nesse momento era exatamente dá um choque de realidade em parte da humanidade que tanto “ora” mas que continua preso aos grilhões do ego, da ilusão e do sofrimento.
Aramisio: Certo. Na verdade essa realidade
sobre a oração se aplica em todo mundo.
Alsibar: Verdade, continuando : outra
possibilidade que explicaria o fato de Krishnamurti NÃO enfatizar a oração
seria porque ele mesmo nunca precisou orar. E por que não? Por dois motivos
principais:
Cartas de Cristo |
Primeiro: tudo que ele precisava lhe vinha
de forma fácil, sem nenhum esforço ou dificuldade. Em suma, ele
nunca precisou “pedir” nada a “Deus”. A outra
possibilidade é que ele já estava "unido" à Fonte. Sua mente estava
totalmente conectada à Verdade/Deus como se fosse um todo integrado. Então não
havia a divisão " devoto" e “objeto devocional”,
sujeito e objeto-
ele já era uno com o que ele chamava de “ Desconhecido”. Então para que orar se
não existia mais a separação, o distanciamento, a divisão? A meu
ver, são esses os motivos que explicam o fato de Krishnamurti não
falar/enfatizar a importância da oração.
Aramisio: Pode ser.
Alsibar: Já eu falo muito
sobre oração. Faz parte da minha história. A oração já se mostrou
eficaz e útil em muitos momentos difíceis da minha vida, inclusive para clarear
questões de cunho espiiritual e filosófico. Eu a acho muito importante, mas tem
que saber orar corretamente. As pessoas não sabem orar, só sabem pedir coisas
materiais, emprego, dinheiro, casa, ou qualquer outro desejo material. A
Verdadeira oração se resume em pedir SABEDORIA, FORÇA E FÉ a Deus,
pra só assim poder dizer de coração: Senhor, fazei a Tua Vontade!
Aramísio: É, de fato, nesse estado não faz
sentido nenhum a oração. Mas os outros ainda não estavam naquele estado!
Alsibar: Sim, a meu ver é uma falha na
didática de Krishnamurti. Não é à toa que só aqueles que seguiram outros
caminhos, se iluminaram ... Porque pelo caminho puro de Krishnamurti
dificilmente alguém conseguiria entender ou alcançar alguma coisa. Tanto a
Vimala quanto o UG seguiram outros caminhos... e integraram a visão de
Krishnamurti com outras percepções e ensinamentos. E assim, chegaram
"lá"...
Aramisio: É verdade, mas não diminui em
nada a importância de seus ensinamentos. Seus ensinamentos são muitos
profundos!Vimala Thakar
Alsibar:... Mas enquanto Krishnamurti não
tinha experiência com a oração, Cristo, por outro lado, era totalmente voltado
para a oração. Mas isso também é explicado por vários fatores historicos ,
culturais e também tinha a ver com a peculiaridade de sua missão. Já Ramana não
pregava a oração, mas a aceitação. Por outro lado, Krishnamurti foi um mestre
da MEDITAÇÃO- um mestre incomparável. Alguém que conhecia a meditação com uma
profundidade única. Já Cristo, também conhecia, claro.... mas ele não era,
digamos, “especialista”.
Aramisio: Sim, meditação para ele devia ser
um estado permanente.
Alsibar: Cada mestre tem uma característica
peculiar. Assim como existem professores de Português, Matemàtica, Geografia,
Inglês ,Quìmica, Biologia tc Cada mestre domina um certo aspecto do caminho e
isso é importante para poder alcançar a humanidade em sua infinita diversidade.
Não é que um ensina uma coisa e o outro, outra. Não é isso. Há um fio que liga
todos esses grande ensinamentos. Mas cada professor dá sua ênfase pessoal a um
ou outro aspecto. Por exemplo: Jesus foi grande mestre do Amor , da Oração e da
Fé. Já Krishnamurti foi expert na Meditação e
Autoconhecimento de uma forma única. Já Ramana enfatizou o silêncio e a entrega...
e assim por diante... É isso que explica algumas diferenças superficiais na
visão e ensinamentos desses grande mestres, mas no fundo estão ensinando
essencialmente a mesma coisa.
Aramisio: Ahhhh... sim. Quando leio as
Cartas de Cristo, sinto que minha vibração se eleva, e me sinto nas alturas,
mas depois volta tudo ao normal. Mas quando leio Krishnamurti sinto a base do
meu ego ser quebrada profundamente.
Alsibar: Sim, ou seja, os ensinamentos se
complementam. Um atua no ego, o outro na elevação da frequência/vibração- no
fundo são ensinamentos que se complementam. Já eu sou muito místico, mais
voltado à oração e devoção. Eu não deixei minha fé por conta de Krishnamurti e,
na verdade, nunca vi nenhuma contradição entre ele e Jesus/Krishna/Buda/ Ramana/Lao
Tsé por exemplo.
Aramisio: Fazem parte de um todo
Alsibar: Isso. Só pessoas com compreensão superficial acerca desses ensinamentos é que veem contradição. Quando você alcança o cerne da compreensão....ou seja, os realiza.... então você passa a entender Os Evangelhos, o Gita, Krishnamurti, Tao Te Ching, Cartas de Cristo, Quinto Evangelho como partes de um mesmo “mosaico”- vamos dizer assim.
Aramisio: As contradições aparentes, estão na superfície.
Alsibar: sim, na “aparência”, apenas.
Veja... vamos imaginar um mosaico ou vitral. Imagine que o mosaico seja o
Dharma, a Verdade Universal. Mas cada mestre fica responsável por confeccionar,
pintar ou explicar apenas uma parte desse “grande mosaico” que é a
Verdade. Então cada um vai "pintar" do seu jeito, da sua maneira,
dando uma marca pessoal a cada parte dessa grande obra. Mas CADA UMA COMPÕE O
TODO, sendo parte indivisível dele. Você pode imaginar também como um longo
caminho. Cada mestre cuida de parte do caminho. Sendo assim, ele
"Deus", a Inteligência Universal pode alcançar diversas pessoas de
diversos níveis de consciência e ajudá-las, assim, a evoluir. Se a Verdade não
tivesse essa "versatilidade" ela não poderia alcançar a todos. Então
cada um vai entender um pouquinho dessa verdade, desse caminho, de acordo com
sua própria capacidade e nível de compreensão.
Aramisio: Sim, com certeza!
Alsibar: Então, os ensinamentos de
Krishnamurti operam num nível altíssimo. É uma verdade muito, muito profunda
que ele trouxe para o mundo. Tão profunda que raros foram aqueles que o
entenderam. Quem, daqueles que conviveram com ele, realmente realizaram aquilo
que ele apontou? Eu só conheço dois: UG e Vimala. E por que
eles conseguiram? AUG Krishnamurti
meu ver, porque eles já estavam quase “prontos”, precisando
apenas de um pequeno “empurrãozinho” o qual foi dado
por Krishnamurti. São pessoas que estão à beira do Abismo Divino... Muito
próximas do Grande Salto no Desconhecido! Já Jesus, por seu amor e compaixão,
veio para todos. Mas principalmente para buscar o que ele chamou
de "ovelhas perdidas". Por esse ponto de vista, o trabalho
de Jesus foi muito maior e mais difícil e necessitou de uma didática
muito própria e singular- o que KRISHNAMURTI, aparentemente, NÃO TINHA!
Aramisio: Há partes que são claríssimas,
outras parecem muito distante de nossa compreensão. Até parecem dois autores.
Alsibar: Verdade. O fato é que a
Consciência de Krishnamurti estava em contato direto com uma INTELIGÊNCIA
ELEVADÍSSIMA.... Ele atuava como uma espécie de "porta-voz" dessa
ENERGIA. É algo realmente muito elevado. Mas ele não conseguiu DESCER DE SUAS
ALTURAS... Krishnamurti não conheceu a transição de uma mente em conflito, pra
uma mente sem conflito. Ele não conseguia se colocar em nosso lugar, sentir
nossas dificuldades e limitações. Já CRISTO SIM! Por isso que Jesus
foi um Premavatar, uma encarnação do Amor. Já
Krishnamurti é considerado por muitos mestres/sábios da Índia como um
Jnanavatar- Uma encarnação da Sabedoria Divina.
Aramisio: A Léia, a da entrevista, leu só
Krishnamurti, né?
Alsibar: Que eu saiba ela
começou com o Joel Goldsmith, você já o leu?
Aramisio: Sim, foi um dos primeiros.
Alsibar: É interessante... ele tipo que,
une um pouco da dimensão devocional (oração) com esse aspecto da Meditação (
Silêncio) E depois, a Leia começou a ler/pesquisar sobre o
Krishnamurti, assistiu aos seus vídeos e foi aí, ao pesquisar sobre
ele, que ela me encontrou e começamos a conversar . Mas já
conheci uma pessoa que veio do Chá ( Ayahuasca)... não leram nenhum
desses mestres antes e apresentam um nível de despertamento muito avançado. Já
outros passaram pelo Krishnamurti e depois o UG....e também compreenderam o
essencial. Então os caminhos são variados....
Aramisio: Você acha que o chá foi a razão
do despertamento?
Alsibar: Não acho, porque ele me disse que
o abandonou . E só depois que abandonou tudo: chá, buscas, leituras, técnicas e
gurus é que passou por uma mutação interna profunda.
Você viu o relato daquele meu amigo que lhe
mandei ontem? Tentou de tudo, práticas, sistemas, técnicas e nada.... e de
repente, tomando um chimarrão.... ao ouvir o mugido das vacas... sobreveio-lhe
o silêncio e vazio.
Aramisio: Sim! Muito interessante! Como já
li as Cartas de Cristo 25 vezes, vou ler menos agora, para me dedicar à leitura
de Krishnamurti.
Alsibar: A leitura demasiada atrapalha.
Você lê pra viver, pra aprender, pra vivenciar... Mas há pessoas que acham que
vão chegar a essa realização através da leitura em demasia. Uma
coisa não tem nada a ver uma coisa com a outra. É melhor ler menos,
compreender e vivenciar.. do que ler muito, não compreender, nem realizar nada.
Aramisio: Claro, com certeza.
Alsibar: Obviamente, que cada pessoa é
diferente. Eu li muito Krishnamurti. Mas não foi a quantidade de leituras que
me fez compreendê-lo. Pelo contrário: quando parei de lê-lo....quando o
abandonei completamente foi que a compreensão ( insight) brilhou na minha
mente. E aí, de repente, tudo ficou claro. Sem necessidade mais de leituras.
Aramisio: Entendo
Aramisio: É bom saber disso.
Aramisio: Eu leio muito (li, agora estou
lendo menos), porque a compreensão da leitura me faz vivenciar a
presença divina.
Alsibar: E como é essa "presença
divina"?
Aramisio: A presença é onipresente, só que
nem sempre temos consciência dela.
Alsibar: Entendi. Então é isso amigo!
Aramisio: Gratidão!
Alsibar: Disponha e até a próxima!