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terça-feira, 22 de outubro de 2013

KRISHNAMURTI: UM RELATO SURPREENDENTE


Krishnamurti descreve  um dos acontecimentos mais misteriosos de sua vida . Um registro impressionante do momento em que K. passou por uma experiência mística que mudaria sua vida para sempre. Viagem Astral? Iluminação? Despertar da Kundalini? Leia o emocionante relato- em português e inglês -e tire suas próprias conclusões!  

“Eu meditava regularmente todas manhãs. Então, no dia 17 de Agosto eu senti uma dor aguda  na base da nuca que me deixou quase inconsciente. Isto continuou por algum tempo até que finalmente eu sai cambaleando e me sentei embaixo do pé de pimenta que fica perto da casa.
Eu me senti saindo do meu corpo. 
Eu vi a mim mesmo com a delicadeza das suaves folhas acima de mim. Em frente de mim estava o meu corpo, e acima da minha cabeça eu vi a estrela, brilhante e clara. Eu ainda podia ver meu corpo e eu estava flutuando perto dele. 
Havia uma profunda tranquilidade tanto no ar, quanto dentro de mim -a tranquilidade de um lago profundo e insondável.
Nada, nada poderia perturbar a tranquilidade da minha alma. Havia a presença de seres poderosos que estavam comigo por algum tempo e então eles se foram.”

Jiddu Krishnamurti no vídeo : Krishnamurti: with the silent mind

Endereço: http://www.youtube.com/watch?v=YGJNqp7px3U


“I meditated regularly every morning. Then, on the 17th of August I felt acute pain at the nape of my neck and I became almost unconscious.
This went on for some time until I eventually I wandered out and sat under the pepper tree which is near the house.
I felt myself going out of my body. I saw myself with the delicate tender leaves over me. In front of me was my body, and over my head I saw the star, bright and clear. I could still see my body and I was hovering near it. There was such profound calmness both in the air and within myself, the calmness of a deep, unfathomable lake.
Nothing, nothing could disturb the calmness of my soul. The presence of the mighty beings was with me for some time and then they were gone.”

Jiddu Krishnamurti in- Krishnamurti: with the silent mind

Address: http://www.youtube.com/watch?v=YGJNqp7px3U



terça-feira, 1 de outubro de 2013

O ENCONTRO DOS BEATLES COM O GURU MAHARISH : BENÇÃO OU MALDIÇÃO? The Beatles and Maharish: a curse or a blessing?



( Esse artigo foi escrito pela escritora e jornalista Joyce Collin Smith no seu livro “Não chame ninguém de mestre”. Por ter sido ex-secretária do guru Maharish, Joyce foi testemunha ocular de vários fatos e incidentes relacionados com o guru da Meditação Transcendental- MT . Nesse excerto, ela descreve sua versão sobre fatos estranhos ocorridos após a entrada do guru na vida da banda como, por exemplo, a morte misteriosa de Brian Epstein- empresário e mentor do grupo- e o próprio John Lennon. Para a escritora, tais eventos podem não ter sido apenas fatalidade e revelam um lado obscuro e misterioso da vida do "risonho guru". - Alsibar)

         Os Beatles surgiram no cenário e apareceram, cheios de alegre exuberância,
entre os grupos reclusos de um curso na Universidade Bangor, no País de Gales.
Maharishi tentara com insistência, nos últimos seis ou sete anos, atrair gente bem
conhecida e influente para o Movimento, e ficara desanimado ao perceber que seus
seguidores tinham muito pouca influência nos altos escalões. Foi com surpresa e
desprazer que descobriu que todos os famosos que se iniciavam solicitavam discrição
e privacidade. Mas Mick Jagger e Mia Farrow, logo que o conheceram, começaram a
meditar avidamente, trazendo os outros com eles, francos e abertos em seu apoio
declarado.A chegada de toda a turma pop e do pessoal do mundo dos espetáculos teve
um efeito absolutamente explosivo sobre o MRE (Movimento da Restauração). Com exceção de um único homem, o Povo Eleito cerrou o grupo contra eles. Se eles odiaram os 'marginais lunáticos' e as
'pessoas inadequadas' na estrada Prince Albert, que na maioria eram fracos ou
passivos diante da vida, odiaram com muito mais vigor os rapazes de Merseyside,* tão
bem-sucedidos na vida! A idéia de que eles pudessem aspirar aos mesmos benefícios
espirituais que seus colegas mais bem-educados fez com que as penas se eriçassem
de imediato.
*[Referência a um lugar onde surgiram muitos conjuntos de rock (N. do T.).]*

— Como é que eles vão entender essas coisas? — perguntou uma senhora
idosa, com extremo desdém.
Na verdade, as mentes ágeis e brilhantes dos Beatles captaram tudo num
instante, e sua atitude aberta e franca para com Maharishi foi como uma brisa de
primavera soprando pelo inverno gelado do Movimento. As discussões animadas e as
conversas curiosas indicavam que a palavra da meditação se espalhava como um
incêndio pela geração mais jovem. Eles surgiam aos bandos, vindos de todas as
partes. Mandavam os viciados se afastarem das drogas antes. Aquilo que procuravam
através da maconha podia ser obtido com a mesma facilidade e menos perigosamente
através da MT, disseram-lhes. As drogas mais pesadas ainda não eram comuns
quanto as mais brandas, menos nocivas, e as pessoas podiam ser convencidas a se
afastar se quisessem.O fenômeno do grande afluxo de jovens cantando 'paz e amor', dando flores uns aos outros, mudou tanto a face do Movimento que muitas pessoas foram embora e nunca mais foram vistas.

Os Beatles foram a Bangor contra a vontade expressa de Brian Epstein, seu
mentor e, para todos os fins, seu criador como grupo. Eles eram profundamente leais
a Epstein, que administrava todos os seus negócios, e normalmente obedeciam a sua
vontade. Dessa vez, porém, seguiram seu próprio caminho, e Epstein foi passar um ou
dois dias em Sussex com alguns amigos.

Na universidade, Maharishi se trancava com os quatro durante horas a fio. Eles
dedicavam grande e sincera atenção a seu Mestre recém-descoberto. Mas ele queria
deles mais do que silenciosa aquiescência e obediência. Queria usar sua fama: quatro
arenques pequenos lançados para pegar a cavala, ainda no grande mar da vida
ocidental contemporânea. Eles não se importavam que as pessoas soubessem que
meditavam. Mas suas ações no mundo eram ditadas por Brian Epstein, e obviamente
suas carreiras lhes eram muito importantes. Estava claro que eles poderiam ser muito
úteis para Maharishi — se estivessem livres.

Certa noite, enquanto ainda estavam com ele em Bangor, Epstein saiu bem
tarde de uma festa na casa onde estava hospedado, em Sussex, e sem qualquer
explicação ou motivo aparente, foi dirigindo para seu apartamento em Londres. Todos
esperavam que fosse passar a noite no campo. Em seu apartamento, tomou uma
grande overdose de comprimidos para dormir, foi para a cama e não se levantou mais.
Ninguém sabia que ele estava no apartamento, e passaram-se umas 48 horas até que
a porta fosse aberta com uma chave-mestra, e seu corpo encontrado.

Os Beatles ficaram completamente arrasados. Também ficaram espantados,
pois não parecia haver absolutamente qualquer razão para que ele tirasse sua própria
vida numa época em que tudo estava indo muito bem. Ele dormia mal, e às vezes
tomava barbitúricos. No entanto, não havia dúvidas de que morrera devido a uma dose
grande demais para ser acidental. Num estado de choque e pesar, incapazes de
encarar a perda filosoficamente, os quatro rapazes procuraram consolo e conforto em
Maharishi. Tive a impressão de que ele já sabia do ocorrido, apesar de ter sido
impossível sabê-lo por meios normais. Ele não usou as palavras habituais para a
situação.

— Agora vocês poderão ir à Índia comigo — foi tudo o que disse.

Tive a impressão de que uma mão fria apertou meu coração quando soube
disso. Refleti sobre o que observara a respeito do poder de Maharishi e de sua
vontade implacável. Outras razões poderiam ter causado esse suicídio inesperado,
apesar de ninguém poder saber com certeza. Porém, não consegui evitar um
pensamento freqüente: a existência de Epstein era um claro obstáculo para Maharishi.
Sua saída do cenário removeu o principal empecilho para seus planos de usar os
Beatles para levar toda a geração pop para a causa do MRE (Movimento da Restauração).

Em poucas semanas, ele partiu para a Índia com seu grupo e os quatro
rapazes, apagados e tristes, caminhando ao lado da nova figura paterna que
substituíra seu velho amigo e mentor. Os grandes dias dos Beatles como um grupo
unido e bem administrado cessaram de fato com a morte de Epstein, e o lento declínio
e divisão em facções menos eficientes começou.

Eles deveriam ficar no novo ashram com Maharishi para "aprofundar suas
experiências com a meditação", até que pudessem ser enviados ao mundo como seus
grandiloqüentes emissários. Na verdade, após umas poucas semanas lá, três deles
voltaram para a Inglaterra de maneira súbita e precipitada, enquanto George Harrison
ficou na Índia e se tornou, durante algum tempo, aluno de cítara de Ravi Shankar.
John Lenon juntou-se a Yoko Ono, cuja presença parecia ter uma natureza
desagregadora, Paul McCartney encontrou Linda, e Ringo também teve alguns peixes
para fritar. Tempos tormentosos antes do lento declínio.

A imprensa lhes perguntou inúmeras vezes, individualmente e como grupo,
qual teria sido o motivo para terem desertado tão depressa de Maharishi. Foram
cuidadosos e diplomáticos.
— Bem, afinal ele é humano. Por um momento achamos que não fosse —
disseram. — Mas vamos continuar a meditar.

Quando perguntaram ao próprio Maharishi sobre sua partida, ele respondeu:
— Eles eram muito instáveis. Não estavam dispostos a renunciar a seu reino
Beatle. Contudo, enquanto continuarem a meditar, serão meus — acrescentou com
um sorriso sinistro.

Nessa época, porém, o número de iniciados estava aumentando depressa, e,
apesar de ter perdido Jagger, Mia Farrow e uma série de nomes famosos um tanto
rapidamente, seu movimento estava ganhando impulso de modo extraordinário.
— Ponha-os na rede! Não podem escapar — disse a seus íntimos em diversas
ocasiões, enquanto os números aumentavam e o dinheiro jorrava. Lila Lakshmi, a
deusa da riqueza, estava trabalhando entusiasticamente a seu favor. No início da
década de 1980, ele tinha dinheiro e propriedades espalhadas pelo mundo, carros, um
helicóptero e uma universidade em seu nome, em Freshfield, Iowa. Sete mil pessoas
se reuniram a seu redor em 1984, e milhares freqüentaram seus cursos na Europa e
nos Estados Unidos. Observei tudo isso de lado, ouvindo as notícias dadas por alguns
amigos, mas sem mais participar das atividades.

Soube que as regras estavam ficando mais rígidas. Em 1986, uma amiga
reclamou que seu marido foi mantido virtualmente incomunicável num curso em
Yorkshire, e suas tentativas para entrar em contato telefônico com ele devido a uma
emergência familiar foram infrutíferas.
— Os alunos não podem ser interrompidos durante os cursos por motivo
algum, a menos que seja uma questão de vida ou morte. — disse-lhe uma secretária.
— É muito urgente.
— Nada é tão urgente quanto o trabalho que estamos fazendo aqui.
— Então vou lhe mandar uma carta registrada.
— Como quiser.
A carta só lhe foi entregue quando estava saindo, três ou quatro dias depois.
Ela tinha o carimbo da recepção com a data do dia seguinte ao que foi enviada, mas
foi retida.

Em 1987, os tribunais norte-americanos se defrontaram com um caso
levantado por três antigos devotos e professores de MT na Universidade Maharishi de
Iowa. Eles requeriam uma indenização de 64 milhões de libras a título de danos,
dizendo que tinham pago milhares de dólares a Maharishi e aos cofres da
Universidade por aulas que os transformariam em 'mestres da criação'. Eles foram
levados, passo a passo, a pagar mais por outras técnicas destinadas a 'ganhar poder
sobre as leis da natureza', e ofereceram seus serviços de ensino de graça. Após anos
de estudo eles acabaram, não no Nirvana, mas "tomados por ansiedade, raiva, culpa e
perda de memória". Eles ''perderam um período crucial da vida quando deveriam estar
estudando numa faculdade, seguindo uma carreira e estabelecendo relacionamentos
familiares e sociais". Tudo o que conseguiram com o exercício de levitação (que
faziam sentados com as pernas cruzadas) foi "um rude retomo à terra e uma artrite
crônica''! Temendo represálias, os querelantes preencheram os papéis do tribunal
usando os nomes falsos de John Doe, James Doe e Mary Doe.

Poucos na Inglaterra reclamaram tão ferozmente. Estóicos, levavam seus
colchões até o centro de estudos, agora no Mentmore Towers, para amenizar qualquer
possível ''rude retorno'' caso realmente conseguissem decolar. Se insatisfeitos, tal
como eu, simplesmente pararam com os pagamentos e iam embora.

Pensei muito em Philip Devendra, que deveria ser o sucessor de Maharishi
quando ele eventualmente se aposentasse do mundo, e que me parecia ser um dos
poucos que cresceram em estatura espiritual ao longo dos anos. Trocávamos
correspondência, e ele incluía algumas flores secas de um jardim ou colina da Índia,
que eu mantinha numa pequena caixa de madeira perfumada. Após alguns anos,
porém, não tive mais notícias dele.
Até que um dia, 20 anos depois, Philip apareceu inesperadamente em Londres.
Ele estava completamente exausto. Também estava sem um tostão, e tão perturbado
que nem mesmo sabia onde pedir ajuda. Ele foi até o apartamento de Nina na rua
Welbeck e ela o acolheu. Ele não queria ver ninguém, e praticamente ninguém soube
de sua chegada. Tinha quase 60 anos, não tinha renda, não tinha meios de retomar
sua carreira como advogado e teve de pedir dinheiro emprestado para se sustentar
enquanto procurava trabalho.

Ele explicou que ficou cada vez mais perturbado com os efeitos da meditação.
Maharishi o mantinha em longos períodos de jejum e meditação em cavernas escuras,
atividade que durou muitos anos.

— No final, sozinho nas cavernas, pensei que estava ficando louco — disse. —
Maharishi não me deu assistência, não me deu orientação. Ele apenas riu e me disse
para prosseguir.

Teve experiências terríveis enquanto tentava obedecer à vontade de seu antes
amado e agora indomável Mestre, tal como sempre fizera sem reclamar.
Finalmente, desesperado, saiu e foi procurar Shankaracharya, que tinha
acompanhado as atividades de seu antigo irmão espiritual com interesse durante
algum tempo. Aparentemente, o Shankaracharya o teria aconselhado a partir — "fugir
discretamente" sem deixar que Maharishi soubesse disso até que fosse tarde demais
para deter sua saída do ashram.

De bom grado, Nina deu-lhe apoio durante a traumática readaptação à vida
ocidental. Mais tarde, incapaz de encontrar coisa melhor, arrumou emprego como
garçom num restaurante japonês em Londres. Vivendo de modo frugal e
economizando a maior parte de seu salário, acumulou o suficiente para pagar suas
dívidas e para comprar uma passagem para as Filipinas, onde tinha uma irmã. Ele
disse a Nina que iria escrever, mas nunca o fez. Deu a impressão de ser um homem
completamente acabado.

Mais ou menos nessa mesma época, surgiu algo no noticiário que me espantou
muito. De uma hora para outra, Lennon denunciou Maharishi numa entrevista coletiva
nos EUA, em parte pelo fato de manter, ao que parece, uma considerável atividade
sexual.
— Houve um grande diz-que-diz a respeito de ele ter tentado estuprar Mia
Farrow e outras mulheres, e coisas assim — ele disse. — Ficamos discutindo a noite
toda, foi verdade ou não? Fomos ver Maharishi, todo o bando, no dia seguinte. Eu fui o porta-voz. Eu disse: "Estamos indo embora". Ele me deu uma olhada como quem diz:
"Vou matá-lo, seu canalha". Por causa desse olhar, percebi que tinha plantado verde e
colhido maduro".

Apesar de haver uma tradição em torno do erotismo religioso na Índia,
Maharishi veio de uma linha de irmãos espirituais celibatários, que negam o corpo e
têm poucas necessidades físicas. Quando o conhecemos, ele comia pouco, dormia
pouco, usava poucas roupas para se proteger do frio, tinha poucos bens. Ele parecia
todo Espírito, todo Luz. Não creio que qualquer um de nós que esteve com ele e
cuidou dele nessa época jamais o associasse à sexualidade. Ele não nos tocava, nós
não o tocávamos. Ele era tão assexuado quanto um bebê.

Contudo, quando a história surgiu, alguns começaram a relembrar essa época,
analisando pela primeira vez o significado de um período em que ele começou a
trancar sua porta à tarde, enclausurado com alguma jovem. Apesar da influência
hipnótica ter aparentemente nos deixado inconscientes daquilo que acontecia na
época — pensávamos que ele tivesse ministrando aulas especiais a devotos
escolhidos —, agora percebíamos algo diferente. Havia um certo tipo de garota, com
olhos grandes e pele clara, por quem o indiano de pele escura se sentia
freqüentemente atraído. Víamos agora algo que ele tentou ocultar. Ele foi se afastando
da Tradição Sagrada de seus Mestres à medida que as necessidades mundanas
foram tomando conta dele.
John Lennon foi o único dos Beatles que falou aberta e francamente sobre
essas coisas, apesar de não fazê-lo antes de se passarem alguns anos, após terem se
afastado dele. Os outros sempre usaram tato e discrição ao responder a perguntas
sobre o Guru Risonho. Eles ainda estão vivos. Mas Lennon, defrontando-se com um
assassino louco e misterioso que aparentemente acreditava ser o próprio e verdadeiro
John Lennon, morreu, tal como Brian Epstein, de forma prematura e inexplicável. É
possível que sua vida tenha chegado a seu término natural. Entretanto, lembrando-se
do puro ódio e raiva que saíam dos olhos de Maharishi, até hoje tenho arrepios
quando penso nisso.
''Há homens a quem ofendemos por nossa conta e risco", como disse Eliphas
Levi. Faço o sinal da cruz, lembrando-me do poder da flecha e do arco.

Do livro: Não Chame Ninguém de Mestre por Joyce Collin Smith – Editora Siciliano- 1993