domingo, 18 de maio de 2014

SOBRE O ARTIGO : "ALCANCEI A ILUMINAÇÃO!!!":




                   A TODOS OS VISITANTES DO BLOG: NOSSO AGRADECIMENTO

Amigos, companheiros de jornada, colegas virtuais, leitores e visitantes em geral - é com grande alegria que venho comunicar-lhes que meu artigo intitulado “ Alcancei a Iluminação” - em que analiso o fenômeno da iluminação sob o ponto de vista dos autoproclamados iluminados - foi escolhido como matéria de capa  da tradicional revista “ O PENSAMENTO” veículo oficial do “Círculo da Comunhão do Pensamento” Ano 106- Nº 2 Mar/Abr 2014. Estou feliz pois conheço esta revista desde criança e ela me traz saborosas lembranças. 

Quantas vezes não busquei inspiração espiritual em seus artigos de luz e sabedoria ? Minha felicidade é a mesma do instrumento afinado que se realiza em servir bem aos propósitos para o qual fora designado. Este é meu propósito: servir. Esta é minha música: escrever. Grato aos editores da Revista e que Deus continue iluminando-os e amparando-os nesse trabalho secular de luz e esclarecimento espiritual. (Alsibar). 

Leia o artigo na íntegra aqui mesmo no blog:

Quem quiser adquirir a revista entre em contato com o site oficial do círculo : http://www.cecpensamento.com.br/

sábado, 10 de maio de 2014

A PALAVRA NÃO FAZ O MESTRE- The word doesn't make the master



Qual a diferença entre um  "guru" explorador de satsangs e um mestre verdadeiro? Está nas palavras que diz ou naquilo que faz? Uma boa oratória é sinal de elevação espiritual e moral? Será que palavras bonitas, doces e "sábias" indicam grande espiritualidade ?   Leia o artigo abaixo e aprofunde-se mais nesta importante questão.

   Jesus, certa vez, referiu-se aos escribas e fariseus dizendo: 

“ na cadeira de Moisés estão sentados os escribas e fariseus. Fazei tudo e guardai o que eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem. (…) Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e serem chamados de mestres pelos homens” (MT 23:2-7).
  
Alguns espiritualistas não gostam de Jesus- não sei porquê. Talvez por o acharem “demodê”. Talvez por não proferir apenas palavras doces- como fazem alguns gurus contemporâneos – mas por dizer a verdade. E a verdade nem sempre é agradável.Vale lembrar que Jesus foi respeitado por grandes sábios, mestres e instrutores de vários tempos, culturas e sociedades- incluindo Gurdjieff , Gandhi, Yogananda, Babaji, Ramakrishna e o próprio Krishnamurti. Jesus não dizia nada para agradar ninguém. Ele desmascarou a mentira,  a falsidade e a hipocrisia dos "mestres" do seu tempo.

É importante ressaltar que quando  Jesus fala de hipocrisia, ele não se refere apenas a um contexto histórico específico . Ele alerta sobre um traço característico do ser humano que extrapola espaço e tempo. Tudo o que ele disse continua vivo, atual e verdadeiro . O ser humano de ontem é o mesmo de hoje -os padrões se repetem. Mudam-se os costumes, o tempo, a cultura e o país- mas o homem não muda. Continua o mesmo ao longo dos milênios.

Ora, quem são os escribas e fariseus da época moderna? São todos os líderes religiosos que roubam, enganam e exploram a fé do povo- de qualquer que seja a religião, organização ou movimento . São aqueles que se passam por mestres espirituais, mas exploram, enganam e iludem. Amam o dinheiro , o poder e a fama – mais do que qualquer coisa. E, para alcançar isso, manipulam as mentes fragilizadas, utilizando principalmente de um discurso bonito, sedutor e comovente. Uma retrospectiva básica mostra que todos os  verdadeiros mestres não ficaram apenas nas palavras. Antes de tudo tiveram uma vida condizente com o que pregavam. 

Buda- abandonou o palácio e a vida de luxo- e embrenhou-se na floresta em busca da libertação. Ao encontrá-la, viveu uma vida equilíbrada e sóbria- sem nenhum tipo de pompa, luxo ou regalia. Jesus- o Mestre dos mestres- foi um simples carpinteiro. Não tinha “onde reclinar a cabeça”. Em seu tempo havia muitos pregadores, salvadores e “profetas”- quase todos fajutos. Qual foi o diferencial de Jesus? Com certeza não foi apenas suas palavras- apesar de sábias, profundas e originais- mas sua vida de amor e dedicação ao próximo e- principalmente- pelo seu sacrifício final. Coisa que nenhum falso profeta teria coragem de fazer.  Ou seja, Jesus não ficou apenas na palavra. Foi além dela.

Ramana Maharish abandonou cedo a casa dos pais para viver nos sótãos de um templo- isolado, sozinho, sem dinheiro ou posses de espécie alguma. Lá não fez outra coisa a não ser meditar ou “investigar” (vichara)- como ele dizia. Esta foi a  primeira e última viagem que fizera . Depois nunca mais viajou. Pra que viajar? Com que intenção?  Pra  conseguir dinheiro e fama? Não. Isso não o interessava. Ele nada queria e nada possuía. A única coisa que tinha era uma tanga pra cobrir as partes íntimas.  Não se sentia autoridade nenhuma e nunca aceitou qualquer tratamento especial ou diferenciado. Era a imagem clássica do sanyasin- renunciante .Não teve   família, nem trabalho, nem lar, nem posses. O contrário do estilo de vida de alguns de seus supostos discípulos  que hoje posam de “mestres”. 

Krishnamurti  nascera pobre, mas quis o destino que ele tivesse uma vida diferenciada . Muito novo ainda, foi feito líder de uma organização rica e poderosa . Mas, apesar de todo poder e bajulação, abdicou de tudo isso, ao negar seu próprio messianismo e dissolver a famosa organização que o idolatrava. Depois, passou a viver da venda dos seus livros, escolas e doações. Esses recursos eram administrados pelas fundações que era formado por um conselho de administradores. Durante um bom tempo, K. não quis se envolver em assuntos administrativos. Depois de um problema com seu ex-secretário e insistência de alguns amigos, K. aceitou fazer parte do conselho administrativo das Fundações. K. costumava dizer que não possuía dinheiro e que nada precisava além de um lugar pra dormir, roupas e alimento. As Fundações pagavam suas despesas pessoais. Tornou-se exemplo de parcimônia, humildade e trabalho. Lavava seu prato, lavava seu carro, aguava as plantas- sem regalias ou ares de mestre. Não havia o menor traço de afetação, ou superioridade. Tinha uma vida confortável- mas modesta- sem pompa ou ostentação.

Um mestre não vive apenas de discursos- mas de atitudes e ações concretas. Falar bonito é resultado do desenvolvimento de uma técnica: a da oratória. E isso qualquer um pode fazer, basta que se dedique . Todos os oradores profissionais conhecem os truques que tornam alguém “expert” na arte de falar.  Essas técnicas incluem leituras, assistir bons oradores, carisma, sagacidade, humor e inteligência emocional. Em última instância, um bom orador, não passa de um hipnotizador. Ele pode ser o mestre da oratória- mas isso não o torna um mestre espiritual. 

Para ser um bom orador -ou escritor – não é necessário aperfeiçoamento espiritual, mas apenas de esforço e dedicação para desenvolver a arte de falar bem. O espírito se aperfeiçoa através da vivência e da experiência- das dificuldades, obstáculos e aprendizados diários. Os bons oradores tem poder de hipnotizar as massas e, muitas vezes, usam este poder com fins políticos, militares ou religiosos. Nada disso o torna um ser espiritualizado- pelo contrário- muitas vezes serve apenas “pedra de tropeço”. A força da palavra levou pessoas como Hitler, Jim Jones, David Kolesh e outros malucos ao poder - e à tragédia. Isso prova que muitos psicopatas são ótimos oradores. Alguns se tornam gurus. 

As técnicas corretas de uso da palavra são estudados exaustivamente em várias áreas, notadamente a hipnose, a teologia e o  marketing. A palavra é o instrumento do presdigitador, do malandro, do marqueteiro, do político, do hipnotizador e dos auto-proclamados gurus. Todos eles aprendem a usar a palavra com finalidades específicas. O problema é que muitos a usam para manipular pessoas com fins puramente egoístas . Uma das  técnicas mais poderosas consiste em produzir emoções agradáveis nos ouvintes. Isso é simples de entender: o cérebro funciona dentro do padrão: prazer e  dor.  Assim, palavras positivas e confortadoras- criam emoções positivas e confortadoras. E isso  é confundido com paz, bem-aventurança, graça etc. Mas  está longe de ser.

A vida, as palavras, os pensamentos, as ações , emoções e sentimentos de um mestre autêntico estão em completa sincronia. Tudo nele manifesta uma percepção diferenciada. Isso não quer dizer que ele tenha que ser “financeiramente pobre”- ou coisa parecida- mas suas atitudes caminham juntas com aquilo diz e  ensina . Lamentavelmente, alguns líderes são tão sagazes que pregam exatamente o que não fazem e ainda tem a cara de pau negar veementemente. Por exemplo: Nenhum líder afirma que é mestre- mas tem um séquito de seguidores fiéis e fanáticos. Dizem que não se importam com nada- com luxo ou dinheiro por exemplo- mas não abrem mão de cobrar caros ingressos para os “satsangas” . Dizem que não exercem autoridade- mas ai daquele que discordar do mestre – é “delicadamente” reprovado pelo líder- ou outro babão qualquer.  Dizem que não “prendem psicologicamente” ninguém, mas se alguém quiser sair do grupo- perde a amizade e a consideração de todos- inclusive do líder. Ou seja, há toda uma estratégia para  fortalecer e manter a lavagem cerebral . 

Por fim, é importante relembrar as eternas palavras do mestre Jesus : “pelos frutos conhecereis a árvore”. Mas, nesses de marqueteiros e bajuladores- está cada vez mais difícil conferir se a árvore é boa ou má, pois a organização faz de tudo para esconder ou negar os “frutos podres” . A imagem do líder é cuidadosamente preservada de forma a nunca serem revelados seus defeitos, fragilidades  e desmandos . Muitos crimes e escândalos de alguns líderes espirituais são  negados até hoje pela organização exploradora- mesmo com todas evidências , provas testemunhais, documentais e até registros em vídeos e fotos. 

 
Tudo isso nos leva a refletir sobre o poder sedutor da palavra, do discurso .Se a palavra é a principal arma do hipócrita – é importante não se deixar levar por discursos supostamente “profundos”- mas que no fundo não dizem nada.  É fácil usar palavras bonitas, frases de efeito e expressões rebuscadas- basta um pouco de treino , habilidade e cinismo. O mais seguro- neste caso- é manter um certo distanciamento. Na dúvida- é melhor não seguir ninguém. Faça como Jesus disse: “escutai-os, mas não os sigais, não os imiteis, nem os chameis de mestre”. Lembre-se: o verdadeiro mestre não precisa de auto-promoção, nem de marqueteiros, nem de explorar ninguém. Basta-lhe uma vida digna, correta, honesta e harmoniosa.  E ele demonstra isso não pelo que  “diz ”, mas pelo que  faz e vive.  
Definitivamente, a palavra não faz o mestre.
Pense nisso!
Alsibar
http://alsibar.blogspot.com