domingo, 25 de setembro de 2011

MISTÉRIOS PARADOXAIS



Só somos,
Quando não somos.
Só achamos quando não buscamos,
E só quando  não estamos,
É que achamos.
Quando
Encontramos  a Verdade
 Nada muda,
E tudo muda.

Só meditamos,
Quando não  há meditador.
Se há meditador,
Não há meditação.


A verdade
não é a Verdade.
Se ainda há verdade,
É porque ainda não a encontramos.
Quando a Verdade se revela,
Ela não é.
E por isso “ É”

Só na consciência,
Se revela a Verdade
Mas se estou consciente dela,
Ela deixa de sê-la.

O Autoconhecimento,
Não é se autoconhecer.
É conhecer, apenas.
Não há um alguém,
Conhecendo alguém.

O Não-caminho,
É o verdadeiro Caminho.
O Não-Movimento
É o verdadeiro movimento.
A não-busca,
É a verdadeira busca.
A não-ação,
É a verdadeira ação.

Não há o tornar-se,
Há apenas o SER.
E o verdadeiro SER,
É o Não-ser.

Da quietude,
Surge  o movimento.
O movimento,
Vem da quietude.
O homem sábio,
Não sabe que o é.

O “ EU SOU”,
Se manifesta,
Quando “NÃO-SOU”.

A verdadeira Luz,
Não é luz,
Ela só existe,
Quando não há
Nem luz,
Nem escuridão.

A verdadeira Paz,
Não é paz
Nem conflito.
Só quando,
Paz e conflito,
Inexiste,
Existe a verdadeira
Paz.

O nada,
Não é o Nada.
Nem o vazio,
        É o Vazio.
A mente,
Não está parada,
Nem em movimento.
Só quando não há,
Nem movimento,
Nem quietude,
É que há,
A Verdadeira
Quietude.

Não há silêncio,
Nem barulho.
Só quando não há,
Nem barulho,
Nem silêncio,
É que existe o verdadeiro
Silêncio.

Libertação,
Não é o contrário da prisão.
Só quando não há,
Nem prisão, nem libertação
É que  existe a verdadeira
Libertação.

Não há iluminação,
Nem  Ilusão.
Só quando estes dois inexistem,
É que vem a verdadeira,
Iluminação.

Não há ascenção,
Nem queda.
Não há controle,
Nem descontrole.
Não há carne,
Nem espírito.
Não há tristeza,
Nem alegria.
Não há separação,
Nem união.
Não há um,
Nem múltiplos,
Não há fragmentação,
Nem totalidade.

Quando a mente,
Liberta-se de toda dualidade,
E da não-dualidade,
Ela alcança a verdadeira,
Unidade
Quem a isso compreende
Alcança
O  
 INONIMÁVEL
UNO.

ALSIBAR ( sob inspiração do TAO)


msn: alsibar1@hotmail.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

AQUELE QUE SE AUTOCONHECE - The one who knows himself


O que é o autoconhecimento ? Como supostamente vive e age uma pessoa que se autoconhece? Que relação tem o autoconhecimento com as necessidades psicológicas e biológicas do sujeito? Vamos investigar juntos?
O autoconhecimento, não é um processo com começo, meio e fim. Não é uma espécie de curso ou habilidade que se aprende, alcança-se um resultado e depois se esquece. “Aquele que se autoconhece” é apenas uma expressão para referir-se ao indivíduo que alcançou o pleno conhecimento dos limites, funções, artimanhas e ilusões do ego. E soube ir além disso tudo. A verdade é que  o autoconhecimento nunca chega a um fim. É um processo dinâmico, ilimitado, infinito. Vivemos em constante mutação. Nossos pensamentos, atitudes, emoções e reações estão em constante e perene movimento. As situações, as percepções e o que passa em nossa consciência- é um universo infinito- sempre se autorrenovando, sempre se recriando. E é nesse mundo de relações variadas e infinitas que o autoconhecimento se realiza. 
Alguém que “alcançou” este estado, é alguém que  tem plena consciência de si. Suas atitudes estão em plena harmonia com o que prega e ensina. Sem as famosas contradições e incoerências  que caracterizam boa parte dos homens. Sendo assim, não é um hipócrita. Não pode ser.  Há nele uma harmonia. Uma perfeita conexão entre mente, corpo e espírito. Mas, essa integração, não é alcançada através do pensamento. O pensamento não integra. Ele desagrega, desuni, fragmenta. Por isso que este homem tornou-se um verdadeiro “indivíduo” no sentido pleno da palavra: aquele que é indiviso, uno em si mesmo. Aquele que se autoconhece é alguém humilde  não de uma forma consciente e proposital. Ele não quer “tornar-se” humilde para ganhar a aprovação das pessoas ou as beneces dos céus. Sua humildade é um fenômeno natural. É o resultado, uma consequência de sua  libertação do sentido do “falso eu”, ou ego. Há dentro dele uma dimensão desconhecida e inexplorada. E é a partir dessa dimensão que ele percebe o mundo ao seu redor.
O homem que se autoconhece vive em duas dimensões diferentes: a interior e a exterior. Exteriormente, ele vive uma vida comum. Trabalha, estuda, ama, come, bebe, dorme, lê, se diverte- faz tudo o que uma  pessoa normal faz. Mas, como seu mundo interno é de silêncio, paz e harmonia, isso acaba se exteriorizando na maneira dele tratar as pessoas , a vida e as coisas em geral. Mas não dá para descrevê-lo ou prever suas atitudes, pois  elas não estão radicadas no conhecido ou previsível. Elas são como o rio, como o vento, como a natureza – às vezes selvagem, às vezes ordenada. Às vezes um cosmos, à vezes um caos. Às vezes criação e às vezes destruição. Nosso pensamento – lógico e racional- não consegue compreendê-lo, nem acompanhá-lo.
 Todavia, uma coisa é certa: o homem que se autoconhece é alguém liberto do conflito,  da dor, da angústia, da dúvida, da arrogância, do orgulho  e do egoísmo. Os desejos biológicos e as necessidades humanas ainda o acompanham- mas ele os vê como fenômenos passageiros, assim como o são seus pensamentos, suas emoções e todas as coisas no Universo. Livre da ignorância e cegueira , ele não quer ser melhor ou superior a ninguém, pois  não há mais o desejo de ser “mais” ou melhor . Ele se sente feliz e satisfeito dentro de si, independente de qualquer situação ou de qualquer coisa.
 Este homem é um verdadeiro espiritualista. Ele nunca se arvorará como dono da VERDADE , nem dono de nada, pois está livre dos pensamentos de “EU” e “MEU”. Por isso, aceitará as opiniões contrárias uma vez que  está livre da ilusão de que existe uma verdade absoluta. Ele não precisa “provar nada pra ninguém”. Nem é candidato a nada, nem quer juntar nada no céu. Assim,  não quer ser santo- no sentido em que a sociedade entende. Sabe ele, que enquanto houver ego, não poderá haver paz, nem paraiso- seja neste ou em qualquer outro mundo. Por isso, seu céu e seus tesouros - é a paz abundante e ilimitada- que nenhum dinheiro poderá comprar ou pagar.
O homem que se autoconhece superou suas necessidades psicológicas, não as biológicas.  Por isso não será contra o prazer- pois é parte da vida e das necessidades do corpo. Sabe ele, que este tem suas próprias necessidades e seu próprio ritmo de desenvolvimento. Libertar-se do domínio do pensamento e do ego, não significa negar o corpo. Este  deve  ser considerado como um instrumento ,  um carro ou um animal do qual nos beneficiamos e que- por isso- devemos cuidar e zelar para que não quebre, não se acabe, não adoeça, nem morra.
Aquele que se autoconhece continuará agindo, fazendo sua parte, cumprindo sua missão. Mas sua mente estará totalmente liberta do EGO ou do “FALSO EU” como diz o GITA. Viverá na Consciência, na percepção clara do  aquiagora que é Atemporal , Eterno e Desconhecido. É livre, não porque pensa que é- mas porque superou os limites do pensamento através do verdadeiro autoconhecimento!
ALSIBAR (inspirado)
msn:alsibar1@hotmail.com



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

É POSSÍVEL LIBERTAR-SE DO SOFRIMENTO? Is it possible to be free of the suffering?

O homem sempre buscou a libertação do sofrimento

O sofrimento é algo muito complexo. O que os mestres têm a dizer sobre isso?  Existe um estado livre do sofrimento físico ? E do psicológico? Neste texto, faremos algumas reflexões sobre o sofrimento e sua libertação.

    Há pessoas que se “acostumam” com o sofrimento por vários motivos. Por medo, comodismo ou por que aprenderam a ver o sofrimento como uma coisa natural. Há muitas pessoas nesta situação. É a esposa que sofre com a violência do marido. É o casal acostumado às brigas e à infelicidade; os solitários, as viúvas e aqueles que sofrem grandes perdas. Mas, acostumar-se com o sofrimento não é a mesma coisa que libertar-se dele. O que realmente nos interessa é a libertação do sofrimento psicológico. Não é disso que os mestres iluminados falaram ao longo dos séculos?
É possível libertar-se do sofrimento?
   É possível alcançarmos a Libertação ou Moksha?  Buda chamou esse estado de Nirvana. Ele compreendeu a cadeia do sofrimento e ensinou à humanidade o caminho de sua  extinção. Outros mestres, como Cristo e Krishnamurti, também ensinaram este caminho- cada um a seu modo.  Para Buda, todo homem deve buscar as causas do sofrimento em sua origem. Extirpando-se as causas, eliminam-se os efeitos.O homem assim liberto não retornaria mais a esse mundo. Livra-se do Samsara- a roda de nascimentos e mortes. 
Jesus: a Verdade liberta do inferno interior
         Para Jesus, a Verdade liberta o  homem da angustia e do tormento do inferno- um estado de espírito sintetizado pela expressão "choro e ranger de dentes". Krishnamurti, advoga uma libertação realizável no aqui agora. Ora, a liberdade só pode acontecer no agora. Mesmo que exista um paraíso ou um céu não há salvação para o homem que não extirpou de si a causa da dor, a saber: o EGO. Assim, onde ele estiver seja na Terra, nos céus, no paraíso ou em qualquer outro suposto plano invisível-lá estará o seu inferno particular . Por isso que o céu e o inferno são considerados estados da alma. Pois "onde estiver seu coração- aí estará o seu tesouro”.
A libertação é possível no aqui agora
     Infere-se, então que a libertação deve ser “buscada” no agora e dentro do homem. E será possível ao homem alcançar a libertação ao longo da vida? Sim, é possível. Do contrário, qual seria o sentido de tudo isso?  Essa libertação deve estar acessível a todos os homens- se eles não encontram é por que não a buscam. Mas o que é esta libertação? Como vive alguém que alcançou ou descobriu este estado? 
No passado o anacoreta simbolizava a  espiritualidade

        Essa é uma questão complexa que confundiu muita gente ao longo dos séculos. Antes, muita gente tinha mente que uma pessoa liberta viveria como um anacoreta, um sanyasin (renunciante). Assim, muitas pessoas se afastavam da vida mundana, abandonavam casa, família e emprego e iam para as cavernas ou para algum mosteiro dedicar-se à vida espiritual. Acreditavam, assim, estar trilhando o caminho da Libertação ( Moksha). Mas essa concepção mudou radicalmente. Depois do advento de mestres como Lahiri Mahasaya, Sri Yuktéswar e Krishnamurti- hoje compreendemos melhor este estado que tem mais a ver com   renúncias internas do que externas.

Lahiri Mahasaya- o iogue pai de família
  Conta-se que certa vez Yogananda foi dominado por um intenso desejo de ir para os Himalayas para dedicar-se completamente à meditação e alcançar a Graça Divina. Sri. Yuktéswar, seu mestre alertou-lhe “Deus não está nos Himalayas”. Lahiri Mahasaya foi um outro exemplo atípico. Apesar de ser um grande iogue, de profunda sabedoria e elevação espiritual não se isolou do mundo, nem abandonou seu lar. Continuou tendo uma vida familiar relativamente normal, trabalhando e cuidando da esposa e dos filhos.

          Krishnamurti também ensinou-nos  que um iluminado não está obrigado a viver isolado do mundo. Ao questionar os motivos ocultos que fazem uma pessoa fugir da sociedade sob o pretexto de uma suposta renúncia, fez-nos refletir que nem sempre a atitude exterior corresponde à interior- sendo, esta última, mais importante. Se alguém renuncia com o intuito de alcançar algo, isto é renúncia? Ou seria apenas uma troca? Ou seja, se alguém   abandona o mundo “ material” mas deseja alcançar as riquezas do mundo espiritual- isso é renúncia? Ou a verdadeira renúncia é ação que nada pede, nada almeja, sendo assim, completa em si mesma?
Krishnamurti: a verdadeira  renúncia é interior.
     Destarte, a vida espiritual foi mal compreendida durante muito tempo. Hoje sabemos que que só há um tipo de renúncia : a interna. É quando o sujeito se desapega das sua posses internas, dos desejos, do pensamento, da ambição, da arrogância, do orgulho, do EGO enfim. Ser interiormente livre é a verdadeira libertação. Ninguém precisa deixar família, rotina, trabalho, amigos Se  ocorrer alguma mudança exterior, isso terá sido de forma natural e espontânea. Resultado de uma compreensão mais profunda da vida e de si mesmo. 
  Compreender o sofrimento,  penetrá-lo, ver a verdade sobre ele- é certamente o começo de sua libertação. O sofrimento físico decorrente de doenças, velhice, fome, violência, privações etc sempre existirão. Como disse Buda  : viver é estar sujeito ao sofrimento ; a velhice, a doença, a morte e a dor sempre acompanharão a todos. Mas existe a libertação do sofrimento psicológico?

 Este é outro ponto que pouca gente compreendia e que Krishnamurti esclareceu de forma magistral. Muita gente pensava que Buda falava de um estado de total dormência ou vazio em que não era possível sentir dor alguma- nem mesmo a física. Hoje graças à visão lúcida de um Buda moderno como K. compreendemos que a libertação só se pode dar no nível psicológico e não físico. O próprio K., inclusive, sofreu muitas dores em seus últimos dias de vida levando-o a tomar altas doses de morfina. O corpo continua sensível não só as dores, mas ao prazer físico. O ideal de insensibilidade buscado erroneamente por muita gente, mudou para uma busca pela hiper sensibilidade. Como dizia K. "precisamos de uma mente sensível aos sons, ao ambiente, à natureza".
Nosso sofrimento é de natureza perceptiva
      A libertação, portanto,  pode ser encontrada, ainda nesta vida .Alguém disse certa vez, que todos os nossos problemas são de natureza perceptiva. Sendo assim, a forma como você percebe as coisas, a si mesmo e ao mundo determina a intensidade do seu sofrimento. Essa mudança de PERCEPÇÃO  não carece de esforço, tempo, disciplina, método ou mestres.  Pode e deve ser feito no aqui agora . Ela  não é um resultado de um longo processo, nem está no fim de uma longa jornada. Está além do tempo e do espaço. Krishnamurti novamente   dá uma reviravolta nas crenças estabelecidas e subverte a lógica cartesiana do pensamento religioso dominante e explica que "A liberdade está no começo- não está no fim.”
Se você realmente compreendeu isso, então já encontrou a Libertação.
       Namastê!
Alsibar (inspirado)
http://alsibar.blogspot.com

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A NOVA ESPIRITUALIDADE: UM HINO DE LOUVOR À VIDA




 Extraído do Manifesto Neoespiritualista *
A VIDA EM ABUNDÂNCIA
A nova espiritualidade não separa, não fragmenta, não oprime. Ela LIBERTA totalmente o homem de todas ilusões e equívocos. Ela é um hino de louvor à vida- à verdadeira vida que os grandes mestres do passado nos ensinaram. A vida em abundância não é apenas uma vida de luxo, de fama, de saúde, de felicidade no trabalho e no casamento- como pregam os livros de autoajuda. A vida em abundância é aquela em que o homem despojou-se completamente das garras mortíferas do seu ego ilusório. Esta entidade está sugando sua energia vital – impedindo-o que ele veja a Verdade. O ego é a fonte de todo o mal. Ele se disfarça de bondade, respeitabilidade, sociabilidade. Ele impunha a bandeira da ética e da moralidade- mas seus atos são pura hipocrisia e falsidade. Qualquer um que não libertou-se do ego -do mais alto sacerdote ou estadista, até o mais vil dos homens- está sujeito aos altos e baixos , às ondas instáveis do desejo, às reviravoltas do imprevisível, às ilusões da vida, à dor e ao sofrimento .
A NOVA ESPIRITUALIDADE É LIBERTADORA
A nova espiritualidade é libertadora. Ela não tira o homem do seu lar e trabalho. Não o separa da família, nem dos seus sonhos, planos e projetos. Não o prende nas garras da repressão e do conflito. Não transforma o homem em uma espécie de "zumbi" bem informado, culto e religioso. A nova espiritualidade é feita de homens livres- mas nunca inconsequentes ou irresponsáveis. Livres porque se conhecem. Conhecem sua mente. Conhecem as armadilhas do pensamento condicionado, do desejo e da praga do MAIS. O “mais” é uma ilusão perigosa nesse particular. Ele é o próprio veneno silencioso que o ego  inoculou no coração dos homens. O “mais” é uma grande ilusão que poucos percebem e, por isso mesmo, são presas fáceis dessa verdadeira maldição. Toda vez que enveredamos pelo caminho do “mais”- mais dinheiro, mais prazer, mais conforto, mais sucesso, mais virtudes, mais espiritualidade, mais amor, mais isso e mais aquilo- deixamos de viver, de ver e compreender que a eternidade,  a felicidade e a libertação, não se encontram no “mais”. Este é desejo,  é avidez, é inveja, é ego. O “mais” nos afasta da atemporalidade própria daquilo que é eternamente presente- deste eterno momento que é completo e pleno em si mesmo. É a busca pelo “mais” que nos cega, que nos distrai, que nos leva para longe da VERDADE-  QUE É. Sei que muitos terão dificuldade em compreender e aceitar isso. Mas, se parassem um só instante. Se suas mentes lhes dessem trégua um minuto que fosse. Compreenderiam que quem cria o “mais” é a mente inquieta e sempre insatisfeita.
O EGO É A PETRIFICAÇÃO DO SER
A vida não pára um só instante. Tudo se move com uma rapidez que nossos pobres olhos e mentes não conseguem perceber. Tudo se renova constantemente- mesmo que muitas vezes esqueçamos estes fatos. Somente o ego está petrificado. Nada há de mais duro, rígido e concreto do que o ego. Mesmo as pedras se movem. O ego não cede, não abre mão, não flue, não sai da pose, não se abre, não se transforma, não evolui, não cresce, nem amadurece. Não há palavras para descrever a dureza, a estratificação do ego. Mesmo quando ele finge ceder- continua firme e forte no centro- como doença maligna  e incurável. Como um vírus letal que por mais que você tente destruí-lo- continua vivo devido suas características especiais que lhe dá uma poderosa capacidade de sobrevivência.O ego somos nós. O mundo é o ego e o ego é o mundo. Ele tem mil e um disfarces, faces e fases. Quando o homem procura regenerar-se por meios superficiais e externos- o ego continua seu império de dominação. Por isso, que mesmo entrando para as religiões, mesmo praticando técnicas, mesmo lendo livros de autoajuda, mesmo ouvindo os mestres - muita gente não muda, não se transforma. O ego apenas muda de roupa. Ao viver uma vida socialmente aceitável através de um bom trabalho, posição social e hábitos saudáveis- o ego se protege, pensando que está tudo bem.  Ilude-se quem assim pensa.
O EGO BUSCA SEGURANÇA, PRAZER E CONTINUIDADE
O ego é a ilusão de segurança, de permanência, paz e conforto que todos nós procuramos ardentemente. Mas existem tais coisas? Ou tudo está em constante instabilidade, insegurança, fluidez e movimento? O ego está sempre mudando na SUPERFÍCIE. Apenas muda um detalhe ou outro no estilo de vida, por exemplo,  quando abandonamos alguns hábitos prejudiciais . Vícios grosseiros, desprezíveis e socialmente inaceitáveis. Todavia, o ego continua em outro nível. Mas, ao não perceber o perigo de outros vícios mais sutis- não vamos muito longe. Percebemos o perigo do vício da droga, das bebidas, do cigarro, do consumo desenfreado etc. Mas não percebemos o perigo do PENSAMENTO DESENFREADO, AUTOMÁTICO e REATIVO. Nem percebemos quão prejudicial é o DESEJO PSICOLÓGICO. Aceitamos essas duas serpentes como se fossem animais de estimação e com isso decretamos nossa própria ruína.
OS LIMITES DO PENSAMENTO E A LIBERDADE
A nova espiritualidade é feita de homens que pensam- mas que percebem os limites do pensamento. Sabem qual é o  lugar dele. Usam o pensamento quando necessário e útil. Não se identificam com ele, nem deixam que ele os dominem a mente e o coração. São livres, não porque venceram os “desejos da carne”, ou porque são bons ou virtuosos. São livres porque descobriram uma LIBERDADE que não é “deste mundo”- pois não foi forjada pelo pensamento. É a liberdade dos homens que venceram seu ego não pela força, esforço, disciplina ou conflito, mas pela compreensão e percepção da VERDADE. E a verdade não pertence a ninguém. Ninguém pode dá-la ou transmiti-la. Pois a verdade não é um objeto, nem muito menos um punhado de conhecimentos, nem mesmo uma experiência extra-sensorial. É a verdade do que somos. Da nossa vida cotidiana. Do nosso egoísmo. Dos nossos móveis e motivos secretos que impulsionam,  influenciam e moldam nossa vida. É a verdade sobre nossos medos, desejos e expectativas. É a verdade sobre a Ilusão  e o perigo de se viver sob o domínio do ego.

O LEMA DA NOVA ESPIRITUALIDADE: VEM E VÊ!
A nova espiritualidade não prega novos credos, nem novos “ismos”, nem novos mitos, nem novos deuses, nem mesmo novas teorias e explicações metafísicas acerca daquilo que é transcendental aos nossos sentidos. A nova espiritualidade fundamenta-se no encontro do homem consigo mesmo, com sua própria vida, com sua própria verdade. Acima e além de todos os conceitos, opiniões , dogmas, posições, pensamentos e crenças. A nova espiritualidade requer sim, uma nova postura.  Não mais do crer para ver. Nem do ver para crer. Mas do "VEM E VÊ"! Esse novo homem encontrará dentro de si uma dimensão inexplorada que sempre existiu mas que ele esqueceu ficando, assim, abandonada. Para entrar nessa dimensão, ele tem que se despojar de todos seus conceitos, preconceitos, e de tudo que representa o mundo. Do contrário a porta não se abrirá. Somente aqueles que tiverem coragem de se jogar no abismo do DESCONHECIDO é que poderão viver plenamente esse novo momento. Não se pede, com isso, que a pessoa abandone sua capacidade de raciocínio e pensamento. Mas que equilibre suas energias para que a ordem se estabeleça em seu interior naturalmente. Pois existe uma ordem universal superior tanto fora, quanto dentro de nós. Que está presente tanto no macrocosmo, quanto no microcosmo do homem, e também nos átomos e moléculas.  Desta forma, assim como ela ordena, coordena, organiza e mantém os ciclos da natureza, dos mares, dos planetas, galáxias,  do cosmos, dos átomos e do próprio corpo humano- assim também ele o fará na mente de todo aquele que  se libertou da ilusão de ser o controlador. O ego é caos, é desordem, é fragmentação e enquanto ele estiver na ilusão do comando,  a Ordem Interna do Desconhecido não se estabelecerá.
EXTIRPAR O MEDO PARA SER LIVRE
 A nova espiritualidade está fundamentada na busca  e encontro do homem com essa força, ordem, ou dimensão que existe  dentro dele mesmo. Haverá medo. É verdade. Pois estamos acostumados a controlar tudo - apesar desse controle ser apenas uma confortável ilusão. O medo é um dos maiores males que assolam a humanidade. A nova espiritualidade tem na extirpação do medo uma de suas prioridades. Sendo esta uma  missão difícil- quase impossível- pois temos medo de tudo. Medo de arriscar, medo de aprender, medo de perder nosso ego, medo de ser nada. Mas nós somos nada- por mais que não queiramos. A morte, a doença, a velhice, a miséria, a deterioração, as crises e as perdas estão aí para nos lembrar diariamente que não somos nada, que não podemos nada, que não controlamos nada.
A ORDEM CÓSMICA EXISTE INDEPENDENTE DO HOMEM
O universo com suas leis maravilhosamente perfeitas  e eternas- incompreensíveis para nossa mente humana- está aí para nos dar um recado: ele não precisa do ser humano para ser O QUE ELE É. Sendo assim, a razão nos diz que deve haver uma força que mantém , sustenta e cria tudo o que há nele. Seja o que isso for, seja que nome o dermos: energia, poder, nada, luz, espírito, Tao, Deus, Jeová, Alá, Brahman, Krishna. A lição é certa: assim como há um controle e uma ordem que cria, organiza, harmoniza, mantém, e destrói tudo no universo, deve haver também uma força que habita dentro do homem e que também traz ordem, harmonia e equilíbrio ao seu interior.
A QUIETUDE E O SILÊNCIO: ATRIBUTOS DESSA NOVA DIMENSÃO
Na nova humanidade os homens marcharão cada vez mais para o encontro com esta dimensão interna. Não através da mente, nem do pensamento, nem do desejo- pois estes caminhos já se mostraram falhos. Eles não podem levar-nos à morada desta Força Suprema, Eterna e Desconhecida. Apenas no silêncio natural de sua própria mente. Apenas através da meditação e do autoconhecimento direto, real, objetivo e verdadeiro. Somente  quando o homem encontrar sua quietude interna e ali permanecer. É que aquela Força Criadora começará a se mover e agir naturalmente e espontaneamente. Morrer para o ego, para o conhecido, para o passado é a mesma mensagem que o mestre nazareno nos ensinou há mais de dois mil anos atrás: O homem se entrega nas mãos do Pai, entrega-se à Jesus, à Krishna, a sua Luz Interior- que importa o nome e o símbolo? Morrer para renascer da água e do espírito- símbolo de renovação e purificação- para tornar-se um ser pleno, livre e verdadeiramente FELIZ. Eis que é chegada a hora em que os mortos se levantarão de sua tumbas. Mortos estávamos quando não conhecíamos a verdadeira vida. A vida do ego é morte, miséria e dor. As tumbas é onde depositamos tudo o que é morto. Lá no nosso inconsciente está toda podridão, todo o resíduo de nosso passado, todos os nossos restos mortais psicológicos. Eis que chega a hora de nos levantarmos, de acordarmos para a vida- a verdadeira Vida!
A PERCEPÇÃO DO “QUE É” NA ATEMPORALIDADE DO AQUIAGORA
Quem quiser vir, venha e veja! Não no futuro. Mas no aquiagora. Na percepção clara, direta e objetiva daquilo  “QUE É” está a libertação. Não precisa fazer nada, praticar nada,  entrar em nada, nem pagar nada.  Não podemos alterar ou mudar  “AQUILO QUE É”. Somente  “ELE” pode alterar-se a si próprio.  Perceber “ O QUE É” é libertar-se da ilusão do ego, “falso eu”, da ilusão, de maya. Mas, o que é este “O QUE É”? Os judeus o chamam de JEOVÁ : AQUELE QUE É, QUE FOI , SERÁ ! Os taoístas de TAO, os budistas de Buda, os hindus de Brahman. Mas ele também é conhecido como A FORÇA SUPREMA, O PODER SUPREMO, O ETERNO, O ATEMPORAL, O DESCONHECIDO!
Não protele. Esqueça o passado e o futuro. Fixe-se no eterno agora e liberte-se de todas as ilusões! Eis o manifesto da NOVA ESPIRITUALIDADE, do NOVO HOMEM e do NOVO AMANHÃ que se inicia  a partir do AGORA!
ALSIBAR (  inspirado)
*O Manifesto Neoespiritualista completo pode ser lido nas abas do Blog Alsibar

ERUDIÇÃO NÃO É SABEDORIA*




Como a humanidade poderá amadurecer? Como poderá evoluir se continuar cometendo os mesmos erros dos nossos antepassados – a saber- confundir erudição com sabedoria? A erudição tem  papel importante nessa nova fase da história. A ciência não evolui se não for através do conhecimento. Estamos na era da Informação e aquele que tiver mais informação, que for mais “antenado” e holístico, mais chances terá de ser bem colocado- profissional e socialmente falando. O que todos devem saber é que o “conhecimento”  não pode dar ao homem a sabedoria, paz de espírito, nem a felicidade que ele tanto procura.
 A felicidade não está nos livros, nem na Internet. O que tem lá são apenas conhecimentos, textos, registros sobre tudo e sobre todos. Mesmo que a pessoa leia sobre felicidade e sabedoria, ela não se torna nem mais feliz, nem mais sábio apenas por ler. Seria muito bom se fosse assim- mas não é. A leitura pode nos proporcionar entretenimento, estímulos,satisfação e uma espécie de prazer mental. Mas não estou me referindo a isto. Estou falando da felicidade que caracteriza o homem livre  do conflito e do sofrimento psicológico. 


Os livros são necessários. Através deles, o homem se informa, se entretém, viaja no tempo e no espaço, se distrai, relaxa, reflete, conhece, descobre . Mas quando o assunto é autoconhecimento e espiritualidade - temos que "tirar nossos sapatos". Nos despojarmos de nossas vestes . Morrermos para o conhecido. Para percebermos a Verdade diretamente, a mente tem que estar livre para ver. E isso não acontece se ela está sobrecarregada de informações, dados e conhecimentos gerais. 
A sabedoria só nasce quando o homem, despojado de seu passado, do saber e do conhecimento- olha para si, para a vida e para “o que é” de forma fresca, renovada, direta . Livre dos velhos filtros, das imagens idealizadas, do peso dos pensamentos e da distorção das palavras.
Alsibar (inspirado)
http://alsibar.blogspot.com
* Extraído do Manifesto Neoespiritualista

domingo, 18 de setembro de 2011

MANIFESTO NEOESPIRITUALISTA *



Como será  espiritualidade do novo milênio? Como o homem pós-moderno irá lidar com as velhas questões que envolvem sua ligação com Deus ou o Sagrado? Como lidar com os “tsunames” de informações que nos atacam diariamente?Você pode não concordar com este manifesto, mas se ele o fizer refletir sobre seus velhos paradgmas,  conceitos e preconceitos- então, já terá valido a pena!
A TURMA DO JÁ
Sei que muitos podem não concordar comigo. Não sou nada. Apenas escrevo o que, de repente, brota no meu ser . O que considero válido e salutar , compartilho. Se não, guardo-o para mim mesmo. Não escrevo para uns poucos. Escrevo para todos. Todos que se predispõe a ouvir, a ler, a buscar, a descobrir, investigar. Lamento que a turma do “JÁ”, com certeza desprezará este manifesto a partir mesmo do seu título. A turma do JÁ- para quem não sabe- são aqueles que JÁ sabem, que JÁ chegaram, que Já estão seguros, que JÁ estão salvos, que JÁ estão felizes, que JÁ se iluminaram, que JÁ encontraram. Esse, pessoal, infelizmente, não me ouvirão. Por que ouviriam? Eles já tem tudo. Já realizaram tudo. Estão mortos. Não tem mais o que descobrir, nem aonde ir. Estão lotados de si mesmos, de suas certezas, de suas verdade prontas, de seu intelecto refinado. Das palavras,  do passado,  dos livros sagrados, das próprias experiências. Mas no fundo, bem lá no fundo, o medo e a insegurança se encondem por baixo de camadas e camadas de certezas.
O NOVO HOMEM
Quero falar ao novo homem. O homem do novo milênio que tem milhares de novos desafios  para enfrentar e resolver. Quero falar ao homem da busca- não da busca pela “Verdade” pois esta não se busca, uma vez que ela “ É”. Mas o homem que busca diariamente aprender. Que aprende a todo instante, minuto a minuto, com tudo e com todos. Que não tem verdades, nem respostas prontas. Pois respostas prontas não são respostas verdadeiras. São mortas, pois radicam no passado, no velho, nas cinzas do que já está morto. Quero falar ao homem aberto à descoberta, à investigação- Eterna, Imprevisível, Desconhecida- assim como o é a VIDA. Este novo homem não erigirá novos deuses- já os temos demais. Nem novos mestres- pois já estamos adultos para assumirmos a responsabilidade de nosso próprio destino. Temos de ser nossos próprios mestres. É claro que haverá resistências. Sempre foi assim e boa parte da humanidade- apesar do salto tecnológico de milhares de anos- continua agindo como um adolescente imaturo.
UM NOVO AMANHECER, UMA NOVA ESPIRITUALIDADE
Mas, sinto que nos chegam os sopros de um novo amanhecer. Eis que os homens começam a acordar e compreender essa nova maneira de viver. Por que separar a espiritualidade da vida? O verdadeiro homem espiritual é aquele que sabe viver com plenitude, sabedoria e felicidade . É o homem que desfez-se de suas ilusões. Que viu o perigo daquela entidade maldita e peçonheta que vivia dentro dele - e deu um basta a isso tudo. Mas que ninguém se engane. Isso não é missão fácil. Apesar de sê-lo, dependendo da capacidade de compreensão de cada um. E é por esse caminho que o Novo Homem está aos poucos se fazendo: pela compreensão. Não por idealizações tolas e infantis sobre o que ele “acha que é”. Ou, do que “deveria ser”. Mas pela percepção correta do que ele REALMENTE É. Muitos estão muito próximo desta compreensão. Falta-lhes pouco. Mas esse pouco ainda os separa da verdadeira visão da Verdade. Ainda é pedra de tropeço.  Ainda os mantém presos à ilusão daquela entidade que todos conhecem: o ego.
O ACESSO AO CONHECIMENTO E A FELICIDADE
A Internet trouxe uma profusão de informações. Acesso a conhecimentos nunca antes imaginado. Foi realmente uma grande revolução. Verdadeiro repositório  dos mais importantes e valiosos conhecimentos que a humanidade já produziu. Nunca se compartilhou tanto e tão rapidamente- desde receitas de bolo até as sagradas e preciosas palavras de livros antes raros como o Bardo Todol e o Segredo da Flor de Ouro. Nunca as informações correram tão rápidas. Sejam as notícias de importância mundial, sejam as fofocas de novelas , sejam os fatos cotidianos da vida das pessoas. A Internet é uma revolução inimaginável até pouco tempo. Mas, essa revolução também trouxe seus problemas. Não sabemos o que fazer, como processar tantas informações. E o pior: agora, mais do que nunca o homem precisa compreender que sabedoria nada tem a ver com conhecimento. Do contrário, isso poderá arruiná-lo de vez, pois eis que chegou o tempo da humanidade amadurecer.
ALSIBAR ( inspirado)
http://alsibar.blogspot.com
* Excerto: para ler o manifesto completo vá até as abas do Blog Alsibar

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O QUE É ILUMINAÇÃO? What's enlightment?


KRISHNAMURTI E SRI. YUKTÉSWAR DEFINEM ILUMINAÇÃO

(O que é a iluminação? Apesar de tantas explicações, porque este termo ainda é tão incompreendido? Conheça a posição de dois grandes mestres no assunto e reflita sobre estas e outras questões.)

Krishnamurti e Sri Yukteswar
       Um dos termos mais incompreendidos no campo místico, espiritualista ou religioso é “iluminação”. A grande dificuldade reside no fato de que, neste campo de “conhecimento” não pode haver  equívocos pois é grande o risco de iludir-se. Lamentavelmente a própria tradição contribuiu para esses mal entendidos . Quem já não ouviu falar no dia da Iluminação de fulano ou sicrano? Há inclusive comemorações para celebrar o tal dia. Ao ver atitudes assim, o buscador leigo -e até os mais experientes -ficam na expectativa, aguardando também o dia em que eles deixarão de ser um “reles mortais” e se tornarão budas ou iluminados. Mas, será que é assim mesmo? Como saber? A quem recorrer neste caso? Aos próprios iluminados, não é mesmo?
Mas recorrer aos grandes iluminados do passado, tais como Buda e Jesus, não é possível. As informações disponíveis acerca de seus ensinamentos são escassas e a fidelidade dos mesmos questionável. Então, existem informações mais modernas e fidedignas sobre este assunto? 

      Recentemente, ressurgiram duas grandes vertentes espirituais aparentemente opostas : aquela iniciada por Babaji e divulgada ao mundo por Paramahansa Yogananda e a de Krishnamurti. Surpreende-me o quanto estes dois “representam” caminhos tão diferentes - mas ao mesmo tempo- fluem, em essência, para uma mesma e única práxis . Paramahansa Yogananda é considerado um legítimo representante da Bhakt Ioga. Sri Yuktéswar foi um Jnana Iogue (encarnação da sabedoria).  E Krishnamurti  foi considerado um  verdadeiro Maha-iogue, (encarnação da Yoga Suprema)  segundo as palavras de Pupul Jayakar e outros especialistas do assunto.
Então o que diz a tradição de Babaji? Vejamos um diálogo entre Yogananda e seu mestre Sri. Yuktéswar sobre o encontro com Deus, a Verdade ou Iluminação:
Certa vez, Yogananda fez a seguinte pergunta a seu Mestre:
 “-Mestre, quando eu encontrarei Deus?O mestre respondeu-lhe: 
-Oh… Você já o encontrou.
- Não, mestre, creio que não.
- Sim… você já o encontrou. Estou certo que você não está esperando encontrar um personagem memorável, enfeitando um trono num cantinho antisséptico do Cosmo. Percebo, entretanto, que você imagina que a posse de  poderes miraculosos é a prova de que alguém encontrou Deus. Não. Pode-se alcançar o domínio sobre o Universo inteiro e, no entanto, descobrir que Deus se esquiva. O progresso espiritual é medido pela PROFUNDEZA DA BEM-AVENTURANÇA alcançada em meditação”*.
O critério de Iluminação ensinado por Sri. Yuktéswar à Yogananda aplica-se perfeitamente à Krishnamurti. São famosos seus êxtases místicos,  ataques e desmaios devido à  intensidade da Ananda ou Bem-Aventurança. Esses êxtases aconteceram em diversas fases de sua vida e foram registrados tanto por suas biógrafas, quanto pelo próprio Krishnamurti no livro “O Diário de Krishnamurti”. Assim, fica perceptível que Krishnamurti não  foi apenas uma espécie de filósofo, ou  “teórico” da espiritualidade. Ele realizou plenamente aquele estado que as tradições religiosas chamaram de Iluminação .
O problema é que muita gente confunde expansão da consciência com iluminação. E não há, necessariamente, uma relação entre as duas. Uma pessoa pode expandir a consciência, ter visões e sensações extrassensoriais  por  outros meios como álcool, drogas, plantas alucinógenas, técnicas mântricas, visualizações, respiração controlada etc. Isso pode acontecer com qualquer um. Mas, se depois que passar a “experiência” a pessoa continuar vazia e neurótica  e se isso causa dependência , ou prejuízos ao cérebro, como  pode ser considerado Iluminação? Além do mais, iluminação é um estado alcançável através de esforços e disciplinas? É algo passível de exercício, como quem exercita o corpo e a mente? Pode-se desejar iluminação como quem deseja um carro, uma casa, um emprego, uma mulher?
É curioso observar que Yogananda não estava seguro sobre sua Iluminação. Mas seu mestre, Sri. Yukteswar , assegurou-lhe que ele já a havia alcançado. Ou seja, infere-se que a iluminação é algo que vai se instalando aos poucos na mente e no espírito do indivíduo SUTILMENTE,  sem que ele perceba.  Sem  que ele se dê conta. Krishnamurti defende uma posição muito parecida , vejamos o que ele diz sobre isso:
“ A iluminação não é um lugar fixo. Não existe lugar fixo. Tudo o que precisamos é compreender o caos, a desordem em que vivemos. Ao compreendermos isso, a ordem se estabelece naturalmente, e com ela vem a clareza e a certeza. Quando a mente conseguir enxergar com clareza, a porta se abrirá. O que acontecerá depois é indescritível”
“Apenas a mente completamente silenciosa é que sabe, que está ciente da existência ou não de algo que se situa além de qualquer medida.O silêncio é a suprema forma da mais alta ordem. Logo, o silêncio não é algo que você inventa, que tenta experimentar ou TER CONSCIÊNCIA DELE. NO MOMENTO EM QUE TOMAMOS CONSCIÊNCIA DE QUE ESTAMOS EM SILÊNCIO, O SILÊNCIO JÁ NÃO EXISTE”**
Ou seja, o iluminado NÃO TEM CONSCIÊNCIA de sua iluminação. Ele não afirma "sou iluminado", nem sente que o é. Pois se afirma é por que não é. Assim, conclui-se que ninguém pode perseguir a iluminação e ficar esperando que ela aconteça em algum dia específico, numa determinada hora .  Tudo o que se diz sobre isso são, em geral, conveniências formais dos seguidores, das organizações que gostam de celebrar o "dia da iluminação de seus mestres". Mas na verdade, iluminação é um processo sutil que ocorre de forma inconsciente e que, quando acontece, não há mais ninguém ali para anotar o dia e a hora em que "isso" aconteceu.

 Reflita sobre o assunto e tire suas próprias conclusões!

 Namastê!
ALSIBAR
http://alsibar.blogspot.com
* Autobiografia de Um Iogue - Paramahansa Yogananda- Self Realization Fellowship- 2009
** Nossa Luz Interior”- O verdadeiro significado da meditação- J. Krishnamurti- Editora Ágora